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segunda-feira, 23 de março de 2020

'Lentidão e descaso com os pobres': como governos brasileiros reagiram a epidemias na História

Segundo especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, apesar de terem ocorrido em épocas distintas, comportamento e ações de autoridades públicas pouco mudaram em pandemias


Desde que foi "descoberto", o Brasil enfrentou várias epidemias, como as de varíola, febre amarela, gripe espanhola, poliomielite, meningite, só para citar as mais devastadoras.
O que quase não mudou em pouco mais de cinco séculos, segundo especialistas consultados pela BBC News Brasil, foi o comportamento das autoridades públicas frente a elas.
Suas respostas e ações sempre foram um tanto tardias, depois que a doença já havia se espalhado, havendo certo número de mortos e sob a pressão da opinião pública, repercutida nos meios de comunicação de cada época.
Segundo a doutora em História das Ciências e da Saúde, Christiane Maria Cruz de Souza, do Núcleo de Tecnologia em Saúde do Instituto Federal da Bahia (NTS/IFBA), foram muitos os surtos enfrentados pelo país desde 1500.
"No início da colonização, a derrubada da Mata Atlântica para a plantação de canaviais propiciou a proliferação de mosquitos e disseminação das 'febres'", explica ela, autora de uma tese que deu origem ao livro Gripe Espanhola na Bahia - Saúde, Política e Medicina em Tempos de Epidemia.
A circulação de povos de origens diversas, europeus e africanos, e a introdução de animais como vacas, galinhas e porcos, por exemplo, também contribuíram para disseminar doenças desconhecidas no Novo Mundo, dizimando povos nativos, assim como enfermidades locais adoeceram os que vieram de fora.
"Durante séculos, tivemos que lidar com o assédio de doenças transmissíveis como a varíola, a peste bubônica, a malária, a febre amarela, a cólera, a gripe e as disenterias", diz Souza.

Mortes evitáveis

O que há em comum aos casos é o comportamento e ações das autoridades públicas durante todo este tempo.
"Os governos sempre temeram que o reconhecimento público de uma epidemia atrapalhasse os negócios, prejudicando a economia", explica Christiane.
"A eficiência e o comprometimento das autoridades públicas eram colocados em xeque, na medida em que a crise se agravava e os adversários políticos se aproveitavam para tentar desestabilizar os que se encontravam no poder."
Brasil já enfrentou epidemias graves, como as de varíola no século 19© Getty Images Brasil já enfrentou epidemias graves, como as de varíola no século 19
O doutor em Saúde Pública Paulo Frazão, do Departamento de Política, Gestão e Saúde, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), vai além.
"A lentidão, a insuficiência na resposta e o descaso das autoridades para com as populações de trabalhadores, as famílias de baixa renda e moradores da periferia e das favelas têm levado a um número elevado de mortes evitáveis", diz.
De acordo com ele, contribui para isso "o descaso para a necessidade de dotar o sistema público de saúde dos recursos necessários, especialmente os órgãos de vigilância ambiental, epidemiológica e sanitária, que se ressentem da campanha permanente de desvalorização do servidor público e do processo de precarização das estruturas de planejamento estratégico e tático-operacional".
O especialista em história da saúde coletiva brasileira André Mota, do Departamento de Medicina Preventiva e coordenador do Museu Histórico, ambos da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), a ação dos governos frente às epidemias será sempre uma complexa relação política, social e de tecnologia médica e de saúde pública, o que sempre resultará em uma resposta também complexa.
No entanto, acrescenta ele, há um fato que merece ser pensado sobre esse tema e que pode servir de aprendizado.
"Na República, tivemos epidemias que foram debeladas, quase sempre sem articulação entre serviços e hospitais e com limites evidentes, já que não havia cobertura de saúde para todas as pessoas, resultando, nesses casos, em muitas vítimas", explica.
"O Sistema Único de Saúde (SUS), criado em 1988, teve como primeiro desafio epidêmico a Aids e conseguiu demonstrar resultados importantes na prevenção e cuidado, justamente, por ter como objetivo essa integração: serviços, cuidados e direito ao acesso."
De todas as epidemias que assolaram o Brasil ao longo dos tempos, as de varíola - foram mais de uma - estão entre as mais devastadoras.

Dificuldades na vacinação

O médico epidemiologista João Baptista Risi Junior, especialista em poliomielite e em vigilância epidemiológica e ex-secretário nacional de Ações Básicas de Saúde do Ministério da Saúde, lembra que a doença foi introduzida no Brasil logo após o descobrimento, tendo causado enorme mortalidade entre as populações nativas.
Epidemias muito graves dela ocorreram nos séculos seguintes, até as primeiras décadas do 20. "De 1902 a 1926, a doença causou 21 mil mortes somente no Rio de Janeiro, então capital da República", diz Risi.
"A vacinação contra a varíola foi introduzida no Brasil no início do século 19 e oficializada três anos após a chegada da corte portuguesa, em 1811. Mas havia imensas dificuldades técnicas e operacionais para realizá-la de modo efetivo."
Com a criação do Instituto Vacínico no Rio de Janeiro, em 1887, a vacina pôde ser produzida em escala e aplicada mais amplamente. Mas a população também não contribuía muito.
"Em 1904, Oswaldo Cruz tomou medidas para impor a vacinação obrigatória, o que provocou forte reação popular, conhecida como a Revolta da Vacina, no Rio de Janeiro", conta Risi.
A doença continuou endêmica no Brasil, apesar de vacinação rotineira nos serviços de saúde do país. "O problema somente veio a ser solucionado com a criação da Campanha de Erradicação da Varíola, em 1966, como parte de um esforço internacional coordenado pela Organização Mundial da Saúde (OMS)", lembra Risi.
"O último caso no Brasil ocorreu em 1971, no Rio de Janeiro. Em 1980 a vacina deixou de ser aplicada no país."
Gripe espanhola
Em 1918, foi a vez da pandemia de gripe espanhola, que atingiu duramente o Brasil. "Há relatos terríveis do sofrimento que causou à população em várias cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo, com enorme mortalidade", diz Risi.
"Houve dificuldade até para recolher e sepultar os cadáveres, mas a crise desapareceu da mesma forma que havia surgido."
De acordo com ele, os problemas ocorreram, porque o sistema de saúde estava inteiramente despreparado para enfrentar a epidemia, e os dados disponíveis são muito precários.
"Uma das vítimas foi o presidente Rodrigues Alves, que iria iniciar o seu segundo mandato e nem chegou a tomar posse, sendo substituído provisoriamente pelo vice Delfim Moreira, até o resultado de nova eleição", lembra. Ele morreu em 16 de janeiro de 1919.
Segundo o médico Eliseu Alves Waldman, do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Saúde Pública da USP, a década de 1940 marcou o surgimentos das epidemias de poliomielite no Brasil.
"Mas somente na década seguinte (as contaminações) são incluídas entre as prioridades de saúde pública, à medida que os surtos se tornam mais severos e frequentes", diz ele, que é especialista em Medicina Tropical e em Saúde Pública e doutor em Epidemiologia.
Antes disso, no dia 2 de fevereiro de 1943, o filho do então presidente Getúlio Vargas, que tinha o mesmo nome do pai, morreu da doença.
"Sua morte, no entanto, não chamou a atenção dos governantes ou mesmo da sociedade civil, pouco mobilizada a época, pois estávamos em plena ditadura do Estado Novo", diz Waldman.
"A maior epidemia de poliomielite ocorreu, entretanto, em 1959/60. O controle da doença começou nos anos 1960, com a introdução das vacinas de vírus vivo atenuado (vacina Sabin) e de vírus inativado (vacina Salk). Ela finalmente foi eliminada em 1989."
Christiane Maria Cruz de Souza é autora do livro Gripe Espanhola na Bahia - Saúde, Política e Medicina em tempos de epidemia© Arquivo pessoal Christiane Maria Cruz de Souza é autora do livro Gripe Espanhola na Bahia - Saúde, Política e Medicina em tempos de epidemia
A meningite foi outra doença que causou um número elevado de mortes e muito sofrimento. "Houve uma epidemia que durou de 1945 e 1957, que não foi reconhecida, mas omitida pelas autoridades de saúde", conta Mota.
"Fosse como tragédia ou como farsa, ela voltou a se alastrar na década de 1970, ganhando mais força, mesmo com o silêncio das autoridades e a proibição do regime militar sobre os números assombrosos que, aos poucos, foram criando pânico entre a população."
Waldman lembra que essa epidemia ocorreu em pleno período autoritário, quando o governo tentou negá-la, somente a confirmando quando haviam sido esgotados os leitos hospitalares para atendimento dos pacientes.
"Para termos uma ideia, nos períodos de pico da epidemia, que durou cinco anos, chegamos a ter, somente no município de São Paulo, 200 casos por dia com uma letalidade de 10%, ou seja, de cerca de 20 mortes diárias", diz. "Isso foi nos meses de abril e maio de 1974."
Segundo Mota, conforme estudos realizados posteriormente, no caso paulista "a epidemia pôs a descoberto a anarquia na organização dos serviços de saúde no município de São Paulo, revelando a inoperância da rede hospitalar e a total falta de integração entre os serviços locais, destinados ao primeiro atendimento, e os hospitais". "Centenas de pessoas morreram até seu controle", acrescenta. "Muitas sem saber o que tinham."
Depois veio a Aids, mas que teve uma forte reação governamental, porque já existia o SUS. Mais recentemente surgiram as epidemias sazonais de dengue, chikungunya e zika, todas transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
A história deste inseto é antiga no Brasil. Em 1900, ele foi identificado como o transmissor da febre amarela urbana, da qual houve várias epidemias. "No Rio de Janeiro, foram registradas 58 mil mortes pela doença entre 1850 e 1902", informa Risi.
Ações de combate a epidemias quase sempre foram lentas e pouco voltadas às populações mais carentes© Getty Images Ações de combate a epidemias quase sempre foram lentas e pouco voltadas às populações mais carentes
Depois da identificação do transmissor, tiveram início as ações de combate a ele, em São Paulo e no Rio de Janeiro. "Oswaldo Cruz foi reconhecido internacionalmente por sua luta contra a febre amarela, mas ela continuou um grande problema em vários estados litorâneos", diz Risi.
"Em 1928, voltou a causar uma importante epidemia no Rio de Janeiro. Por isso, na década de 1930, a Fundação Rockefeller cooperou com o governo brasileiro para organizar um programa de combate à doença em todo o país."
Desse trabalho resultou o desenvolvimento da vacina contra a febre amarela, em 1937, e o início da sua produção no Instituto Oswaldo Cruz.
"Em 1955, o mosquito Aedes aegypti foi considerado erradicado no Brasil", conta Risi. "Em 1966, no entanto, ele foi reintroduzido nas cidades de São Luiz e Belém, e novamente erradicado. Mas na década de 1970, a presença desse vetor foi mais uma vez detectada, agora no litoral da Bahia, e rapidamente se propagou a todo o país, tornando-se impossível voltar a erradicá-lo."
As epidemias que atingiram o Brasil nesses mais de cinco séculos de História não trouxeram apenas desgraças, mortes e sofrimentos, no entanto.
"Com erros e acertos, podemos dizer que a saúde pública brasileira amadureceu e se consolidou como um dos setores que influenciaram e contribuíram para o desenvolvimento do país", diz Waldman. 
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BBC News

Brasil teria onze vezes mais casos de coronavírus do que o notificado oficialmente



RIO - O Brasil teria hoje mais de 15 mil casos do novo coronavírus – onze vezes mais do que os 1.546 registrados oficialmente. A estimativa é do Centro para Modelagem Matemática de Doenças Infecciosas da London School of Tropical Medicine, do Reino Unido, que fez uma estimativa da subnotificação da Covid-19 em vários países. O levantamento mostra que no Brasil apenas 11% do total de casos foram diagnosticados.

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“Estamos vendo a ponta de um grande iceberg”, afirmou o epidemiologista Roberto Medronho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que não participou do estudo, mas analisou os dados a pedido do Estado. “As minhas estimativas eram bem similares, cerca de 10%, mas isso não é, necessariamente, uma falha do sistema.”

Isso acontece, segundo especialistas, porque a grande maioria (cerca de 80%) dos casos da infecção pelo novo coronavírus é assintomática ou apresenta sintomas muito leves e acaba não sendo diagnosticada. Atualmente, no Brasil, apenas os casos mais graves, que chegam aos hospitais e são testados, estão recebendo o diagnóstico oficial.

“Dentre os casos que apresentam sintomas, apenas uma parte procura o sistema de saúde”, explicou Medronho. “Desses que vão ao hospital, apenas parte é diagnosticada como Covid-19 e outra parte pode receber um diagnóstico errado. E ainda tem casos que não são notificados oficialmente.”

O mesmo estudo mostra que na Itália, que enfrenta uma das piores epidemias, o percentual de casos diagnosticados corresponderia a apenas 4,6% do total real. Número parecido com o da Espanha, 5,3%. França e Bélgica têm percentuais similares ao do Brasil, respectivamente 9,2% e 12%.

Por outro lado, nos países que tiveram resultados melhores na contenção da epidemia, como a Coreia do Sul e a Alemanha, os percentuais de casos diagnosticados seriam bem mais próximos do número real, respectivamente 88% e 75%.

Isso ocorre porque esses países tiveram condições de testar a grande maioria de sua população – mesmo a que não apresentava sintomas – isolando imediatamente todos aqueles cujo teste deu positivo. Por isso a Organização Mundial de Saúde (OMS) insiste que a testagem em massa é fundamental. O problema é que não há testes disponíveis na escala que seria necessário para o Brasil, com 210 milhões de habitantes.

“Esse levantamento mostra que a estratégia de testagem em massa e isolamento daqueles que testam positivo tem um grande impacto na redução da curva de crescimento da doença”, explicou Medronho. “A redução da subnotificação é importante e é crucial que o ministério esteja se adequando a essa diretriz, e aumentando a testagem.”

Embora o estudo tenha sido feito por uma das mais respeitadas instituições científicas do mundo, ele não foi ainda publicado em uma revista científica, o que significa que não foi revisado por outros especialistas. Esse procedimento é aceitável em um momento de pandemia, em que a rapidez na divulgação de informações como essa pode ser importante para elaborar e aprimorar políticas públicas.


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Estadão

Florianópolis comemora 347 anos nesta segunda-feira (23) de março de 2020

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Foto Internet

Nesta segunda-feira (23), a cidade de Florianópolis completa 347 anos, e o aniversário este ano está sendo comemorado de um jeito diferente. O melhor presente que podemos dar é ficando em casa, com a certeza de que logo tudo isso irá passar.

Florianópolis é a capital do estado brasileiro de Santa Catarina, na região Sul do país. O município é composto pela ilha principal, a ilha de Santa Catarina, a parte continental e algumas pequenas ilhas circundantes. A cidade tem uma população de 500 973 habitantes, de acordo com estimativas para 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o segundo município mais populoso do estado (após Joinville) e o 48º do Brasil. A região metropolitana tem uma população estimada de 1 209 818 habitantes, a 21ª maior do país. A cidade é conhecida por ter uma elevada qualidade de vida, sendo a capital brasileira com maior pontuação do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), calculado pelo PNUD, das Nações Unidas.[10]

A economia de Florianópolis é fortemente baseada na tecnologia da informação, no turismo e nos serviços.[12] A cidade tem mais de 100 praias registradas e é um centro de atividade de navegação. O jornal estadunidense The New York Times afirmou em 2009 que "Florianópolis era o destino do ano".[13] A Newsweek considerou que o município é uma das "dez cidades mais dinâmicas do mundo" em 2006.[14] A revista Veja classificou a cidade como "o melhor lugar para se viver no Brasil",[15] enquanto que o Índice de Cidades Empreendedoras (ICE), elaborado pela filial brasileira da ONG norte-americana Endeavor, elegeu a cidade como o melhor ambiente para o empreendedorismo no país.[16] A cidade também foi considerada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) uma das "cidades criativas" do Brasil em 2014, ao lado de Curitiba.[17]

A maioria da população vive no continente e em partes do centro e norte da ilha principal. A metade sul é menos habitada. Muitos pescadores comerciais pequenos povoam a ilha. Os barcos de pesca, as rendeiras, o folclore, a culinária e a arquitetura colonial contribuem para o crescimento do turismo e atraem recursos que compensam a falta de um grande parque industrial. Vilarejos imersos em tradição e história, como Santo Antônio de Lisboa e Ribeirão da Ilha, ainda resistem aos avanços da modernidade.[18]

O Aeroporto Internacional Hercílio Luz serve à cidade. Florianópolis é o lar da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), além de dois campi do Instituto Federal de Santa Catarina e de dois campi da Universidade do Estado de Santa Catarina, entre outras instituições de ensino superior e profissional.

Etimologia
Originalmente foi denominada "ilha de Santa Catarina", já que Francisco Dias Velho, o fundador do povoado, chegou ao local no dia de Santa Catarina. Ela continuou por muito tempo sendo assim chamada, inclusive ao se tornar vila com o nome de Nossa Senhora do Desterro, como comprovam as correspondências oficiais e as cartas de navegação da época onde ainda se mencionava a Ilha de Santa Catarina.

Com a independência do Brasil a vila elevou-se a cidade, quando decidiu-se fortalecer o nome correto, mas agora passando apenas a se chamar "Desterro". Apesar de ser uma referência a fuga da sagrada família para o Egito, esse nome desagradava certos moradores, uma vez que lembrava "desterrado", ou seja, alguém que está no exílio ou que era preso e mandado para um lugar desabitado.

Esta falta de gosto pelo nome fez com que algumas votações acontecessem para uma possível mudança. Uma das sugestões foi a de "Ondina", nome de uma deusa da mitologia que protege os mares. Este nome foi descartado até que, com o fim da Revolução Federalista, em 1894, em homenagem ao então presidente da República Floriano Peixoto, o governador do estado, Hercílio Luz, mudou o nome para Florianópolis.

A escolha do nome foi, contudo, uma afronta à própria população desterrense, dado que Desterro era uma cidade fortemente monarquista e contrária à Proclamação da República. Floriano Peixoto não era uma autoridade com popularidade na cidade e enfrentou grande resistência de seu governo em Desterro. Como a cidade era um dos principais pontos que se opunham ao presidente, este mandou um exército para a cidade para que fosse derrubada esta resistência. O nome foi dado logo após a "Chacina de Anhatomirim" ou "Tragédia de Desterro" ocorrida na fortaleza militar da ilha de Anhatomirim, ao norte da Ilha de Santa Catarina, ocasião em que foram fuzilados cerca de 300 pessoas, dentre as quais oficiais do exército, juízes, desembargadores e engenheiros, três dos quais eram franceses.[19]

Ainda hoje há movimentos que pedem uma nova mudança do nome devido a controvérsia.[20]


História

Ver artigo principal: História de Florianópolis

Civilizações pré-cabralinas

Ver artigo principal: Era pré-cabralina
Antigas populações habitaram a ilha de Santa Catarina em tempos remotos. Existem indícios de presença do chamado Homem de Sambaqui em sítios arqueológicos cujos registros mais antigos datam de quinto 4 800 a.C. A ilha possui numerosas inscrições rupestres e algumas oficinas líticas, notadamente em várias de suas praias. Por volta do ano 1000, os povos indígenas tapuias que habitavam a região foram expulsos para o interior do continente devido à chegada de povos do tronco linguístico tupi provenientes da Amazônia.
No século XVI, quando chegaram os primeiros europeus à região, a mesma era habitada por um desses povos do tronco tupi, os carijós. Os carijós praticavam a agricultura, mas tinham, na pesca e coleta de moluscos, as atividades básicas para sua subsistência. A Ilha de Santa Catarina era conhecida como Meiembipe[21] ("montanha ao longo do mar") pelos carijós. O estreito que a separa do continente era chamado Y-Jurerê-Mirim, termo que quer dizer "pequena boca d'água" e que também se estendia à própria ilha. Os carijós viriam a ser escravizados pelos colonos de origem portuguesa de São Vicente[22].

Séculos XVI e XVII

Casa colonial
Já no início do século XVI, embarcações que demandavam a Bacia do Prata aportavam na Ilha de Santa Catarina para abastecer-se de água e víveres. Entretanto, somente por volta de 1673 é que o bandeirante Francisco Dias Velho, junto com sua família e agregados, deu início ao povoamento da ilha com a fundação de Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis) — segundo núcleo de povoamento mais antigo do estado, ainda fazendo parte da vila de Laguna — desempenhando importante papel político na colonização da região.[carece de fontes]
Nessa época ocorreram naufrágios de embarcações que depois foram estudadas e deram origem a dois projetos de arqueologia subaquática em Florianópolis, um no norte e outro no sul da ilha. Diversos artefatos e partes das embarcações foram recuperados pelos pesquisadores responsáveis por essas iniciativas, financiadas principalmente pela iniciativa privada.[23]

Século XVIII

A partir da vinda de Dias Velho intensificou-se o fluxo de paulistas e vicentistas, que ocuparam vários outros pontos do litoral. Em 15 de março de 1726 a povoação da Ilha de Santa Catarina foi separada da vila da Laguna, sendo em 26 de março do mesmo ano elevada à categoria de vila.[24]
A ilha de Santa Catarina, por sua posição estratégica como vanguarda dos domínios portugueses no Brasil meridional, passou a ser ocupada militarmente a partir de 1737, quando começaram a ser erigidas as fortalezas necessárias à defesa do seu território. Esse fato resultou num importante passo na ocupação da ilha.[carece de fontes]
A partir de meados do século XVIII, a ilha de Santa Catarina passou a receber uma expressiva quantidade de migrantes açorianos, que chegaram ao Brasil incentivados pela Coroa portuguesa para aliviar o excedente populacional e ocupar a parte meridional de sua colônia na América do Sul. Com a migração, prosperaram a agricultura e a indústria manufatureira de algodão e linho, permanecendo, ainda hoje, resquícios desse passado, no que se refere à confecção artesanal da farinha de mandioca e das rendas de bilro.[carece de fontes]
Nessa época, em meados do século XVIII, verificou-se a implantação das "armações" para pesca da baleia, na Armação da Piedade, na vizinha Governador Celso Ramos, na Armação do Pântano do Sul, cujo óleo era comercializado pela Coroa fora de Santa Catarina, não trazendo benefício econômico à região.[25]

Século XIX

Quadro de Victor Meirelles mostrando a cidade em 1847
Centro histórico da cidade
No século XIX, em 24 de fevereiro de 1823, Desterro foi elevada à categoria de cidade;[26] tornou-se capital da Província de Santa Catarina em 1823 e inaugurou um período de prosperidade, com o investimento de recursos federais. Projetaram-se a melhoria do porto e a construção de edifícios públicos, entre outras obras urbanas. A modernização política e a organização de atividades culturais também se destacaram, marcando inclusive os preparativos para a recepção ao imperador D. Pedro II (1845). Em outubro desse mesmo ano, ancorada a embarcação imperial nos arredores da ilha, D. Pedro permaneceu em solo catarinense por quase um mês. Neste período, o imperador dirigiu-se várias vezes à igreja (hoje Catedral Arquidiocesana), passeou pelas ruas da Vila do Desterro e, na "Casa de Governo", concedeu "beija-mão".[carece de fontes]
Em 1891, quando o marechal Deodoro da Fonseca, por influência da Revolta da Armada, renunciou à presidência da recém-instituída república, o vice-presidente Floriano Peixoto assumiu o poder, mas não convocou eleições após isso, contrariando o prescrito na constituição promulgada neste mesmo ano, fato que gerou duas revoltas: a Segunda Revolta da Armada (originária da Marinha, no Rio de janeiro) e a Revolução Federalista (patrocinada por fazendeiros gaúchos).[carece de fontes]
As duas insurreições chegaram ao Desterro com o apoio dos catarinenses, entre os quais esteve Elesbão Pinto da Luz. Entretanto, Floriano Peixoto conteve-as ao aprisionar seus líderes e, com isso, restaram no domínio da cidade tão-somente simpatizantes do presidente, que, em sua homenagem, deram à capital a denominação de Florianópolis, ou seja, "cidade de Floriano". Os revoltosos, por sua vez, vieram a ser fuzilados na Fortaleza de Santa Cruz de Anhatomirim - por isso, o episódio foi chamado de Chacina de Anhatomirim. No final do século XIX, em 1898, foi fundado um importante colégio pela Congregação das Irmãs da Divina Providência, o Colégio Coração de Jesus.[carece de fontes]

Século XX

A cidade, desde o entrar do século XX, passou por profundas transformações. A construção civil fez-se um dos seus principais suportes econômicos. A implantação das redes básicas de energia elétrica, do sistema de fornecimento de água e da rede de esgotos somou-se à construção da Ponte Hercílio Luz, tudo a assinalar o processo de desenvolvimento urbano. Além disso, em 1943 foi anexada ao município a parte continental, antes pertencente à vizinha São José.[carece de fontes]
Ao final do século XX — nas três últimas décadas, principalmente —, a ilha experimentou singular afluência de novos moradores, iniciada com a transferência da sede da Eletrosul do Rio de Janeiro para o centro da ilha, com sede fixada no bairro Pantanal, e com a instalação do campus da Universidade Federal de Santa Catarina na Trindade.[carece de fontes]
Florianópolis em 1964.
O surgimento do Aeroporto Hercílio Luz no sul da ilha e da pavimentação da BR-101 também contribuíram para tirar a cidade do isolamento. Construíram-se duas novas pontes ligando a ilha ao continente: a ponte Colombo Salles e a ponte Pedro Ivo Campos, e grandes aterros foram construídos no Centro e no Sul da Ilha.[carece de fontes]
Os bairros mais afastados da ilha também foram objeto de intensa urbanização. Surgiram novos bairros, tal como Jurerê Internacional, de alto nível socioeconômico, enquanto em alguns pontos começou uma ocupação desordenada, sem o devido zelo com respeito a obras de urbanização.[carece de fontes]
No início do século XXI a cidade passou a ter um dos piores trânsitos do Brasil, com um veículo para menos de dois habitantes, número que no verão aumenta gradativamente com a chegada dos turistas.[27][28]

Wikipédia


Coronavírus: Santa Catarina tem 86 casos e decreto de isolamento é prorrogado

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Governador de SC anunciou que período será mantido por pelo menos mais sete dias; Número de casos confirmados subiu de 68 para 86

Durante coletiva no fim da tarde desta segunda-feira (23), o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, informou que, até às 18h, desta segunda-feira, haviam 86 casos de coronavírus confirmados no estado.

Além disso, três municípios entraram na lista de cidades com casos confirmados: Içara, Gaspar e Porto Belo. No entanto, não foi possível atualizar os casos de suspeitos, ou seja, segue com 410 casos esperando o resultado do exame.

Até então, 68 casos haviam sido confirmados com coronavírus em 18 cidades catarinenses. Entretanto, outros 410 casos suspeitos seguem sendo investigados.

Segundo Zeferino, ainda não há registros de caso de cura em Santa Catarina. Ele também afirmou que alguns pacientes estão em terapia intensiva e com o quadro pulmonar que exige uma certa atenção dos médico.

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Decreto prorroga isolamento

Além da atualização dos casos, o governador prorrogou por mais sete dias as restrições de convívio social. Ou seja, segue a orientação para evitar aglomerações de pessoas, circular em área públicas e a abertura de comércios que não são essenciais.

Sobre o auxílio do exército para manter o controle das medidas de restrições sociais, o governador afirmou que um documento foi enviado ao ministro da Defesa. No entanto, uma mobilização do exército, se necessário, será informado com o decorrer da situação.

Segundo o Governador Carlos Moisés, as medidas para o retorno das atividades econômicas serão estudadas apó o número de casos de coronavírus nesta semana.

Além disso, será estudado uma forma de convivência social com a presença do vírus. Porém, buscar uma forma de evitar o contágio em massa para não deixar o sistema de saúde entrar em colapso.

O presidente Jair Bolsonaro deve se reunir na manhã desta terça-feira (24) com os governadores dos estados do Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Durante a reunião, será discutido medidas que o governo federal irá tomar durante a pandemia de coronavírus.

Em seguida, por volta das 18h, o governo de Santa Catarina deve realizar uma nova entrevista coletiva para atualizar o número de casos e as medidas que serão realizadas pelo governo federal e pelo estado.






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OMS critica uso de remédios não testados contra coronavírus


© Foto: Getty

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, criticou nesta segunda-feira, 23, o uso de remédios não testados contra o coronavírus, esclarecendo que ainda não há tratamento comprovadamente eficaz contra o vírus e pedindo ações coordenadas entre os países.


"O uso não testado de medicamentos sem evidências corretas pode gerar falsas esperanças, causar mais mal do que bem e provocar a escassez de medicamentos essenciais necessários para tratar outras doenças", advertiu.

Tedros lembrou que se reunirá com os líderes dos países do G-20 nesta semana e pediu solidariedade, união e ações coordenadas. "Precisamos ser um só e agir como um só. Pedirei que trabalhem juntos para aumentar a produção, evitar proibições de exportação e garantir a distribuição com base na necessidade", disse.

Ele destacou que a OMS lançou um teste internacional (solidarity trial) capaz de gerar evidências robustas e de qualidade. "Pequenos estudos aleatórios não nos darão as respostas que precisamos. Quanto mais países se inscreverem no estudo, mais rapidamente obteremos resultados".

No doming, o Estado mostrou que testes feitos por chineses e sul-coreanos e avaliações posteriores conduzidas por pesquisadores de outros países mostraram que a cloroquina e a hidroxicloroquina são efetivas em limitar a replicação do novo coronavírus in vitro. E foi observada uma melhora em pacientes que receberam cloroquina nos dois países asiáticos. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disse que os estudos ainda não são conclusivos.

O líder da OMS destacou que é preciso conscientizar a população para adotar medidas como a quarentena e o isolamento social. "A regra do jogo para expulsar o coronavírus é a solidariedade". Lembrou, no entanto, que essas são medidas defensivas, e recomendou uma luta agressiva contra a pandemia que já atinge mais de 300 mil pessoas. "Para vencer, precisamos atacar o vírus de maneira agressíva e com táticas direcionadas. Testar todos os suspeitos, isolá-los e cuidar dos contaminados".

Campanha com a Fifa
Para atingir o maior número de pessoas, a OMS e a Federação Internacional de Futebol (Fifa) lançaram uma campanha conjunta para conscientizar sobre os perigos da pandemia e destacar as medidas necessárias para conter a doença.

Tedros afirmou que trabalhar em conjunto com a Fifa é importante para passar a mensagem ao maior número de pessoas possível. "O futebol pode atingir milhões de pessoas, especialmente os jovens", afirmou Tedros. O presidente da Fifa, Gianni Infantino, disse que a campanha significa muito neste momento e que os jogadores de futebol são exemplo para muitas pessoas. "Precisamos mostrar liderança e solidariedade nesses dias difíceis", afirmou. "Eles querem destacar as recomendações dadas a todos nós pela OMS".

Entre os jogadores e ex-atletas estão nomes como o argentino Lionel Messi, o italiano Gianluigi Buffon, o camaronês Samuel Eto'o e o brasileiro Alisson Becker, goleiro da selação. A americana Cari Lloyd e a chinesa Han Duan também fizeram parte do vídeo.

Jovens
Na semana passada, a OMS havia alertado sobre o papel dos jovens na luta contra a pandemia do coronavírus. "Vocês não são invencíveis. Esse vírus pode colocar você no hospital por semanas ou até matar. Mesmo que não fique doente, as escolhas que faz sobre onde ir podem fazer a diferença sobre a vida ou a morte de outra pessoa", afirmou. "A solidariedade é a chave para combater a covid-19, entre países e entre pessoas".

Estadão



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