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segunda-feira, 20 de julho de 2020

COLONIZADORES TERIAM DIZIMADO A POPULAÇÃO INDÍGENAS DO BRASIL DE PROPOSITO?

1500: Um pequeno resumo da 'verdadeira Colonização' | by Gabriel ...

Será que os colonizadores teriam mesmo feito tudo de propósito ou por maldade?. segundo o site BBC.com Brasil, segue a seguinte notícia: 

"Como colonizadores infectaram milhares de índios no Brasil com presentes e promessas falsas". 

Tudo tem sentido quando se analisa de um modo de pensar. E você acha o que? Veja a noticia abaixo:



Como colonizadores infectaram milhares de índios no Brasil com presentes e promessas falsas

Gravura de Rugendas retrata indígenas no início do século 19
BIBLIOTECA NACIONAL - Image caption - Relatos registrados ao longo da história do Brasil apontam para o uso proposital de doenças como armas biológicas


Um avião sobrevoa os campos e despeja dos céus brinquedos infectados pela gripe. Criadores de gado atraem uma tribo desavisada a um povoado que enfrenta uma grave epidemia. Fazendeiros largam estrategicamente pelo chão mudas de roupa contaminadas com varíola.

São esses alguns dos relatos registrados ao longo da história do Brasil que apontam para o uso proposital de doenças como armas biológicas em batalhas contra povos indígenas e que teriam contribuído para dizimar grande parte das tribos que existiam originalmente no país.

Ao descrever a investida de plantadores de cacau sobre as terras reservadas às tribos kamakã e pataxó, na Bahia do início do século 20, o antropólogo Darcy Ribeiro conta no livro Os índios e a civilização que os invasores lançavam mão de "velhas técnicas coloniais, como o "envenenamento das aguadas" e "o abandono de roupas e utensílios de variolosos onde pudessem ser tomados pelos índios".

Para Rafael Pacheco, pesquisador do Centro de Estudos Ameríndios da USP (Cesta), o uso de objetos contaminados foi o principal método usado para inocular doenças entre os indígenas desde o início da colonização.

"Além da similaridade de métodos, o conflito de terras era a motivação mais comum para esses episódios", explica.


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O impacto devastador de doenças trazidas pelos europeus ao Brasil entre os índios é largamente conhecido. Além da baixa imunidade, os hábitos coletivos e a falta de tratamentos tornavam a população nativa especialmente vulnerável a doenças trazidas por estrangeiros, como conta o professor de antropologia da Universidade Estadual de Santa Cruz Carlos José Santos.

"Povos inteiros foram massacrados pelos contágios de doenças infecciosas. Aliás, muitos foram considerados extintos por elas, como é o caso dos goitacá", diz Santos, que é indígena e conhecido pelo nome Casé Angatu.

Doenças como varíola, sarampo, febre amarela ou mesmo a gripe estão entre as razões para o declínio das populações indígenas no território nacional, passando de 3 milhões de índios em 1500, segundo estimativa da Funai (Fundação Nacional do Índio), para cerca de 750 mil hoje, de acordo com dados do governo.

As causas dessas epidemias são comumente tratadas pela história como involuntárias. Há, no entanto, diversos relatos de infecção proposital de tribos indígenas no país: entre os timbira, no Maranhão, os botocudos, na região do vale do Rio Doce, os tupinambá e pataxó, na Bahia, os cinta-larga, em Mato Grosso e Roraima, entre vários outros.


Doenças como varíola, sarampo, febre amarela ou mesmo a gripe estão entre as razões para o declínio das populações indígenas no território nacional

Segundo a antropóloga Helena Palmquist, que pesquisa genocídio indígena no Brasil, o método de infecção era comum. "É uma estratégia muito difícil de provar, e os casos aconteciam em rincões, no Brasil profundo, lugares em que ninguém queria entrar."

"Essas histórias não são desconhecidas, só não são levadas a sério. Os casos não foram apurados e nenhuma medida foi tomada, esses episódios eram divulgados pelos órgãos oficiais como fatalidades", afirma Pacheco.

O massacre dos timbira
O caso mais bem documentado aconteceu com índios timbira no Estado do Maranhão, por volta de 1816. Na região, eles travaram, ao longo de décadas, uma guerra violenta contra criadores de gado, que vinham invadindo suas terras desde o início do século 19.

Em meio às constantes escaramuças, era comum que tribos selassem a paz com povoados brancos em busca de uma aliança contra povos inimigos. Foi o que aconteceu com os canela, ou kapiekrã, que, inicialmente derrotados em batalha pelos sakamekrã, acabaram por vencê-los com a ajuda de aliados brancos.

Em determinado ponto, a proximidade desses índios com os ditos civilizados foi tão grande que a tribo largou as terras onde vivia para morar junto a eles. Os brancos, por sua vez, esperavam receber uma ajuda financeira do governo para sustentar os novos agregados.

Esse auxílio, porém, nunca veio, fazendo com que os índios famintos se dispersassem e entrassem em conflito com o povoado. De um lado, a tribo buscava formas de sobreviver. Do outro, os fazendeiros se negavam a dividir seus parcos recursos, acusando os índios de roubar plantações e atacar o gado.

"Perpetraram sobre os habitantes de todo o distrito enormíssimas extorsões, furtando-lhe gado, matando os bezerros e devorando as roças de mantimentos com tão decisiva destruição que, exasperados, muitos dos referidos habitantes largaram as suas propriedades e fugiram da capitania", narra em relatório para a corte o capitão Francisco de Paula Ribeiro, que presenciou o conflito.


Em 2014, relatório da Comissão Nacional da Verdade identificou entre as causas da morte de cinco mil índios em Mato Grosso e Rondônia, a partir da década de 1950, 'aviões que atiravam brinquedos contaminados com vírus da gripe, sarampo e varíola', enviados por seringalistas, mineradores, madeireiros e garimpeiros, com a conivência do governo federal
Para dar cabo da ameaça indígena, os proprietários locais, sob o falso pretexto de uma guerra contra outra tribo, teriam atraído os canela à vila de Caxias, que na época sofria com uma epidemia de varíola.

Ali chegando, os índios nada receberam para comer e, ao tentarem saciar a fome nas plantações locais, foram imediatamente punidos. "Foram presos e espancados, inclusive mulheres e crianças, e dentre elas, a esposa do principal chefe da tribo, que, ao reclamar contra este tratamento, foi também fustigado", conta Darcy Ribeiro.

Caçados a tiros de espingarda, os que conseguiram escapar levaram consigo a doença. Assim, a varíola se espalhou entre as tribos da região, como conta Francisco de Paula. Até o ano seguinte, alcançaria populações indígenas a uma distância de 1,8 mil quilômetros dali.

Segundo o capitão, a falta de tratamento ou conhecimento dos índios sobre a doença ajudou a multiplicar a mortes.

"Não será fácil de fazer uma ideia segura de quantas mil almas nele terão perecido, uma vez que se sabe o extravagante método porque estes homens brutais haviam pretendido curar-se — que era deitando-se aos rios para refrescar-se.... ou tirando-se logo as vidas àqueles que apareciam com mais claros sintomas de semelhante moléstia", descreve.

As doenças e a miséria causada pela tomada de seu território reduziu tanto o números dos timbira, de acordo com Darcy Ribeiro, que estes se viram impossibilitados de lutar até mesmo pelas áreas reservadas a eles pelo governo após a pacificação da região.

"À custa de tramoias, de ameaças e de chacinas, os criadores de gado espoliaram a maioria deles e os remanescentes de vários grupos se viram obrigados a juntar-se nas terras que lhes restavam, insuficientes para o provimento da subsistência à base da caça, da coleta e da agricultura supletiva", diz Ribeiro.

Outros relatos
Feito em 1967 e só divulgado ao público 45 anos depois, o Relatório Figueiredo, produzido pelo procurador Jader Figueiredo a pedido do governo militar, relata o uso de vários tipos de violência contra os indígenas por membros do órgão que deveria resguardá-los, o Serviço de Proteção ao Índio (SPI).

Entre os assassinatos, abusos sexuais, casos de tortura e corrupção denunciados, o relatório ressalta as acusações de que uma tribo de índios pataxó do sul da Bahia teria sido levada à extinção por uma infecção proposital.

"Jamais foram apuradas as denúncias de que foi inoculado o vírus da varíola nos infelizes indígenas para que se pudessem distribuir suas terras entre figurões do governo", aponta o documento.

Em seu vasto relatório de 2014, a Comissão Nacional da Verdade identificou entre as causas para a morte de cinco mil índios cinta-larga em Mato Grosso e Rondônia, a partir da década de 1950, "aviões que atiravam brinquedos contaminados com vírus da gripe, sarampo e varíola", enviados por seringalistas, mineradores, madeireiros e garimpeiros, com a conivência do governo federal.

O pesquisador Rafael Pacheco cita também casos ocorridos nas últimas décadas no Paraná e Mato Grosso do Sul, em que proprietários de terra fizeram chover agrotóxico de um avião sobre as águas, terras e plantações de tribos avá-guarani, guarani e kayowa, causando sérios danos à saúde dos índios.

De suas andanças pelo Brasil entre os anos de 1816 e 1822, o naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire conta uma história ocorrida no vale do Rio Doce, onde um foragido da Justiça, acolhido de forma amigável pelos índios botocudos, teria dado a eles objetos infectados de varíola depois que um chefe indígena se apaixonou por sua filha.

"Muitos botocudos caíram vítimas dessa horrível perfídia", narra Saint-Hilaire, acrescentando que a prática era usual em outras regiões do país.


Antropólogo critica vetos recentes aplicados à lei de proteção às comunidades indígenas em meio à pandemia do coronavírus

Transmissão não proposital e omissão
Para o antropólogo Casé Angatu, as doenças serviram desde o início aos interesses dos colonizadores.

"As contaminações, propositais ou não, serviram e servem para espoliar terras indígenas e para o contínuo genocídio dos povos originários", afirma.

Palmquist classifica inclusive como criminosa a política de aproximação de tribos indígenas instalada durante a ditadura, que teria sido diretamente responsável pelo extermínio de milhares de índios.

"Muito rapidamente, a Funai se transformou numa promotora da atração, pacificação e contato com as tribos indígenas, num momento em que já se sabia quais eram as consequências dessa política."

No Relatório Figueiredo, a omissão é também destacada como um dentre os vários crimes cometidos por membros do SPI. "A falta de assistência, porém, é a mais eficiente maneira de praticar o assassinato", diz o documento.

Nesse sentido, Pacheco lembra da desestruturação do sistema de atenção à saúde no Brasil durante a ditadura, especialmente na década de 1970, num período em que a política de aproximação das comunidades indígenas funcionava a todo vapor.

"A ausência de equipes e estruturas de assistência médica em momentos de extrema necessidade deve entrar sim na conta dos agentes públicos, dentre eles o presidente, na medida em que ela expressa uma política do governo de violar sistematicamente direitos indígenas", declara o pesquisador.

Fonte link: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-53452614


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Greta doa parte de prêmio para combate ao coronavírus na Amazônia

Adolescente foi escolhida entre 136 nomeações, provenientes de 46 países.
© picture-alliance/dpa/V. Mayo Adolescente foi escolhida entre 136 nomeações, provenientes de 46 países.

A ativista ambiental sueca Greta Thunberg, de 17 anos, venceu nesta segunda-feira (20/07) a primeira edição do prêmio português Gulbenkian para a Humanidade e vai receber um milhão de euros que serão investidos em projetos de combate à crise climática e ecológica.
Logo após o anúncio, Greta compartilhou em sua conta no Instagram a vitória e anunciou que os primeiros 100.000 euros (615 mil reais) serão doados à Campanha SOS Amazônia, mantidade pela Fridays For Future Brazil (Greve pelo Futuro), para o combate do novo coronavírus na Amazônia. Outros 100.000 euros serão doados para a Fundação Stop Ecocide, que busca tornar o ecocídio um crime internacional.
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A jovem sueca foi escolhida entre 136 nomeações (correspondendo a 79 organizações e 57 personalidades) provenientes de 46 países. A vitória foi anunciada na sede da Fundação Gulbenkian, em Lisboa, pela presidente da instituição, Isabel Mota, que destacou o compromisso da entidade com a situação urgente da ação climática.
O ex-presidente português Jorge Sampaio, presidente do Grande Júri do prêmio, afirmou que "maneira como Greta Thunberg conseguiu mobilizar as gerações mais jovens pela causa do clima e sua tenaz luta para mudar um status quo que persiste na persistência fazem dela uma das figuras mais memoráveis de hoje".
Em um vídeo enviado aos organizadores do evento, Greta disse estar "incrivelmente honrada e extremamente grata" e que espera que o dinheiro sirva "para fazer a diferença".
O júri que escolheu a jovem sueca é composto, entre outros nomes, pelo alemão Hans Joachim Schellnhuber, fundador e diretor emérito do Instituto de Pesquisa sobre Impacto Climático de Potsdam, e pelo espanhol Miguel Arias Cañete, ex-comissário europeu de Energia e Ação Climática.
A Fundação Calouste Gulbenkian, que concedeu o prêmio, foi criada em 1956 por testamento de Calouste Sarkis Gulbenkian, filantropo de origem armênia que viveu em Lisboa entre 1942 e 1955. A entidade tem como propósito melhorar a qualidade de vida das pessoas através da arte, da beneficência, da ciência e da educação.
Desde 2018, Greta, inspirou milhões de jovens em todo o mundo a saírem da escola e irem às ruas às sextas-feiras protestar em favor do clima, no movimento chamado "Fridays for Future”. Ela virou o rosto de um movimento global por uma política climática mais assertiva e foi eleita em dezembro de 2019 a Pessoa do Ano pela revista Time.
Na luta em defesa do clima, a adolescente já conversou com chefes de Estado na ONU, se reuniu com o papa, discutiu com o presidente dos Estados Unidos e inspirou milhões de pessoas ao redor do mundo a irem às ruas. Entre dezenas de prêmios e honrarias, ela recebeu o Embaixador da Consciência, concedido pela ONG Anistia Internacional, em setembro do ano passado. No mesmo mês, ela esteve entre os vencedores do Prêmio Right Livelihood, também conhecido como Nobel Alternativo, ao lado de Davi Kopenawa, porta-voz dos povos indígenas do Brasil. A Revista Forbes a incluiu na lista das 100 Mulheres mais poderosas de 2019 e ela também teve duas nomeações consecutivas para o Prêmio Nobel da Paz (2019 e 2020).
No final do ano passado, Greta mudou sua descrição biográfica no Twitter para "pirralha", após ser chamada por esse termo pelo presidente Jair Bolsonaro. Este ano, com a pandemia de Covid-19, a jovem conclamou os seguidores e não irem às ruas protestar em defesa do clima, devido ao risco de contaminação pelo novo coronavírus. Em vez disso, sugeriu que as ações migrem para a internet e as redes sociais.
LE/lusa/efe/ots

domingo, 19 de julho de 2020

Funcionário do McDonald's é espancado após pedir para cliente usar a máscara

Funcionário do McDonald's em Hong Kong, na China, é agredido após pedir cliente para colocar máscara.
 Funcionário do McDonald's em Hong Kong, na China, é agredido após pedir cliente para colocar máscara. | Reprodução

Um funcionário do McDonald’s em Hong Kong, na China, foi agredido após pedir que cliente colocasse a máscara de proteção contra o coronavírus. O caso aconteceu na terça-feira (14) e o suspeito tentou escapar, mas foi preso pelo ataque ao gerente. 
Durante a agressão, uma outra pessoa que estava no local filmou a discussão entre o gerente do estabelecimento e o cliente até que ele começou com os ataques. No vídeo, o homem vai atrás do balcão quando começa os socos e chutes. 





Com informações de Estado de Minas


Navio será destruído com 4 200 carros zero quilômetro dentro dele


Quase um ano depois de tombar na saída do porto de Brunswick, no estado da Geórgia (Estados Unidos), finalmente começará a remoção do navio coreano MV Golden Ray com sua curiosa carga: 4 200 automóveis zero quilômetro. Os veículos das marcas Hyundai e Kia continuam dentro do navio e muito possivelmente serão destruídos – mesmo aqueles que não foram danificados no acidente nem inundados pelo mar -na operação. Isso porque, para poder ser removido, o navio terá que ser cortado em pedaços.
Cortar o navio inteiro, através de uma colossal estrutura que vem sendo preparada, e é a única maneira de removê-lo. A embarcação tem quase 200 metros de comprimento e altura de um prédio de sete andares. O equipamento que fatiará o navio é uma espécie de motoserra, em forma de arco, montada sobre o casco, que moverá poderosas correntes para cima e para baixo, por dias a fio, até que o atrito faça com que o aço do navio seja rompido.
Reprodução

O navio será partido em oito pedaços. Mas, segundo as empresas dona do navio e da carga, não há como impedir que os automóveis sejam afetados – e, eventualmente, também cortados ao meio, pelo vai e vem das correntes. Após ser fatiado, as oito partes serão transportadas em barcaças até um estaleiro, onde o navio será remontado e recuperado.
Segundo a empresa de seguros responsável pelo caso, só os automóveis valem cerca de 80 milhões de dólares.
Atração 
Desde que o navio tombou, virou atração turística nas praias do estreito de Saint Simons, que une o mar com o porto de Brunswick. O navio está a pouca distância da margem e pode ser admirado pelos banhistas, todos esperançosos de que, durante a operação, algum automóvel saia boiando e possa ser recolhido na praia – o que, no entanto, não deve acontecer, porque as precauções que estão sendo tomadas são enormes.
Com informações UOL




Lobo-marinho é encontrado na Praia dos Ingleses, em Florianópolis

Lobo-marinho descansava nas pedras da praia


Lobo-marinho descansava nas pedras da praia
(Foto: )

Um lobo-marinho-subantártico foi encontrado na manhã deste domingo (19) na Praia dos Ingleses, no Norte da Ilha, em Florianópolis. O mamífero marinho aparentava estar bem e usava as pedras para descansar. Ele foi encontradoo por uma equipe de biólogos e veterinários da R3 Animal, que faz parte do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).

A equipe levou o lobo-marinho para um local menos movimentado para proporcionar melhor descanso. Em uma avaliação preliminar, feita com o uso de um termógrafo - aparelho que detecta a temperatura em diferentes pontos do corpo -, constatou que o animal estava aparentemente saudável, com bom escore corporal e responsivo (alerta).

Segundo o R3 Animal, as unhas do mamífero foram pintadas de vermelho para facilitar a identificação caso ele seja avistado novamente. Caso alguém o encontre, pode entrar em contato com o telefone do PMP-BS: 0800 642 3341.
Neste caso, a orientação é para manter a distância e ajudar a isolar a área. O lobo-marinho pode tentar se defender caso se sinta ameaçado, por isso a importância de afastar animais domésticos do local. Também é recomendado não fornecer alimentos e nem forçá-lo a entrar na água.
O lobo-marinho-subantártico habita principalmente as ilhas ao norte da Convergência Antártica. Essa espécie pode ocorrer no litoral brasileiro, mas esta é uma migração errática, sendo poucos os relatos da presença desses indivíduos em nossa região.
Esta não foi a primeira vez em que um lobo-marinho foi encontrado no litoral de Santa Catarina nos últimos meses. Em agosto de 2019, a R3 Animal registrou a presença de um lobo-marinho em Biguaçu. No mesmo mês, outro animal foi registrado pela Univille/PMP-BS, na região de São Francisco do Sul.

Lobo-marinho na Praia dos Ingleses
Lobo-marinho na Praia dos Ingleses(Foto: R3 Animal, Divulgação)

Sobre o projeto de monitoramento

PMP-BS é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos.
O objetivo é avaliar possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos encontrados mortos.
O PMP-BS é realizado desde Laguna (SC) até Saquarema (RJ), sendo dividido em 15 trechos. Em Florianópolis, o Trecho 3, o projeto é executado pela R3 Animal.

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PASSANDO POR CÂNDIDO DE ABREU - PARANÁ - BRASIL | MAURO FRANCO



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MOÇAMBIQUE: Eleva-se para 1.402 a cifra de casos cumulativos da doença, no país

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Apesar de aumento progressivo de casos de novas infecções pela Covid-19, Moçambique regista com satisfação o número de pacientes recuperados da doença.

Nas últimas 24 horas, 17 pacientes foram considerados clinicamente recuperados totalizando 397 pessoas curadas.

Desde a eclosão do novo coronavirus no país, Moçambique testou mais de quarenta e quatro mil pessoas suspeitas, das quais quinhentas setenta e três nas ultimas vinte e quatro horas.

Deste número, dezanove acusaram positivo aumentando o número de cumulativos, para mil, quatrocentas e duas infecções pela Covid-19.

Dados do Ministério da Saúde, apontam para mil duzentas e cinquenta e sete pessoas infectadas localmente e cento quarenta e cinco importados.

Apesar de aumento progressivo de casos de novas infecções pela Covid-19, Moçambique regista com satisfação o número de pacientes recuperados da doença.

Dos dezassete pacientes recuperados nas últimas vinte e quatro horas, dez são de Cabo Delgado.

Assim, o país contabiliza trezentos, noventa e sete recuperados, nove óbitos pela Covid-19 e duas mortes por outras doenças.

Dos trinta e dois pacientes que foram hospitalizados, seis ainda continuam no leio das unidades sanitárias espalhadas pelo país.

TVM - Televisão de Moçambique




INTERIOR E ROD. EM FRENTE A CURIONÓPOLIS-PA | INTERDITANDO RODOVIA EM 20...



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sábado, 18 de julho de 2020

Tocantins. O Paraíso que não ta sendo um Paraíso. Mais uma morte por COVID-19 em Paraíso do Tocantins

Prefeitura de Paraíso do Tocantins prorroga Decreto de Calamidade ...

Morreu mais um em Paraíso do Tocantins por COVID-19, chegando ao décimo pela doença.

O que estará acontecendo no Paraíso? Pergunta que não quer calar. 

Nesta quinta (16) um homem identificado por Jorge que estava internado no Hospital Regional de Paraíso veio a óbito vítima de COVID-19.

Fica a pergunta: As autoridades públicas locais estarão cuidando da população como deveriam. Esta sendo investido recursos públicos para proteger a população ou tá se economizando o dinheiro que é do povo, para o povo, como se diz no regime democrático.

O falecido de pré nome Jorge, segundo apurado trabalhava em um frigorifico local e morava no setor setor Vila Regina.

Fica aqui, nossas condolências a família e que o mesmo receba todos os seus direitos trabalhistas.

Fotos redes sociais
Equipe pé no sal
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Tocantins: Por determinação da Justiça, pastor Nelcivan é preso novamente em Palmas

  Foto Divulgação

Sua prisão está sendo cumprida em uma unidade da Polícia Militar, devido à determinação judicial. Não se sabe ainda o motivo da prisão.

O ex-cabo da Polícia Militar do Tocantins (PMTO), Nelcivan Feitosa (Pastor Nelcivan), por determinação da Justiça, foi preso novamente em Palmas, nesta terça-feira, 23.

Em nota, a Polícia Militar informou ao T1 Notícias na tarde desta terça-feira, 23, que  sua prisão está sendo cumprida em uma unidade da PMTO, devido à determinação judicial.

Não se sabe ainda o motivo da prisão.

T1 Notícias



Neste sábado, Tocantins passa de 200 pacientes hospitalizados e 95 estão em UTIs

Tocantins ocupa último lugar em ranking de estados em isolamento ...

Atualmente, o Tocantins apresenta 17.209 casos no total, destes, 11.042 pacientes estão recuperados, 5.879 pacientes estão ainda em isolamento domiciliar ou hospitalar e 288 pacientes foram a óbito

Neste sábado, 18, o Tocantins contabilizou 254 novos casos confirmados da Covid-19. Os diagnósticos recentes são de Palmas (75), Gurupi (44), Araguaína (39), Porto Nacional (13), Tocantinópolis (13), Dianópolis (12), Aguiarnópolis (7), Santa Terezinha do Tocantins (6), Tabocão (4), Santa Tereza do Tocantins (4), Sampaio (3), Sítio Novo do Tocantins (3), Xambioá (3), Araguatins (2), Lagoa do Tocantins (2), Muricilândia (2), Nazaré (2), Pau D'arco (2), Santa Fé do Araguaia (2), Ananás (1), Aragominas (1), Augustinópolis (1), Axixá do Tocantins (1), Cariri do Tocantins (1), Crixás do Tocantins (1), Esperantina (1), Goianorte (1), Guaraí (1), Itacajá (1), Lagoa da Confusão (1), Monte do Carmo (1), Paraíso do Tocantins (1), Peixe (1), Presidente Kennedy (1) e Riachinho (1).

T1 Notícias




Nuvem de gafanhotos volta a preocupar agricultores brasileiros

Nuvem de gafanhotos sobrevoando a Argentina - 23/06/2020
© Reprodução/Divulgação Nuvem de gafanhotos sobrevoando a Argentina - 23/06/2020

A nuvem de gafanhotos que está na Argentina volta a preocupar agricultores no sul do Brasil. Com as temperaturas mais altas, a expectativa é de que ela possa chegar ao Rio Grande do Sul até a próxima quarta-feira, 22.

A previsão foi feita neste sábado, 18, pelo chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul, Ricardo Felicetti.

Por enquanto, a nuvem de gafanhotos está estável, em Corrientes, na Argentina, a 130 quilômetros do município gaúcho de Barra do Quaraí. As informações sobre os insetos estão sendo repassadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que acompanha a situação com o órgão fitossanitário argentino.

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“Com a elevação das temperaturas no Rio Grande do Sul neste final de semana, estamos apreensivos, mas preparados para o caso de uma eventual ocorrência da praga em território gaúcho. Temos um plano operacional de emergência elaborado como Ministério da Agricultura”, explicou Felicetti.

Alerta
Ele acrescentou que, apesar do estado de alerta, hoje a tendência é que haja um deslocamento da nuvem para a província de Entre Rios, na fronteira da Argentina com o Uruguai.

Embora não representem um risco direto para os seres humanos, os gafanhotos podem, em grupo, causar grandes prejuízos econômicos, devorando plantações em questões de horas.

Caso os insetos cheguem ao estado, Felicetti avalia que o potencial de prejuízo é muito grande, especialmente em culturas recém-plantadas como trigo e canola. Além delas, cevada , citricultura e pastagens de inverno para gado de leite e engorda de gado de corte também preocupam.

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A orientação é que produtores rurais fiquem atentos à chegada dos insetos e comuniquem sua presença imediatamente à inspetoria de defesa agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural ou ao escritório municipal da Emater mais próximo.

Recursos emergenciais
Na última sexta-feira, questões operacionais foram discutidas com representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Ibama, da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler.

“Falamos também sobre a questão dos recursos emergenciais para trabalhar a supressão dos surtos de gafanhotos”, disse.

Paraguai
Uma segunda nuvem de gafanhotos, que está se movimentando no Paraguai, também está sendo monitorada pelo Brasil, com menos preocupação.


De acordo com o Serviço de Qualidade e Sanidade Vegetal (Senave) do país vizinho, os insetos, que estavam em Madrejón e 4 de Mayio, seguiram para o sudeste, em direção a Teniente Pico, no departamento de Boquerón, também no Paraguai.


VEJA.com




John Lewis, figura imponente da era dos direitos civis, morre aos 80 anos



“Não se perca em um mar de desespero. Seja esperançoso, seja otimista. Nossa luta não é a luta de um dia, uma semana, um mês ou um ano, é a luta de uma vida. Nunca, tenha medo de fazer barulho e ter problemas, problemas necessários. ”


O deputado John Lewis, filho de arautos e apóstolo da não-violência que estava ensanguentado em Selma e em Jim Crow South, na histórica luta pela igualdade racial, e que depois carregava um manto de autoridade moral ao Congresso, morreu na sexta-feira. Ele tinha 80 anos.

Sua morte foi confirmada em uma declaração de Nancy Pelosi, a presidente da Câmara dos Deputados.

Lewis, democrata da Geórgia, anunciou em 29 de dezembro que estava com câncer de pâncreas no estágio 4 e prometeu combatê-lo com a mesma paixão com a qual lutou contra a injustiça racial. "Eu estive em algum tipo de luta - por liberdade, igualdade, direitos humanos básicos - por quase toda a minha vida", disse ele.

Nas linhas de frente da sangrenta campanha para acabar com as leis de Jim Crow, com golpes no corpo e um crânio fraturado para provar isso, Lewis era um valente defensor do movimento dos direitos civis e o último orador sobrevivente da marcha de Washington para Empregos e liberdade em 1963.

Mais de meio século depois, após o assassinato em maio de George Floyd , um homem negro sob custódia policial em Minneapolis, Lewis congratulou-se com as resultantes manifestações globais contra os assassinatos cometidos pela polícia por pessoas negras e, mais amplamente, contra o racismo sistêmico em muitos países. cantos da sociedade. Ele viu esses protestos como uma continuação do trabalho de sua vida, embora sua doença o tivesse deixado assistir do lado de fora.

"Foi muito emocionante ver centenas de milhares de pessoas de toda a América e do mundo saírem às ruas - para se manifestar, se manifestar e entrar no que eu chamo de 'bons problemas'", afirmou. Lewis disse à CBS This Morning em junho.

"Isso parece e parece tão diferente", disse ele sobre o movimento Black Lives Matter, que conduziu as manifestações anti-racismo. "É muito mais massivo e inclusivo". Ele acrescentou: "Não haverá volta".


A história pessoal de Lewis era paralela à do movimento dos direitos civis. Ele estava entre os 13 Freedom Riders originais, os ativistas negros e brancos que desafiaram as viagens interestaduais segregadas no sul em 1961. Ele foi fundador e líder do Comitê de Coordenação de Estudantes Não-Violentos , que coordenava as reuniões de almoço. Ele ajudou a organizar a marcha em Washington, onde o Dr. King era o orador principal, nos degraus do Lincoln Memorial.

Lewis liderou manifestações contra banheiros, hotéis, restaurantes, parques públicos e piscinas segregados racialmente e se levantou contra outras indignidades da cidadania de segunda classe. Em quase todos os turnos, ele foi espancado, cuspido ou queimado com cigarros. Ele foi atormentado por multidões brancas e golpes corporais absorvidos pela polícia.


Em 7 de março de 1965, ele liderou uma das marchas mais famosas da história americana . Na vanguarda de 600 pessoas exigindo os direitos de voto que haviam sido negados, Lewis marchou parcialmente pela ponte Edmund Pettus, em Selma, no Alabama, para uma falange de soldados estaduais em equipamento anti-motim.

Ordenados a dispersar-se, os manifestantes mantiveram-se em silêncio. Os soldados responderam com gás lacrimogêneo e chicotes e tubos de borracha enrolados em arame farpado. Na confusão, que passou a ser conhecida como Domingo Sangrento, um soldado quebrou o crânio de Lewis com um taco de billy, derrubando-o no chão e depois o acertou novamente quando ele tentou se levantar.

John Lewis, em primeiro plano, sendo espancado por um policial estadual durante a marcha dos direitos de voto em Selma, Alabama, em 7 de março de 1965.
John Lewis, em primeiro plano, sendo espancado por um policial estadual durante a marcha dos direitos de voto em Selma, Alabama, em 7 de março de 1965.Crédito...Associated Press

Imagens televisivas dos espancamentos de Lewis e dezenas de outras pessoas ultrajaram o país e galvanizaram o apoio à Lei dos Direitos de Voto , que o presidente Lyndon B. Johnson apresentou em uma sessão conjunta do Congresso oito dias depois e entrou em lei em 6 de agosto. Um marco na luta pelos direitos civis, a lei derrubou os testes de alfabetização que os negros foram obrigados a fazer antes que pudessem se registrar para votar e substituíram os registradores de votação segregacionistas por registradores federais para garantir que os negros não fossem mais negados a cédula.

Uma vez registrados, milhões de afro-americanos começaram a transformar a política em todo o sul. Eles deram a Jimmy Carter, filho da Geórgia, sua margem de vitória nas eleições presidenciais de 1976. (Um pôster popular proclamava: “Mãos que antes escolheram algodão agora podem escolher um presidente.”) E seu poder de voto abriu as portas para os negros, incluindo Lewis, concorrerem a cargos públicos. Eleito em 1986, ele se tornou o segundo afro-americano a ser enviado ao Congresso da Geórgia desde a Reconstrução, representando um distrito que abrangia grande parte de Atlanta.

'Consciência do Congresso'
Enquanto Lewis representava Atlanta, seu círculo eleitoral natural era de pessoas em desvantagem em toda parte. Conhecido menos por patrocinar uma legislação importante do que por sua incansável busca pela justiça, ele foi chamado de "a consciência do Congresso" por seus colegas.

Quando a Câmara votou em dezembro de 2019 para impeachment do presidente Trump, as palavras de Lewis subiram acima do resto. "Quando você vê algo que não está certo, não é justo, não é justo, você tem uma obrigação moral de dizer algo", disse ele no plenário da Câmara. "Fazer alguma coisa. Nossos filhos e seus filhos nos perguntam: 'O que você fez? O que você disse?' Para alguns, esse voto pode ser difícil. Mas temos uma missão e um mandato para estar do lado certo da história. ”

Suas palavras ressoaram também depois que ele viu o vídeo de um policial de Minneapolis ajoelhado no pescoço de Floyd por mais de oito minutos, quando Floyd ofegou por ar.

"Foi tão doloroso que me fez chorar", disse Lewis à "CBS This Morning". "As pessoas agora entendem do que se trata a luta", disse ele. "É mais um passo em um caminho muito, muito longo em direção à liberdade, justiça para toda a humanidade."

Lewis, terceiro da esquerda, marchando com o Rev. Dr. Martin Luther King Jr., à direita, de Selma a Montgomery, Alabama, em 21 de março de 1961.
Lewis, terceiro da esquerda, marchando com o Rev. Dr. Martin Luther King Jr., à direita, de Selma a Montgomery, Alabama, em 21 de março de 1961.Crédito...William Lovelace / Daily Express, via Getty Images


Quando ele era mais jovem, suas palavras podiam ser mais militantes. A história se lembra da marcha em Washington para o discurso "Eu tenho um sonho" do Dr. King, mas Lewis surpreendeu e energizou a multidão com sua própria paixão.

"Pela força de nossas demandas, nossa determinação e nossos números", disse ele à multidão aplaudindo naquele dia de agosto, "dividiremos o sul segregado em mil pedaços e os reuniremos à imagem de Deus e da democracia. Devemos dizer: 'Acorde, América. Acorde!' Pois não podemos parar, e não vamos e não podemos ser pacientes. ”

Seu texto original era mais direto. "Vamos marchar pelo sul, pelo coração de Dixie, como Sherman fez", ele escreveu. A lei de direitos civis do presidente John F. Kennedy era "muito pouco, muito tarde", ele escreveu, exigindo: "De que lado está o governo federal?"

Mas King e outros anciãos - Lewis tinha apenas 23 anos - temiam que essas passagens do primeiro rascunho ofendessem o governo Kennedy, que eles achavam que não poderiam alienar sua iniciativa de ação federal sobre direitos civis. Disseram-lhe para suavizar o discurso.

Ainda assim, a multidão, estimada em mais de 200.000, rugiu com aprovação em todos os seus enunciados.

Um homem sério que não tinha a língua de prata de outros oradores dos direitos civis, o Sr. Lewis podia ser pugnaz, tenaz e obstinado, e liderou com uma força que exigia atenção.

Lewis e um colega do Freedom Rider, James Zwerg, depois de terem sido atacados por segregacionistas em Montgomery, Alabama, em maio de 1961.
Lewis e um colega do Freedom Rider, James Zwerg, depois de terem sido atacados por segregacionistas em Montgomery, Alabama, em maio de 1961.Crédito...Bettmann / Corbis


Ele ganhou uma reputação de ter uma fé quase mística em sua própria capacidade de sobrevivência. Um ativista dos direitos civis que o conhecia bem disse ao The New York Times em 1976: “Alguns líderes, mesmo os mais difíceis, ocasionalmente enfrentam uma situação em que sabem que serão espancados ou presos. John nunca fez isso. Ele sempre entrava com força total na briga.

Lewis foi preso 40 vezes entre 1960 e 1966. Ele foi repetidamente espancado por policiais do sul e criminosos freelancers. Durante o Freedom Rides em 1961, ele ficou inconsciente em uma poça de sangue próprio do lado de fora do terminal de ônibus Greyhound em Montgomery, Alabama, depois que ele e outros foram atacados por centenas de pessoas brancas. Ele passou incontáveis ​​dias e noites nas prisões do condado e 31 dias na penitenciária Parchman notoriamente brutal do Mississippi.

Uma vez no Congresso, Lewis votou com os democratas mais liberais, embora também tenha mostrado uma série independente. Em sua busca para construir o que o Dr. King chamou de "a comunidade amada" - um mundo sem pobreza, racismo ou guerra (Lewis adotou a frase) - ele rotineiramente votava contra os gastos militares. Ele se opôs à guerra do Golfo Pérsico de 1991 e ao Acordo de Livre Comércio da América do Norte, que foi assinado em 1992. Ele se recusou a participar da “Marcha dos Milhões de Homens” em Washington em 1995, dizendo que as declarações feitas pelo organizador, Louis Farrakhan, líder da Nação do Islã, eram "divisores e fanáticos".

Em 2001, Lewis pulou a posse de George W. Bush, dizendo que pensava que Bush, que se tornara presidente após a Suprema Corte interromper uma recontagem de votos na Flórida, não havia sido verdadeiramente eleito.

Em 2017, ele boicotou a posse de Trump, questionando a legitimidade de sua presidência por causa de evidências de que a Rússia se intrometera nas eleições de 2016 em nome de Trump.

Isso rendeu a ele um comentário irônico no Twitter do presidente : “O congressista John Lewis deveria dedicar mais tempo a consertar e ajudar seu distrito, que está em péssima forma e desmoronando (sem mencionar o crime infestado), em vez de reclamar falsamente dos resultados das eleições. Todos falam, falam, falam - nenhuma ação ou resultado. Triste!"

O ataque de Trump marcou um forte desvio do respeito que Lewis havia sido concedido por presidentes anteriores, incluindo, mais recentemente, Barack Obama. Obama concedeu a Lewis a Medalha Presidencial da Liberdade, a maior honra civil do país, em 2011.

O presidente Barack Obama juntou-se ao Sr. Lewis em Selma, Alabama, em 2015, para observar o 50º aniversário da Lei de Direitos de Voto de 1965.
O presidente Barack Obama juntou-se ao Sr. Lewis em Selma, Alabama, em 2015, para observar o 50º aniversário da Lei de Direitos de Voto de 1965.Crédito...Doug Mills / The New York Times


Ao conceder a honra em uma cerimônia na Casa Branca , Obama disse: “Gerações a partir de agora, quando os pais ensinarem aos filhos o que se entende por coragem, a história de John Lewis virá à mente - um americano que sabia que a mudança não podia esperar para outra pessoa ou outra hora; cuja vida é uma lição da feroz urgência de agora. "

Para Sua Família, 'Pregador'
John Robert Lewis cresceu com todas as humilhações impostas pelo Alabama rural segregado. Ele nasceu em 21 de fevereiro de 1940, filho de Eddie e Willie Mae (Carter) Lewis, perto da cidade de Troy, em uma fazenda de propriedade de um homem branco. Depois que seus pais compraram sua própria fazenda - 110 acres por US $ 300 - John, o terceiro de 10 filhos, dividiu o trabalho agrícola, saindo da escola na época da colheita para colher algodão, amendoim e milho. A casa deles não tinha encanamento ou eletricidade. No banheiro externo, eles usavam as páginas de um antigo catálogo da Sears como papel higiênico.

John era responsável por cuidar das galinhas. Ele os alimentou e leu para eles da Bíblia. Ele os batizou quando nasceram e organizou funerais elaborados quando morreram.

“Eu estava realmente decidido a salvar as almas dos passarinhos”, ele escreveu em suas memórias, “Walking With the Wind” (1998). “Eu podia imaginar que eles eram minha congregação. E eu fui pregador. ”

Sua família o chamou de “Pregador”, e tornar-se um parecia ser o seu destino. Ele se inspirou ouvindo um jovem ministro chamado Martin Luther King no rádio e lendo sobre o boicote aos ônibus de Montgomery de 1955-56 . Finalmente, ele escreveu uma carta ao Dr. King, que lhe enviou uma passagem de ônibus de ida e volta para visitá-lo em Montgomery, em 1958.

Naquela época, Lewis havia começado seus estudos no American Baptist Theological Seminary (agora American Baptist College) em Nashville, onde trabalhava como lavador de pratos e zelador para pagar por sua educação.

Em Nashville, Lewis conheceu muitos dos ativistas dos direitos civis que organizariam os protestos no balcão do almoço, passeios de liberdade e campanhas de registro de eleitores. Eles incluíam o Rev. James M. Lawson Jr., que foi um dos mais proeminentes estudiosos da desobediência civil do país e que liderou oficinas sobre Gandhi e não-violência. Ele orientou uma geração de organizadores de direitos civis, incluindo Lewis.

Lewis, à direita, e um colega manifestante, James Bevel, estavam do lado de fora de um restaurante de Nashville em 1960, durante uma manifestação para protestar contra a recusa do establishment em servir os negros.
Lewis, à direita, e um colega manifestante estudantil, James Bevel, estavam do lado de fora de um restaurante de Nashville em 1960 durante uma manifestação para protestar contra a recusa do estabelecimento em servir os negros.Crédito...Jack Corn / The Tennessean, via USA Today Network

A primeira prisão de Lewis ocorreu em fevereiro de 1960, quando ele e outros estudantes exigiram atendimento nos balcões de almoço apenas para brancos em Nashville. Foi a primeira batalha prolongada do movimento que evoluiu para o Comitê de Coordenação de Estudantes Não-Violentos.

David Halberstam, então repórter do The Nashville Tennessean, descreveu mais tarde a cena : “Os protestos foram conduzidos com uma dignidade excepcional e gradualmente uma imagem passou a prevalecer - a de jovens negros elegantes e corteses, mantendo seus princípios gandhianos, buscando o mais elementar dos direitos, enquanto é agredido por jovens bandidos brancos que os espancam e, às vezes, extinguem cigarros em seus corpos. ”

Em três meses, após repetidas manifestações publicamente divulgadas , as comunidades políticas e empresariais da cidade cederam à pressão, e Nashville se tornou a primeira grande cidade do sul a começar a desagregar instalações públicas.

Mas Lewis perdeu a boa vontade de sua família. Quando seus pais descobriram que ele havia sido preso em Nashville, ele escreveu, ficaram com vergonha. Eles o ensinaram quando criança a aceitar o mundo como ele o encontrou. Quando ele perguntou sobre placas que diziam "Somente cor", eles disseram: "É assim que as coisas são, não se metam em problemas".

Mas, quando adulto, disse ele, depois de conhecer a Dra. King e Rosa Parks , cuja recusa em desistir de seu assento de ônibus para um homem branco foi um ponto de inflamação para o movimento dos direitos civis, ele foi inspirado a “ter problemas, bom problemas, problemas necessários. ”

Entrar em “bons problemas” se tornou seu lema para a vida. Um documentário, "John Lewis: Good Trouble", foi lançado este mês.

Apesar da desgraça que ele trouxe para sua família, ele sentiu que estava "envolvido em uma cruzada sagrada" e que ser preso tinha sido "um distintivo de honra", disse ele em uma entrevista de história oral em 1979 com a Universidade de Washington, em St. . Louis.

Em 1961, quando se formou no seminário, ingressou em um Freedom Ride organizado pelo Congresso de Igualdade Racial, conhecido como CORE. Ele e outros foram espancados quando tentaram entrar em uma sala de espera só para brancos na rodoviária de Rock Hill, SC. ​​Mais tarde, ele foi preso em Birmingham, Alabama, e espancado novamente em Montgomery, onde vários outros ficaram gravemente feridos e um ficou paralisado por toda a vida.

“Se havia algo que eu aprendi naquela longa e sangrenta viagem de ônibus de 1961”, escreveu ele em suas memórias, “foi isso - que estávamos em uma longa e sangrenta luta aqui no sul da América. E eu pretendia ficar no meio disso.

Ao mesmo tempo, um cisma no movimento estava se abrindo entre aqueles que queriam expressar sua raiva e revidar e aqueles que acreditavam em continuar com a não-violência. Lewis escolheu a não-violência.

Lewis, em junho de 1967. Ele esteve "envolvido em uma santa cruzada", disse ele mais tarde, e ser preso foi "um distintivo de honra".
Lewis, em junho de 1967. Ele esteve "envolvido em uma santa cruzada", disse ele mais tarde, e ser preso foi "um distintivo de honra".Crédito...Sam Falk / The New York Times

Porém, na época dos tumultos urbanos da década de 1960, particularmente na seção Watts de Los Angeles em 1965, muitos negros haviam rejeitado a não-violência em favor do confronto direto. Lewis foi deposto como presidente do Comitê de Coordenação de Não-Violência Estudantil em 1966 e substituído pelo ardente Stokely Carmichael , que popularizou a frase "poder negro".

Lewis passou alguns anos fora dos holofotes. Ele liderou o Projeto de Educação do Eleitor, registrando eleitores e terminou seu bacharelado em religião e filosofia na Universidade Fisk, em Nashville, em 1967.

Durante esse período, ele conheceu Lillian Miles, bibliotecária, professora e ex-voluntária do Peace Corps. Ela era extrovertida e política e podia citar os discursos do Dr. King literalmente. Eles se casaram em 1968 e ela se tornou uma das conselheiras políticas mais próximas dele.

Ela morreu em 2012. Os sobreviventes de Lewis incluem vários irmãos e seu filho, John-Miles Lewis.

Lewis fez sua primeira tentativa de concorrer ao cargo em 1977, uma tentativa malsucedida do Congresso. Ele ganhou um assento no Conselho da Cidade de Atlanta em 1981 e, em 1986, concorreu novamente à Casa. Foi uma corrida amarga que enfrentou duas figuras de direitos civis, Lewis e Julian Bond , um amigo e ex-associado próximo dele no movimento. O carismático Sr. Bond, mais articulado e polido que Lewis, era o favorito percebido.

"Quero que você pense em enviar um cavalo de trabalho para Washington, e não um cavalo de exposição", disse Lewis durante um debate . "Quero que você pense em enviar um rebocador e não um showboat".

Lewis venceu chateado, com 52% dos votos. Seu apoio veio dos distritos brancos de Atlanta e dos eleitores negros da classe trabalhadora e pobres que se sentiram mais à vontade com ele do que com Bond, embora Bond tenha conquistado a maioria dos eleitores negros.

Não surpreende que a longa carreira no Congresso de Lewis tenha sido marcada por protestos. Ele foi preso em Washington várias vezes, inclusive fora da Embaixada da África do Sul por se manifestar contra o apartheid e na Embaixada do Sudão enquanto protestava contra o genocídio em Darfur.

Em 2010, ele apoiou a lei de saúde de Obama, uma medida divisória que atraiu manifestantes raivosos, incluindo muitos do Tea Party de direita,   para o Capitólio. Alguns manifestantes gritaram obscenidades e insultos raciais contra Lewis e outros membros do Congresso Negro Caucus.

"Eles estavam gritando, meio que assediando", disse Lewis a repórteres na época. "Mas tudo bem. Já enfrentei isso antes.

Lewis e outros membros do Congresso organizam uma manifestação no plenário da Câmara dos Deputados em junho de 2016, exigindo que o órgão liderado pelos republicanos vote na legislação de controle de armas após o massacre da boate de Orlando. 
Lewis e outros membros do Congresso organizam uma manifestação no plenário da Câmara dos Deputados em junho de 2016, exigindo que o órgão liderado pelos republicanos vote na legislação de controle de armas após o massacre da boate de Orlando. Crédito...Gabinete da representante Elizabeth Esty, via Agence France-Presse - Getty Images


Em 2016, após um massacre em uma boate em Orlando, na Flórida, deixou 49 pessoas mortas, ele liderou uma manifestação no plenário da Câmara para protestar contra a inação federal no controle de armas. A manifestação atraiu o apoio de 170 parlamentares, mas os republicanos a rejeitaram como um golpe publicitário e reprimiram qualquer ação legislativa.

Durante todo o processo, os eventos do Domingo Sangrento nunca estiveram longe de sua mente, e todo ano Lewis viajava a Selma para comemorar seu aniversário. Com o tempo, ele observou atitudes mudarem. Na cerimônia em 1998, Joseph T. Smitherman, que havia sido prefeito segregacionista de Selma em 1965 e ainda era prefeito - embora arrependido - deu a Lewis uma chave para a cidade.

"Naquela época, eu o chamei de um agitador externo", disse Smitherman sobre Lewis. "Hoje, eu o chamo de uma das pessoas mais corajosas que já conheci."

Lewis era um orador popular no início da faculdade e sempre oferecia o mesmo conselho - que os graduados tivessem "bons problemas", como ele havia feito contra a vontade de seus pais.

Lewis, em 2017. "Nossa luta não é a luta de um dia, uma semana, um mês ou um ano", disse ele, "é a luta de uma vida."
Lewis, em 2017. "Nossa luta não é a luta de um dia, uma semana, um mês ou um ano", disse ele, "é a luta de uma vida."Crédito...Al Drago / The New York Times

https://twitter.com/repjohnlewis

Ele colocou dessa maneira no Twitter em 2018 :

“Não se perca em um mar de desespero. Seja esperançoso, seja otimista. Nossa luta não é a luta de um dia, uma semana, um mês ou um ano, é a luta de uma vida. Nunca, tenha medo de fazer barulho e ter problemas, problemas necessários. ”

https://www.nytimes.com/

Como é ser negro no Japão, país onde 98% da população é nativa

Jamaicana Danielle Thomas, de 28 anos, chegou ao Japão em 2016
© Arquivo pessoal Jamaicana Danielle Thomas, de 28 anos, chegou ao Japão em 2016

Quando o nigeriano Samuel Lawrance chegou ao Japão, aos 17 anos de idade, a vida na terra do sol nascente era mais difícil e os desafios do idioma e da cultura, assustadores. Hoje com 34 anos, Samuel é um engenheiro bem-sucedido que vive em Tóquio e carrega uma história de quem enfrentou a escola japonesa, a universidade e o preconceito para conquistar um espaço.
"Quando era adolescente, passava por situações bem complicadas, como estar sentado no trem e ter um espaço livre ao meu lado, mas ninguém querer sentar comigo. As pessoas preferiam ficar de pé, inclusive idosos. Me sentia tão mal que queria levantar para que as pessoas pudessem se sentar", conta ele à BBC News Brasil.

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Samuel diz achar que o Japão melhorou e hoje é um país mais aberto, embora situações como essa do trem ainda ocorram eventualmente.
"Acho que o Japão foi uma sociedade muito fechada por um longo período e de repente passou a aceitar muitos estrangeiros. Eles estão tentando se acostumar a ter pessoas naturais de outros países ao redor. O Japão hoje é muito melhor do que era quando cheguei aqui."
A discriminação racial é uma questão pouco debatida no Japão, mas que esteve no centro de discussões desencadeadas por eventos específicos nos últimos anos.
Não há estimativas sobre a quantidade de negros no Japão, uma vez que o órgão de estatísticas do país só colhe dados por nacionalidade. Os estrangeiros respondem por apenas 1,7% da população japonesa.
Brasileira Lorraina Eduarda Vital Cota Nakamura, de 28 anos, veio de São Joaquim da Barra, em São Paulo, para o Japão há dois anos© Arquivo pessoal Brasileira Lorraina Eduarda Vital Cota Nakamura, de 28 anos, veio de São Joaquim da Barra, em São Paulo, para o Japão há dois anos
Em 2015, quando a modelo Ariana Miyamoto, filha de mãe japonesa e pai afro-americano, conquistou o título de Miss Universo Japão, a questão ganhou espaço depois de uma chuva de críticas. Embora tenha nascido e crescido no Japão, Ariana sofreu ataques de pessoas que diziam que ela não era "japonesa o suficiente" para representar o país.
Naquele ano, a modelo deu declarações de que a discriminação a deixava ainda mais motivada, e o debate foi além da questão do racismo: colocou em xeque a hegemonia da sociedade japonesa.
Em janeiro do ano passado, outra questão racial levou o tema novamente para a mesa de debates. A prestigiada tenista nipo-haitiana Naomi Osaka foi retratada em uma animação da empresa Nissin, fabricante de macarrão instantâneo, com a pele branca. A polêmica fez a empresa vir a público pedir desculpas, dizendo que terá "mais sensibilidade no futuro".
A morte do afro-americano George Floyd, de 46 anos, assassinado durante uma abordagem violenta de um policial branco nos Estados Unidos, desencadeou uma onda de protestos antirracistas no mês passado e gerou um debate de proporções internacionais.
Engenheiro mecânico Stephen Estelle, de 25 anos, veio dos Estados Unidos para tentar a vida no Japão© Arquivo pessoal Engenheiro mecânico Stephen Estelle, de 25 anos, veio dos Estados Unidos para tentar a vida no Japão
Alguns veículos japoneses aproveitaram a oportunidade para levantar uma importante questão: será que o Japão não tem nada a ver com a luta contra o racismo?
Para Yasuko Takezawa, professora do Instituto de Pesquisa em Ciências Humanas da Universidade de Quioto, a questão racial também é um problema na sociedade japonesa.
"A maioria dos japoneses não tem uma experiência direta com pessoas negras. A imagem no país é proveniente da mídia, novelas, filmes, famosos com descendência africana ou comediantes que fazem imitações estereotipadas. É uma imagem que não é corrigida e acaba influenciando a sociedade", explica.
Sem falar o idioma, Stephen passou um ano em Tóquio, onde adquiriu experiência com os japoneses e depois se mudou para o extremo sul do país, para trabalhar no Instituto de Ciências e Tecnologia de Okinawa© Arquivo pessoal Sem falar o idioma, Stephen passou um ano em Tóquio, onde adquiriu experiência com os japoneses e depois se mudou para o extremo sul do país, para trabalhar no Instituto de Ciências e Tecnologia de Okinawa

Curiosidade além dos limites

Em janeiro de 2019, o engenheiro mecânico Stephen Estelle, de 25 anos, saiu dos Estados Unidos para tentar a vida no Japão. Sem falar o idioma, Stephen passou um ano em Tóquio, onde adquiriu experiência com os japoneses e depois se mudou para o extremo sul do país, para trabalhar no Instituto de Ciências e Tecnologia de Okinawa.
Stephen conta que teve mais experiências positivas do que negativas e que a interação com os japoneses geralmente ocorre através da curiosidade.
Danielle foi trabalhar como professora de inglês em uma escola primária em Ibaraki, província a 82 km de Tóquio© Arquivo pessoal Danielle foi trabalhar como professora de inglês em uma escola primária em Ibaraki, província a 82 km de Tóquio
"Sinto que as pessoas ficam mais interessadas em conversar comigo por causa da curiosidade. Elas fazem perguntas, querem saber sobre o meu cabelo e a minha cultura. Eu acho que é algo bom, pois eles estão aprendendo e assim conseguem dissolver os estereótipos", explica.
Acostumado a falar sobre si, Stephen conta que já passou por situações constrangedoras e que nem sempre a curiosidade é positiva. "Há pessoas que passam dos limites e invadem a sua privacidade, tentam tocar em você sem pedir. Conversando com um amigo negro, descobri que temos uma experiência parecida, a de ir em um banheiro público e ter um desconhecido tentando 'espiar' você. Isso é desrespeitoso, além dos limites", critica.
Apesar dos inconvenientes, o afro-americano conta que a experiência no Japão tem sido positiva. "Aqui eu não preciso me preocupar com a violência policial, mas nos Estados Unidos há mais suporte, amigos afro-americanos, a comunidade, a família. Se eu pegar o carro à noite nos Estados Unidos e sair de casa, posso chamar atenção de um policial. Aqui não me preocupo com isso, eu me sinto mais seguro".
A jamaicana Danielle Thomas, de 28 anos, chegou ao Japão em 2016 e foi trabalhar como professora de inglês em uma escola primária em Ibaraki, província a 82 km de Tóquio.
Acostumada com as crianças japonesas, Danielle conta que passou por algumas experiências "engraçadas", como a de um menino que disse para a mãe que a professora tem "a cara marrom" e outro garoto que a chamava de "professora marrom".
"Eu adoro trabalhar com as crianças, elas são energéticas e puras. Eu não me ofendo com isso, acho que é bonitinho. Eles são honestos, ficam surpresos comigo e deixam os pais constrangidos", diz.
Acostumada com as crianças japonesas, Danielle conta que passou por algumas experiências "engraçadas", como a de um menino que disse para a mãe que a professora tem "a cara marrom"© Arquivo pessoal Acostumada com as crianças japonesas, Danielle conta que passou por algumas experiências "engraçadas", como a de um menino que disse para a mãe que a professora tem "a cara marrom"
A curiosidade também é algo presente em seu dia a dia no Japão. "Estou sempre respondendo às mesmas perguntas sobre o meu país e principalmente sobre o meu cabelo. Eu canso, mas não me importo. Na Jamaica, todo mundo era como eu, e quando cheguei ao Japão, eu também fiquei fascinada pelo cabelo dos japoneses. Eu também queria tocar neles, por isso eu entendo", brinca.

Adaptação difícil

A brasileira Lorraina Eduarda Vital Cota Nakamura, de 28 anos, veio de São Joaquim da Barra, em São Paulo, para o Japão há dois anos, depois de vencer o medo de se mudar para o outro lado do mundo. "Na época, o meu marido (descendente de japoneses) ficou desempregado e então surgiu a ideia de ir ao Japão. Eu tinha muito medo, acreditava que os japoneses eram preconceituosos e temia pela minha filha, que tinha só seis anos", conta.
Lorraina se instalou com a família na província de Mie, na região central do Japão. A brasileira conta que começou a trabalhar em fábricas e se sentiu bem recebida, mas enfrentou uma adaptação difícil, principalmente por causa do idioma.
"Assim que cheguei eu procurei um curso de japonês e comecei a estudar. Aprendi o hiragana (um dos três sistemas de escrita) e depois tive aulas particulares, mas quanto mais eu estudava, menos eu aprendia. Essa língua é muito difícil para mim, tenho me esforçado para vencer essa barreira."
"Na época, o meu marido (descendente de japoneses) ficou desempregado e então surgiu a ideia de vir ao Japão. Eu tinha muito medo, acreditava que os japoneses eram preconceituosos e temia pela minha filha, que tinha só seis anos", diz Lorraina© Arquivo pessoal "Na época, o meu marido (descendente de japoneses) ficou desempregado e então surgiu a ideia de vir ao Japão. Eu tinha muito medo, acreditava que os japoneses eram preconceituosos e temia pela minha filha, que tinha só seis anos", diz Lorraina

Lorraina se tornou autônoma e abriu um salão de beleza em casa, especializado em tranças, dreads e alongamentos capilares. A brasileira conta que a filha Helena, hoje com 8 anos, se adaptou bem na escola japonesa, mas passou por um episódio de bullying.
"Um colega japonês zombou do cabelo dela e logo fomos na escola resolver a situação. Hoje em dia eles são amigos e não houve mais nada. Todos os dias, quando ela chega da escola, eu pergunto como foi com os colegas e com a professora, estamos sempre acompanhando", diz.
Com relação ao racismo, Lorraina diz que passou por poucas situações desconfortáveis, como a vez em que estava em uma loja de usados e se aproximou de algumas crianças para se olhar no espelho. "A mãe disse 'abunai, abunai' (perigo em japonês) e eu não entendi. Pareceu que estava dizendo para as crianças que eu sou perigosa", relembra.
De uma maneira geral, ela conta que a experiência no Japão tem sido positiva. "Geralmente sou bem tratada e tenho gostado de morar aqui pela segurança e a estabilidade. Fora o problema da língua, eu sinto falta do calor humano do Brasil. Aqui as pessoas são afastadas, é cada um por si. Isso poderia me fazer querer voltar ao Brasil, mas o racismo, não", diz.
"A sensação é de que não importa o quão bom eu seja no que eu faço, não posso crescer por ser estrangeiro ou por ser negro", diz nigeriano Samuel Lawrance© Arquivo pessoal "A sensação é de que não importa o quão bom eu seja no que eu faço, não posso crescer por ser estrangeiro ou por ser negro", diz nigeriano Samuel Lawrance

Sistema japonês

O nigeriano Samuel Lawrance, que está há mais de 15 anos no Japão e se aprofundou na sociedade e no sistema do país, acredita que há um racismo "passivo-agressivo" na sociedade japonesa, por ser algo que ocorre muitas vezes de maneira discreta.
"Eu trabalhei em uma empresa japonesa há alguns anos e passei por uma situação bastante desconfortável, de ver alguém bem menos capacitado e experiente do que eu se tornando o meu chefe simplesmente por ser japonês. A sensação é de que não importa o quão bom eu seja no que eu faço, não posso crescer por ser estrangeiro ou por ser negro", desabafa.
Samuel trabalha atualmente para uma empresa estrangeira, que implementa tecnologia de inteligência artificial em campos de golfe e tênis. Depois de passar pelo sistema educacional do Japão e de se encaixar na sociedade como um trabalhador, o nigeriano acredita que tem a missão de ajudar a educar os japoneses com relação aos negros.
"Já ouvi todo o tipo de pergunta, até se tem ar-condicionado na Nigéria. Eu poderia ficar bravo, mas acredito que a minha missão é educar e apresentar informações corretas para qualquer um que esteja me perguntando. Quero que os japoneses saibam como é o meu país e a minha cultura."
Depois de passar metade da vida no Japão, o nigeriano acredita que se adaptou por ter entrado no sistema e seguido uma carreira, mas nem por isso pensa em ficar para sempre no país.
"A diferença entre mim e um trabalhador japonês é que ele tem um passaporte japonês e obviamente não se parece como eu, apenas isso. Eu estou aqui porque os meus serviços estão sendo requisitados. Quando não forem mais, acredito que vou embora", diz.

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