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Como crise do coronavírus expõe racha entre evangélicos no Brasil

Cultos religiosos, que costumam receber centenas ou até milhares de pessoas, podem se transformar em um local de transmissão em massa - assim como jogos esportivos, protestos e festas
© Reprodução/Facebook Templo de Salomão Cultos religiosos, que costumam receber centenas ou até milhares de pessoas, podem se transformar em um local de transmissão em massa - assim como jogos esportivos, protestos e festas
O teólogo Kenner Terra, do Espírito Santo, teve que lidar com uma enxurrada de críticas e comentários agressivos de outros evangélicos quando publicou um texto defendendo o isolamento social para combater o coronavírus.

Coordenador do Fórum Evangelho e Justiça no Espírito Santo, Terra é pastor de uma igreja batista que está entre as que defendem as medidas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMSA) para evitar a disseminação da covid-19. 

Em contraste com líderes evangélicos conhecidos que vieram a público criticar o isolamento e defender a abertura das igrejas, diversos pastores das mais diferentes denominações defendem a suspensão de cultos presenciais e estão disponibilizando cultos online, enviando cartas e promovendo eventos e debates na internet sobre a importância dos cuidados diante da pandemia.
"Mas é uma minoria", diz Terra. "Só de você estar considerando as recomendações da OMS já é quase como um 'ato de resistência'", diz ele.
As igrejas estão divididas. De um lado líderes que defendem o fim do isolamento, a manutenção dos templos abertos e os cultos presenciais — destes, alguns até entraram em disputa com o Ministério Público do Rio de Janeiro pelo direito de manter as igrejas abertas. Do outro lados, líderes que fecharam os templos, fazem cultos online e pedem para os fiéis orarem em casa.
Para teólogos e sociólogos evangélicos ouvidos pela BBC News Brasil, essa divergência sobre o coronavírus expõe uma divisão nesse grupo religioso que se acentuou durante os últimos anos, à medida que o presidente do país, Jair Bolsonaro, assumia, cada vez mais, uma "aura de autoridade religiosa".
Eles dizem que, do lado dos que minimizam a ameaça da crise, estão, em geral, grupos que se alinham com o projeto Bolsonarista e o acompanham na forma de lidar com a pandemia; de outro, estão grupos que não aderiram ao que Kenner Terra chama de "bolsoreligiosidade".
Mas a situação embaralhou as divisões "clássicas" que normalmente se fazem dos evangélicos — entre os grupos de heranças protestantes mais tradicionais (como metodistas, batistas e presbiterianos) e os neopentecostais e pentecostais (igrejas como a Assembleia de Deus e a Universal).
Grupos evangélicos no Brasil são heterogêneos© Getty Images Grupos evangélicos no Brasil são heterogêneos
Ou seja, não é possível separar a postura por tradição religiosa — dentro desses segmentos há uma divisão. Na igreja metodista, por exemplo, que em geral têm defendido o isolamento, há líderes divergentes.

Alinhamento com Bolsonaro

Segundo uma pesquisa recente do instituto Datafolha, os evangélicos continuam sendo um dos setores onde Bolsonaro tem aprovação. E, embora a maioria dos evangélicos no Brasil seja a favor das medidas de isolamento, o índice dos que são contra o isolamento e acham que a população deve sair para trabalhar (de 44%) é maior entre esses religiosos do que na população em geral (37%).
"Penso que o alinhamento ao projeto de Bolsonaro tem uma relação mais direta com a polarização entre conservadores (direita) e liberais (esquerda)", explica o teólogo conservador Guilherme de Carvalho, diretor do grupo de estudos L'Abri Fellowship Brasil e ex-diretor de educação em direitos humanos do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos.
No entanto, ressalva, a crise do coronavírus fez com que o apoio a Bolsonaro e às medidas de isolamento não seja unânime nem entre os conservadores, afirma Carvalho, que também é membro do conselho deliberativo do Instituto Brasileiro de Direito e Religião (IBDR).
"Posso dizer que há muitos conservadores católicos e evangélicos que não estão de modo algum alinhados com Bolsonaro na questão do coronavírus, tanto fora quanto dentro do governo, inclusive", diz ele, que deixou o ministério no mês passado.
Líderes da igreja Batista de Lagoinha, por exemplo, frequentada pela ministra Damares Alves, ao mesmo tempo que apoiaram o dia de jejum convocado por Bolsonaro ("para que o país fique livre desse mal"), têm feito cultos online, chamando os fiéis para ficarem em casa e criticado pastores que não fazem o mesmo.
"A covid-19 rachou o suporte evangélico transversalmente, em todas as denominações, excetuando-se as mais autocráticas (centradas na figura de líderes religiosos específicos)", afirma Carvalho.

Fator Moro

Outro fator recente que evidenciou o divergência entre as igrejas foi o pedido de demissão do ex-ministro da Justiça Sergio Moro.
A saída de Moro foi vista com desaprovação por boa parte da comunidade evangélica, explica Carvalho, que vê Moro como símbolo de combate à corrupção.
"Muitos ficaram bem desgostosos com esse processo todo, fazendo com que a posição de muitos evangélicos tenha se movimentado um pouco mais para a oposição", diz ele.
Até líderes que fazem parte da base mais fiel de apoio ao presidente — como o pastor Silas Malafaia — criticam a saída do ministro.
E entidades importantes e normalmente próximas ao governo Bolsonaro, como a Associação dos Juristas Evangélicos (Anajure), viram com descontentamento a saída do ministro. A Anajure emitiu uma nota de repúdio à "interferência do presidente na direção-geral da Polícia Federal".
No entanto, muitos pastores ainda se mantém fiéis à "bolsoreligiosidade".

Líderes midiáticos

A pesquisadora metodista Magali Cunha, do grupo Comunicação e Religião da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), explica que são esses líderes mais "midiáticos" — nomes como Silas Malafaia (da Assembleia de Deus Vitória em Cristo) e Edir Macedo (Igreja Universal do Reino de Deus) — que têm sido os mais vocais na crítica às medidas de isolamento e mais negacionistas em relação à ameaça representadas pelo coronavírus.
Macedo compartilhou um vídeo em que dizia que o coronavírus não era uma grande ameaça. "Meu amigo e minha amiga, não se preocupe com o coronavírus. Porque essa é a tática, ou mais uma tática, de Satanás" dizia ele.
A Frente Parlamentar Evangélica também defendeu que as igrejas fiquem abertas.
"É fundamental que os templos, guardadas as devidas medidas de prevenção, estejam de portas abertas para receber os abatidos e acolher os desesperados", disse o grupo em nota emitida há algumas semanas.
"A fé ajuda a superar angústias e é fator de equilíbrio psicoemocional", afirma a bancada.
A BBC News Brasil tentou falar com o presidente da bancada, o deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), e com líderes religiosos contrários ao fechamento dos templos, mas não obteve resposta.
A Igreja Universal disse em nota que serviços religiosos foram considerados essenciais por decreto presidencial e que está tomando medidas de "cautela sanitária", como oferecer álcool em gel e pedir para que os fiéis sentem longe uns dos outros nos locais onde os cultos ainda estão sendo realizados — eles foram suspensos nos Estados que os proibiram.
"Nas localidades onde está proibida a realização de cultos em templos religiosos, a Universal está aberta apenas para orações individuais e auxílio espiritual, e observando todas as cautelas sanitárias", diz a igreja.
"Percebe-se que um dos principais grupos que estão contra a medida (de isolamento social) são igrejas sem uma organização mais coletiva, governadas por líderes únicos com uma liderança mais personalistas — figuras sempre envolvidas em polêmicas que acompanham politicamente as orientações do presidente", afirma Cunha.
O próprio presidente, dizem os teólogos, acabou se transformando em uma figura de "autoridade religiosa", capaz de influenciar o posicionamento de pastores e fiéis.
Guilherme de Carvalho considera que esse fator é a principal motivação dos grupos contrários ao isolamento social.
"Bolsonaro claramente tem uma aura de autoridade religiosa. Essa aura foi evidentemente cultivada e explorada na 'Santa Convocação' ao jejum do dia 5 de abril, com um vídeo bastante divulgado em redes sociais com palavras de apoio de importantes lideranças evangélicas", afirma Carvalho.
Apoiaram o jejum lideranças importantes das mais variadas denominações religiosas: as igrejas Sara Nossa Terra, Mundial do Poder de Deus, Renascer em Cristo, Presbiteriana do Brasil, Quadrangular do Reino de Deus, Batista Getsêmani e outras igrejas batistas.
"Essa autoridade foi conferida pelas próprias autoridades religiosas, embora, a essa altura, tenha ganhado certa independência", diz ele.
Nesse contexto, explica, Bolsonaro é visto como representante de certos valores morais caros a esses grupos e qualquer oposição a ele é vista como sendo feita por "inimigos da fé".
"É o voto de confiança turbinado pela religiosidade", diz ele, para quem esse apoio também é perpassado por um temor entre os conservadores de que "o enfraquecimento de Bolsonaro permita a ascensão da esquerda".
"É o que eu chamo de 'bolsorreligiosidade', que tem em Bolsonaro uma figura sagrada, a fala dele representa a leitura de mundo que deve ser seguida", explica Kenner Terra.
"Há uma tendência de tornar esse apoio ao Bolsonaro em um ato piedoso: é óbvio que apoiá-lo é defender a família, quem não o apoia é inimigo, não é ouvido, precisa ser exorcizado e silenciado."
Membros da bancada evangélica do Congresso se reúnem com o presidente Jair Bolsonaro e ministros em Brasília antes da pandemia© Agência Brasil Membros da bancada evangélica do Congresso se reúnem com o presidente Jair Bolsonaro e ministros em Brasília antes da pandemia
"Bolsonaro identificou que precisava do apoio dos evangélicos nas eleições e certos grupos evangélicos perceberam que poderiam usar isso para conseguir benefícios", explica. "É preciso lembrar que muitos desses religiosos apoiaram Dilma e Lula quando foi conveniente", afirma.
Carvalho vê uma origem diferente para essa autoridade que acabou sendo conferida ao presidente — uma espécie de vácuo de autoridade que o político soube aproveitar.
"Suas raízes estão, naturalmente, na necessidade de uma representação política que considere alguns valores cristãos importantes, como a família, a justiça, a honra a autoridades e a símbolos que promovam coesão social, e que deixe de marginalizar a voz cristã, erro sistematicamente cometido em governos anteriores", diz ele.
"Bolsonaro, corretamente, se lembrou de que existem milhares e milhares de igrejas no Brasil. Levou a sério os argumentos em favor da liberdade de religião ou crença, e as proteções especiais que essas liberdades recebem na Constituição Federal. Na verdade esse é um ponto a favor de Bolsonaro, e não contra", afirma Carvalho.
Carvalho defende o isolamento social como forma de combater o coronavírus, mas afirma que as autoridades estaduais e municipais, o Ministério Público e a imprensa não "compreendem a importância histórica e social da liberdade religiosa" e que muitos desses grupos estão com medo de perderem a liberdade de culto.
"Se alguém deseja enfraquecer a forma caricatural de conservadorismo representada por Bolsonaro, existe um e apenas um caminho: abrir diálogo com as igrejas evangélicas", diz ele.

Questão econômica

Segundo os analistas, há um setor, que inclui esses líderes, para quem a questão econômica é uma das motivações para a hesitação diante das medidas de isolamento.
"Há um medo das igrejas, porque a entrada financeira acontece principalmente nos cultos presenciais, há o risco da entrada ser menor, e há uma série de compromissos financeiros, aluguel dos templos, salários dos pastores, etc" afirma Kenner Terra.
"Em uma reunião que fui com o governador do Espírito Santo, 70% dos pastores tinham isso como principal preocupação, perguntaram se o Estado iria dar ajuda financeira para as igrejas."
Bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, pediu que seus fiéis não leiam notícias sobre o coronavírus© Reprodução/Instagram Bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, pediu que seus fiéis não leiam notícias sobre o coronavírus
"Não é diferente dos grandes empresários brasileiros que estão pedindo o fim do isolamento, é uma questão de fundo econômico. Eles vivem disso, não querem perder mercado. (O isolamento) interfere na estrutura de recolhimento de oferta", afirma o sociólogo Clemir Fernandes, do Instituto de Estudos da Religião (Iser).
Magali Cunha diz que "não podemos colocar na mesma balança" grandes conglomerados de igreja que possuem bens, influência política e até meios de comunicações, com igrejas menores, que funcionam com base nas doações do dia a dia.
"Muitas vezes é uma igreja que funciona em uma lojinha, em uma garagem, essas neopentecostais que surgem a rodo. Não podem ser comparados com esses líderes que têm compromissos público com uma agenda bolsonarista", diz ela.
"É verdade que alguns líderes de grandes igrejas tem feito muita pressão para manter abertas as igrejas, e pelo menos em alguns casos podemos especular que isso tenha relação com a sustentação financeira dessas igrejas. De certo modo, não difere muito do argumento de alguns empresários", afirma Guilherme de Carvalho.
"Mas tenho a impressão de que, para a maior parte das pequenas congregações, essa realmente não é a grande questão. Ouvi falar pouco sobre isso, entre pastores. A maior preocupação parece ser mesmo a ameaça à liberdade de culto", diz ele.
Pastores preocupados com a disseminação do coronavírus dizem que a solução para cumprir os compromissos econômicos é receber doações de outras formas, e que, embora legítima, essa preocupação não pode passar na frente da segurança e da vida.
Muitas doações têm migrado para a internet. A plataforma EuIgreja, que permite que os fiéis contribuam virtualmente, teve um aumento de 600% em inscrições de igrejas nas últimas três semanas, segundo Rafael Lazzaro, um dos sócios. Já são mil comunidades religiosas inscritas, incluindo a Igreja Metodista, a Igreja do Narazeno e a Assembleia de Deus.
Essa questão já levou inclusive a rusgas públicas entre líderes religiosos importantes. A pastora Ana Paula Valadão, da Igreja de Lagoinha, criticou pastores que não fecharam as portas e sugeriu que eles façam a coleta das doações pela internet. "Tá com medo de perder o quê? Arrecadação financeira?", disse ela.
Isso gerou uma resposta de Silas Malafaia. "Nunca cobrei um centavo para pregar o Evangelho", disse ele, que qualificou a crítica das pastora como uma "fala do inferno no nosso meio" e afirmou que "a igreja é o último reduto" das pessoas em tempos de crise.

Alas progressistas

Entre as igrejas evangélicas, os primeiros a defender o isolamento e transferir os cultos e estudos bíblicos para a internet foram os chamados grupos "progressistas", não alinhados ao presidente.
O pastor Henrique Vieira, líder religioso de esquerda visto no Rio de Janeiro como um "anti-Malafaia", tem feito toda sua pregação pela internet e veio a público criticar o jejum proposto pelo presidente.
"Abstinência de alimentos não parece o mais razoável em tempos de fortalecer nossa imunidade", diz ele, que fez um vídeo para explicar "o verdadeiro sentido do jejum religioso".
"A gente identifica claramente que as igrejas que apoiam as medidas preventivas são as que têm como base teológica do compromisso social" afirma Magali Cunha. "Historicamente trabalham temas como responsabilidade cristã, fazem trabalho social, têm uma preocupação de responder as demandas que surgem da sociedade."
O pastor Ricardo Gondim, da Igreja Betesda, em São Paulo, tem feito alertas diários no Twitter sobre os perigos da pandemia.
"Precisamos, urgente, dar nome, mostrar foto e contar a história das pessoas que morreram de covid", escreveu na quarta-feira (22). "Enquanto a discussão ficar nas futricas do Palácio e os números forem estatísticas frias, mais pessoas se manterão indiferentes."
Kenner Terra lamenta que a ala progressista da igreja evangélica tenha menos visibilidade. "São grupos menores, menos articulados e também que não são donos de grandes meios de comunicação", afirma. "Também é difícil você juntar pessoas muito críticas."

Fé e ciência

No vídeo em que duvida da gravidade do coronavírus, o pastor Edir Macedo mostra o trecho de um vídeo de um médico patologista que contraria a comunidade científica, o Ministério da Saúde e a OMS e diz que "de coronavírus a gente não morre".
"Fica aí o recado do doutor, que é cientista e tem fundamentos científicos para falar o que ele falou com certeza", diz o líder religioso no vídeo.
Mais de 210 mil pessoas já morreram por causa do covid-19 no mundo, mais de 4,5 mil delas no Brasil.
Para o sociólogo Clemir Fernandes, do Iser, o fato de muitos dos argumentos de religiosos e mensagens compartilhadas nas redes sociais trazerem supostos dados científicos, pesquisas e nomes de pesquisadores (muitas vezes incorretamente), mostram que o que existe não é uma descrença da ciência em si, mas uma tendência a acreditar somente naquilo que confirma uma visão já existente.
"Muitas das pessoas que defendem o uso da cloroquina (remédio que está sendo testado e ainda não tem eficácia comprovada) compartilham pesquisas que foram feitas com a substância, por exemplo", diz ele. "Se fosse uma descrença total por causa da religião, isso não aconteceria."
Ou seja, é problema muito mais de posicionamento político e ideológico do que a dificuldade em encaixar a ciência com a espiritualidade.
Para Guilherme de Carvalho, o fato de a "atitude leviana em relação à opinião científica e acadêmica" por parte do presidente não enfraquecer o suporte a Bolsonaro pode ter relação com o fato de a comunidade acadêmica "conversar pouco com a religião brasileira".
Segundo ele, isso "contribui perversamente para que a religião opere como referência única de verdade".
"Nesse deserto sem respeito a autoridades e sem cooperação, florescem teorias conspiratórias e o espírito do populismo. Assim, entre um líder político 'ungido' pelos líderes religiosos, e uma academia e uma imprensa que sempre jogam contra a fé, o povo tenderá a seguir esse líder político", afirma.
"Eu diria que o desprezo à opinião científica que se tornou tão gritante nas últimas semanas foi intensificado por uma inimizade desnecessária entre fé e ciência do qual os culpados são tanto a universidade Brasileira quanto os líderes religiosos evangélicos", afirma.



BBC News


Impeachment de Bolsonaro é “desenlace anunciado”, diz Collor

O ex-presidente Fernando Collor

O senador e ex-presidente Fernando Collor de Mello (PROS-AL) disse nesta terça-feira (28) que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) caminha para sofrer um processo de impeachment. Em entrevista ao Uol, Collor afirmou que a abertura do inquérito contra Bolsonaro é o primeiro passo para o processo.


IstoÉ

Prefeitura de Manaus recua após gerar polêmica com decisão de empilhar corpos em valas comuns

Com SUS em colapso, Amazonas enterra vítimas da covid-19 em vala ...


MANAUS - Corpos passaram a ser enterrados em valas comuns em Manaus após o aumento de mortes com o início da pandemia do novo coronavírus aliado aos falecimentos que já ocorriam, cotidianamente, na capital do Amazonas. Antes da pandemia, a cidade contabilizava 28 sepultamentos em média por dia e, atualmente, já passam de cem enterros diários. A medida gerou polêmica e a prefeitura avisou que não fará mais o sepultamento em camadas.

Estadão

Brasil supera China e chega a 5.017 mortes por coronavírus; são 474 nas últimas 24h, novo recorde

Familiares e amigos de idosa morta por coronavírus se lamentam em cemitério de M...

O Brasil registrou 474 mortes decorrentes do novo coronavírus nas últimas 24 horas, segundo dados atualizados nesta terça-feira, 28, pelo Ministério da Saúde. Com isso, o total oficial de vítimas da covid-19 no País chegou a 5.017, superando os números da China, marco zero da doença, que de acordo com a OMS já somou 4.643 mortes pelo vírus. 

Estadão


MOÇAMBIQUE: Lucros do Banco Único cresceram 16% no ano passado

Lucros do Banco Único cresceram 16% no ano passado
Por Edson Arante

O Banco Único fechou o ano de 2019, com resultados líquidos na ordem de 505 milhões de meticais, mais 16% que no ano anterior. Os activos da instituição também aumentaram (7%).

Mesmo num cenário de estagnação do crédito à economia e de risco elevado que caracterizou 2019, os accionistas do Banco Único reportaram lucros de cerca de 505 milhões de meticais, um aumento de aproximadamente 16% face a 2018 (perto de 437 milhões de meticais).

No seu Relatório e Contas de 2019, consultado pelo “O País”, esta instituição financeira indica que este incremento dos lucros deveu-se, em parte, à manutenção de uma sólida margem financeira.

Adicionalmente, a estratégia de fidelização e dinamização levou a um aumento do número de clientes e, consequentemente, trouxe o volume de transacções, traduzindo-se em mais ganhos com comissões, atenuado por uma ligeira diminuição dos resultados com operações financeiras, um reflexo da rigidez regulamentar e do mercado cambial que se tem vindo a agravar nos últimos anos.

Com o aumento da carteira de clientes, o Banco Único viu os depósitos incrementarem 3%, ao se cifrarem em 22.515.462 milhares de meticais.

“Estes factores aliados a uma criteriosa gestão de risco e capital, com um grande enfoque na recuperação e saneamento do crédito vencido e a uma gestão cuidada dos custos operacionais, levou a que o resultado líquido aumentasse”, lê-se no Relatório e Contas do Banco Único.

Os activos situaram-se nos 27.7 mil milhões de meticais em 2019, contra 25.9 mil milhões em 2018 e 24.1 mil milhões em 2017. O capital próprio aumentou 14% (4.1 mil milhões de meticais em 2019).

Entretanto, e apesar das contas do Banco Único terem fechado “no verde” no ano passado, o crédito bruto concedido aos clientes reduziu 12%, ao situar-se nos cerca de 11.4 mil milhões de meticais, ou seja, o registo mais baixo dos últimos três anos.

E mais, os custos operacionais situaram-se nos 64% em 2019, contra 60 e 51% dos dois anos anteriores, respectivamente.

Concretamente, os custos operacionais, que incluem encargos com pessoal, os outros gastos administrativos e as amortizações do exercício, totalizaram 1.5 mil milhões de meticais, o que corresponde a uma taxa de crescimento de 7,5% em relação a 2018.

Esta evolução, segundo o Banco Único, decorre do crescimento da instituição e dos seus colaboradores, bem como o investimento efectuado na revitalização da infra-estrutura informática.

“O aumento do número do quadro de pessoal de 616 para 620 colaboradores, para adequação do efectivo dos serviços centrais e da área comercial, a evolução das carreiras profissionais e ajustamento salarial ao longo do exercício, traduziu-se num aumento de 5,7% dos custos com pessoal”, refere o Relatório e Contas.



MOÇAMBIQUE: Porto de Pesca da Beira regista terceiro incêndio em três anos


Porto de Pesca da Beira - Home | Facebook
Um barco semi-industrial da PESCAMOZ, ardeu na manhã do passado sábado no Porto de Pesca da Beira, onde estava ancorado, no meio de muitos outros. O incêndio ocorreu em circunstâncias ainda desconhecidas e já decorre uma investigação para clarificar o sucedido. Este incêndio esta a deixar os armadores, as autoridades do Porto de Pesca e a polícia em alerta e preocupados, poi é o terceiro em igual número de anos.

O primeiro incêndio ocorreu em princípios de 2018 (curto circuito no interior do barco que ardeu) e o segundo em meados do ano passado (Um descuido durante trabalhos de manutenção culminaram com o incêndio de um barco).

Este último incêndio foi notado cerca das setes horas e trinta minutos por tripulantes de uma outra embarcação de pesca, que se encontravam nas proximidades que imediatamente alertaram os ocupantes do barco em chama, mas os alerta destes foi ignorado.

“Estavam três pessoas no interior do barco quando vimos muito fumo na popa do barco. Gritamos  na tentativa de alerta  os tripulantes. Nós entendemos que o grupo ignorou o nosso alerta e minutos depois uma forte chama começou  a consumir o barco. Eles abandonaram o barco e nós tivemos que fazer várias manobras para isolar o barco em chama pois havia nas proximidades muitos barcos.” – contou Rafael José, um dos pescadores envolvidos na manobra para isolar o barco da Pescamoz.

Contudo a pronta intervenção dos ocupantes doutros barcos ancorados no porto de Pesca da Beira e as autoridades, em coordenação com os bombeiros municipais, dos Caminhos de Ferro de Moçambique e da Cornelder, que contou com esforços de uma embarcação de um privado,  evitaram que houvesse danos humanos mas os estragos na embarcação foram enormes.

“Nada se pode recuperar. O prejuízo é enorme. Todos os bens (não especificados) que estavam no barco arderam. Já pedimos a polícia para investigar este caso. Precisamos perceber o que teria originado o incêndio.” – lamentou  Pancho Rosálio, proprietário do barco.

Até ao fecho desta nota de reportagem os bombeiros ainda desconheciam as causas do incêndio e a SERNIC já tinha iniciado a investigar este caso.



Coronavírus: Gêmeas idênticas morrem de covid-19 no Reino Unido


As gêmeas tinham outros problemas de saúde, disseram suas irmãsA enfermeira infantil Katy Davis e a ex-enfermeira Emma Davis estavam internadas no Hospital Geral de Southampton. Katy morreu na última terça-feira (21/4), e Emma, na sexta-feira (24/4). Elas tinham 37 anos.
"Elas sempre disseram que vieram ao mundo juntas e que iriam embora juntas também", disse sua irmã, Zoe Davis.
Zoe conta que as duas moravam juntas e tinham outros problemas de saúde.
"Não há palavras para descrever o quanto elas eram especiais. Tudo o que sempre quiseram era ajudar outras pessoas. Desde que eram jovens, elas fingiam que eram médicas e enfermeiras cuidando de suas bonecas", disse Zoe.

"Elas davam tudo de si para todos os pacientes de quem cuidavam. Elas eram excepcionais. Não parece que nada disso é real."

As irmãs morreram com uma diferença de três dias no mesmo hospital
© BBC As irmãs morreram com uma diferença de três dias no mesmo hospital


Katy, que trabalhava no Hospital Infantil de Southampton, testou positivo para covid-19 assim que chegou ao hospital.

"Ela era descrita por seus colegas como uma enfermeira a qual outras pessoas aspiravam ser iguais e para quem a enfermagem era mais do que apenas um trabalho", disse Paula Head, diretora-executiva do Hospital Universitário de Southampton, que administra a unidade onde Katy atendia.

"Em nome de todos aqui, incluindo nossos pacientes e as comunidades a que servimos, gostaria de oferecer nossas sinceras condolências à família dela."

O Royal College of Nursing disse em nota que Katy era "uma enfermeira dedicada e altruísta, que compartilhava suas habilidades e conhecimentos com todos para garantir um excelente atendimento ao paciente".

Elas davam tudo de si par todos os pacientes de quem cuidavam, diz a irmã das gêmeas
Emma trabalhou no mesmo hospital que a irmã, na unidade de cirurgia colorretal, por nove anos, até 2013.

Em uma mensagem para a equipe, a diretora de enfermagem Gail Byrne disse: "Ela tinha o mesmo problema de saúde que Katy e estava doente antes de sua admissão, quando testou positivo para covid-19. É desnecessário dizer o quão devastador e trágico isso é para a família e todos os que as conheciam".

Byrne diz que Emma era "uma excelente enfermeira, calma e alegre, e uma boa líder". "Ela era muito querida por todos e foi uma integrante valiosa da equipe durante seu tempo conosco."

Os funcionários do hospital fizeram um minuto de aplauso para Katy do lado de fora da entrada principal na noite de quinta-feira, horas antes da morte de Emma.

Um total de 50 funcionários de enfermagem britânicos morreram até agora na pandemia de coronavírus, de acordo com uma lista compilada pelo site Nursing Times.

Foto: © ZOE DAVIS As gêmeas tinham outros problemas de saúde, disseram suas irmãs
BBC News

Crescem rumores em torno da morte de Kim Jong-un



Kim Jong-un: imagens de satélite mostraram trem do ditador estacionado em balneário no leste do país onde líder estaria recebendo tratamento
Os rumores em torno da morte do ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, cresceram neste final de semana, depois que fontes confirmaram à agência de notícias Reuters que médicos militares integram uma delegação chinesa em visita a Pyongyang para assessorar o tratamento médico de Kim. Na semana passada, militares americanos disseram que o líder estava “em grave perigo após uma cirurgia”.

Foto: © KCNA//AFP Kim Jong-un: imagens de satélite mostraram trem do ditador estacionado em balneário no leste do país onde líder estaria recebendo tratamento.



Até o momento, não se pode afirmar nada com certeza. Só se sabe que a última vez que Kim Jong-un compareceu a um ato oficial foi no último dia 11, ao presidir uma reunião do Partido dos Trabalhadores da Coreia. A ausência do ditador nas comemorações do 108º aniversário do nascimento de seu avô, o fundador do regime norte-coreano Kim Il-sung, em 15 de abril, levantou dúvidas sobre sua saúde.

O Daily NK, um meio de comunicação digital integrado por norte-coreanos que fugiram do país, diz que o líder de Pyongyang foi operado em abril por problemas cardiovasculares e está convalescendo. Fontes militares dos Estados Unidos também confirmaram a informação à emissora CNN.

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No entanto, autoridades sul-coreanas e chinesas negaram essa informação na semana passada. Um alto funcionário de Seul citado pela agência de notícias Yonhap disse anonimamente que “não era verdade” que Kim Jong-un estivesse gravemente doente.

Mas a ausência do dirigente persiste, e os rumores aumentam. Três fontes afirmaram à agência Reuters que uma delegação chinesa, encabeçada por um alto funcionário do Escritório de Ligação do Partido Comunista, viajou na quinta-feira 23 a Pyongyang. Entre seus membros, estavam médicos militares.

A revista japonesa Shukan Gendai chegou a dizer que Kim encontra-se em “estado vegetativo”. Citando fontes da imprensa chinesa e japonesa, o site norte-americano TMZ afirmou que o líder supremo norte-coreano teria morrido na madrugada deste domingo.

Fotos de satélite
Um trem, que provavelmente pertence a Kim Jong-un, foi localizado em fotos tiradas por um satélite em um balneário no leste da Coreia do Norte, segundo o site americano 38North, especializado em assuntos coreanos. O trem aparece nas fotos nos dias 21 e 23 de abril em uma estação reservada para a família Kim.

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O 38North explica que a presença desse trem “não prova nada em relação ao local onde o líder norte-coreano está, nem indica nada sobre seu estado de saúde”. “Mas confirma as informações de que Kim estaria em uma área reservada para a elite na costa leste” do país, acrescenta o site.

Segundo o Daily NK, Kim passou por uma cirurgia em abril por problemas cardiovasculares e que está se recuperando na província de Pyongan do Norte.

(Com Reuters e AFP)

Crescem rumores em torno da morte de Kim Jong-un

Kim Jong-un: imagens de satélite mostraram trem do ditador estacionado em balneário no leste do país onde líder estaria recebendo tratamento

© KCNA//AFP Kim Jong-un: imagens de satélite mostraram trem do ditador estacionado em balneário no leste do país onde líder estaria recebendo tratamento


Praias vazias na Tailândia se tornam ninho de tartarugas raras

© Fornecido por Hardcore

Durante o isolamento social devido ao COVID-19, a Tailândia teve o maior número de ninhos em duas décadas de tartarugas marinhas raras em praias altamente frequentadas por turistas.

De acordo com a agência de notícias Reuters, 11 autoridades diferentes da vida selvagem em toda a Tailândia observaram o maior número de ninhos de tartarugas da espécie tartaruga-de-couro em 20 anos, em parte graças à falta da presença de humanos nos últimos meses nos locais.

“Este é um sinal muito bom para nós, porque muitas áreas de desova foram destruídas por humanos”, disse à Reuters Kongkiat Kittiwatanawong, diretor do Centro Biológico Marinho de Phuket .

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