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quarta-feira, 15 de abril de 2020

ÉEEEGUA: Marajoara de 119 pode ser a pessoa mais velha do mundo


O tempo marcado na pele de dona Teodora deixa a pergunta: seria a marajoara a maior centenária já registrada?
Dona Teodora não sabe ao certo quantos anos tem. A carteira de identidade registra 119, mas ninguém tem certeza. Ela vê uma moto passando ao longe, aponta com o dedo e diz com a voz carinhosa: "Meu neto!". Não deve estar errada, pois no lugarejo onde mora, nos campos do Marajó, todos são seus parentes, de sangue ou por afinidade. Nascida e criada nas terras onde vive com a família, dona Teodora talvez não saiba mas pode ser hoje a pessoa mais longeva do mundo.
Registrada como Teodora Maria de Alcântara, a carteira de identidade marca como data de nascimento o dia 18 agosto de 1900. De acordo com o documento, emitido em 2006, no próximo verão de 2020 ela completará 120 anos de vida. Atualmente a pessoa viva mais velha do mundo é a supercentenária japonesa Kane Tanaka, com seus 117 anos. Sem saber ler ou escrever, dona Teodora vive alheia às disputas do Guinness World Records, o livro dos recordes, e de publicações científicas.

Fumante, a matriarca anda, fala, escuta e vê com a dificuldade comum aos idosos, sem ter perdido nenhum dos sentidos ao longo dos anos. A audição andou um pouco prejudicada, mas ela ouve, entende e responde todas as perguntas que são dirigidas a ela. Um prodígio, pois, segundo os filhos, recentemente ela teve um infecção e “o ouvido vazou”, mas teria melhorado com remédios simples e orações feitas por um policial militar evangélico, da Vila de Retiro Grande. Embora seja católica, dona Teodora recebeu de bom grado as orações.
Se o segredo da longevidade está na boa alimentação, não se pode afirmar. Quando perguntada sobre o que gosta de comer, “qualquer coisa que me dão” é a resposta da matriarca. O segredo então pode ser uma associação entre a genética e o estilo de vida simples, muito próximo à natureza e com os cuidados da família. “Eu trabalhava na roça, trabalhava pros outros, servindo de escrava, Deus que me perdoe... Meus pais morreram tudo e fiquei eu, na peleja, até aqui... Graças a Deus, ainda tô!.. Não tenho muita saúde, mas eu vou vivendo”, diz dona Teodora.

Em meio à pandemia de coronavírus, dona Teodora vive tranquilamente com a família em uma pequena comunidade, a cerca de 35km do município de Cachoeira do Arari (PA). E foi ali que os policiais identificaram a idade registrada em seu documento de identidade. “Nessa interação que a gente sempre faz com a comunidade, ao parar para conversar com um dos filhos dela, e ver a situação aqui na comunidade, ele chegou a nos dizer que a mãe dele tinha 119 anos”, diz o sargento Walter Amador, que se disse espantado com a idade e informou ao comando.

Segundo o policial, os relatos dos filhos de dona Teodora informam que o governo estadual anterior à atual gestão havia detectado a situação da marajoara, quando foram à localidade fazer as instalações da linha de energia. “Eles já tinham detectado essa situação há muito tempo atrás, mas a gente não pensava que ela continuava viva”, afirma o sargento. Entre os policiais do Comando de Policiamento Regional (CPR XI), há quem afirme que a anciã chegou a aparecer na publicidade do governo anterior.

No último domingo (29), o comandante do CPR XI, coronel Hugo Regateiro, foi até a casa de dona Teodora entregar duas cestas básicas, oferecidas pelos próprios policiais, para ajudar a família a permanecer em casa e não ter que se deslocar até a cidade para comprar alimentos, diminuindo dessa forma a possibilidade de contaminação pelo vírus que está fazendo milhares de vítimas em todo o mundo.
Coronel Hugo Regateiro entregando as cestas básicas para dona Teodora.
Coronel Hugo Regateiro entregando as cestas básicas para dona Teodora. Ettiene Angelim.

O presente dos militares foi recebido de forma emocionada pela anciã. Usando de muita gentileza e devidamente higienizados com álcool em gel, os policiais explicaram que estavam ali para ajudar e que as máscaras que usavam eram para a proteção da família. Segundo Regateiro, a situação de dona Teodora foi informada ao Governo do Estado, “para que seja verificado que tipo de benefícios podem ser concedidos a ela”.

A idade de 119 anos é provavelmente fruto de um erro de registro. Sem saber ler, é possível que ela não tenha percebido uma anotação feita de forma errada em sua certidão de nascimento, registrada em Icoaraci. O filho mais velho com vida, João Soares de Alcântara, foi registrado em 1939. Anterior a ele, havia outro filho, cinco anos mais velho. Se tivesse nascido em 1900, dona Teodora teria 34 anos ao dar à luz ao primeiro filho e quase 59 no nascimento da caçula, Raimunda Julia, que está hoje com 61 anos. Essas seriam idades muito incomuns para uma mulher ter seus filhos, o que leva a crer que algum dos registros foi feito de forma incorreta. Talvez dona Teodora não seja de fato uma supercentenária, termo utilizado para designar os humanos que ultrapassam a linha dos 110 anos de vida, mas provavelmente está na linha dos 100 anos e pode ainda viver muito mais.
Coronel Hugo Regateiro entregando as cestas básicas para dona Teodora.
O tempo marcado na pele de dona Teodora deixa a pergunta: seria a marajoara a maior centenária já registrada? | Ettiene Angelim.
O tempo marcado na pele de dona Teodora deixa a pergunta: seria a marajoara a maior centenária já registrada
O tempo marcado na pele de dona Teodora deixa a pergunta: seria a marajoara a maior centenária já registrada? | Ettiene Angelim.       Fonte: Dol









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