Shipwreck Lodge, na Namíbia (foto: Carl-Heinz Benseler/Divulgação)
Colocar a Namíbia na sua lista de países a serem visitados já é uma escolha arrojada. Mas dessa vez, essa nação cenográfica que faz fronteira com a África do Sul foi além.
Localizado na surreal Costa do Esqueleto, a cerca de 485 km da capital Windhoek, o Shipwreck Lodge tem quartos com design inspirado na geografia dessa região árida da costa norte da Namíbia.
Aberto em junho de 2018, o hotel fica no Parque Nacional Skeleton Coast, a 45 km ao norte de Möwe Bay, e conta com 10 opções de quartos com vista para as famosas dunas da região e também para o oceano Atlântico. O destino é considerado um dos mais inóspitos do planeta e é conhecido pelo clima traiçoeiro e ondas agitadas.
Shipwreck Lodge, na Namíbia (foto: Carl-Heinz Benseler/Divulgação)
Na Namíbia, o cenário que se abre diante dos olhos parece fruto de alucinação.
A mente custa entender aquela combinação de imagens quase surreais e o corpo segue viagem em estado de levitação. De norte a sul, esse país africano com vistas para o oceano Atlântico é dono de um território capaz de fazer até o mais experiente dos viajantes esfregar os olhos quando paisagens desérticas e selvas lotadas de animais insistem em cruzar o caminho.
Uma das atrações mais famosas é a Costa do Esqueleto.
O nome pouco convidativo vem da época da indústria baleeira, responsável pelos ossos de focas e baleias deixados ali, e pelas carcaças de navios que naufragaram nessa região que foi chamada por navegadores portugueses de Portões do Inferno, devido ao mal humor daquelas águas.
Mas quem se hospeda nesse hotel boutique com pegada aventureira e com tudo incluso conta com excursões exclusivas como safári, passeio de quadriciclo nas dunas, visita a formações geológicas e a comunidades ribeirinhas como a etnia San.
Shipwreck Lodge, na Namíbia (foto: Carl-Heinz Benseler/Divulgação)
Como é fazer turismo na NamíbiaFora da lista dos destinos mais procurados por brasileiros, o país é uma das experiências mais impactantes do sul da África.
Localizado entre a Angola e a África do Sul, o país está na lista dos países mais seguros do mundo, de acordo com o IEP (Institute for Economics & Peace). De um total de 163 nações avaliadas, a Namíbia aparece na 60ª posição, a frente do Equador, Argentina e República Dominicana.
Dead Pan, na região de Sossusvlei, na Namíbia (foto: Eduardo Vessoni)
Antiga colônia alemã até o fim da Primeira Guerra Mundial e, mais tarde, administrada pela África do Sul, a Namíbia pode não ter a mesma fama turística da vizinha rica, mas esse país discreto com vistas para o oceano Atlântico abriga experiências como imensas áreas verdes com 100 diferentes espécies de animais, tem as dunas mais altas do planeta, é endereço de um grupo seminômade que usa ocre vermelho para proteger a pele e possui uma impressionante área com carcaças de embarcações naufragadas entre bancos de areia.
SAIBA MAIS Shipwreck LodgeO hotel é uma das opções de hospedagem do portfólio do selo Journeys Namibia, especializado em hotéis boutique da Namíbia, em áreas remotas e de beleza cênica única. www.shipwrecklodge.com.na
Estamos aqui com mais esta dica de viagem, após o isolamento. Em tempo de pandemia, é incrível o que esta família faz para se isolar. Há quase 40 anos, viver a bordo não é novidade para essa família de Santa Catarina. Mas dessa vez, a decisão não é uma escolha, é obrigação (e responsabilidade).
Em viagem pelas Ilhas Falklands/Malvinas, arquipélago no Atlântico Sul, próximo da Patagônia argentina, a família foi surpreendida pelo surto de coronavírus e parte da equipe de velejadores está isolada em um veleiro. A bordo estão Vilfredo, o filho Wilhelm e a nora Érika. Os outros membros do clã, Heloísa e David Schurmann, estão isolados em São Paulo. Em nota enviada para a imprensa, os três tripulantes informaram que, nos últimos 30 dias, tiveram contato com “pinguins, albatrozes e golfinhos”, além de dois fazendeiros de West Falklands.
Como foi a viagem até as Malvinas
Em janeiro, parte da família partiu de Itajaí, em Santa Catarina, a bordo do veleiro Kat. Por dois dias, a tripulação teve que encarar ondas de até 10 metros de altura e foi surpreendida com avarias em duas velas e no enrolador da vela da proa.
Dali seguiram para a ilha a Geórgia do Sul, a 1.500 km de distância, uma navegação que durou cinco dias. “O plano original era voltar para o Brasil, há 3 semanas. Mas, diante da pandemia, decidimos ficar por aqui”, informou Vilfredo.
Segundo o pai velejador, a família pretende voltar, diretamente, para o Brasil no final de abril, se a situação se normalizar no país. Sem paradas, a viagem será uma longa travessia de 3.500 km.
O meio do mar é o lugar mais seguro“
- Vilfredo Schurmann
Vilfredo Schurmann (foto: Divulgação)
Com idade que o coloca entre o grupo de risco durante uma pandemia como essa, Vilfredo diz que se sente seguro e que, constantemente, autoridades locais dão notícias através do rádio.
“Estamos num lugar muito isolado”, tranquiliza o patriarca.
Por ali, foram registrados dois casos, “que já estão fora de perigo”, mas a rotina de isolamento segue em terra, em Porto Stanley, maior cidade do arquipélago, como controle do número de pessoas em supermercado e uso de máscaras.
Suprimentos
Experiente e prevenida, a tripulação saiu do Brasil com suprimentos para três meses. “No mar a gente não sabe o que poderá ocorrer”, lembra Vilfredo.
A bagagem seguiu com comida normal, além de alimentos liofilizados (processo de desidratação em que o produto é congelado sob vácuo), suficientes para mais dois meses, se for necessário.
Além de produtos como arroz, feijão e massas, a tripulação conta com mariscos locais, “alguns [mexilhões] de até 12 centímetros”, e peixes pescados em rios, como truta e robalo.
Veleiro Kat, nas Ilhas Malvinas (foto: Divulgação)
Com economia, os Schurmann poderiam passar mais seis meses com os 1.500 litros de diesel, e contam também com dessalinizador a bordo, aparelho capaz de transformar a água marinha em água potável, “com capacidade de produzir 200 litros de água por hora”.
De resto, a família (ou, pelo menos, parte dela) segue a vida no mesmo estilo que decidiu viver, há 36 anos: a bordo.
Surtos de doenças infecciosas vêm e vão. Mas o vício pelo mar fica para sempre.
Os números dos SchurmannEsta é a 1ª família de brasileiros a dar a volta ao mundo em um veleiro e, desde então, cruzou 4 oceanos, 7continentes e já completou 3 voltas ao mundo.
1984 marca o início da primeira viagem a bordo de um veleiro, cujo planejamento levou 10 anos, cujo retorno só se daria dez anos depois.
Em 1997, a família partiu para a Magalhães Global Adventure, expedição que refez a primeira circum-navegação do mundo, sob orientação inicial do navegador Fernão de Magalhães.
A versão brasileira da volta ao mundo durou quase três anos e percorreu cerca de 60 mil quilômetros.
Nau Victoria em desenho feito pelo cartógrafo Abraham Ortelius (imagem: Domínio Público)
A mais recente volta ao mundo da família começou em 2014 e terminou em 10 de dezembro de 2016.
A bordo do novo Kat, considerado um dos veleiros mais modernos e sustentáveis já produzidos no Brasil, seguiu rumo à Expedição Oriente, uma viagem de 800 dias até a China.
Atualmente, Vilfredo trabalha em um livro sobre a expedição “U-513 – Em Busca do Lobo Solitário”, sobre a descoberta do primeiro submarino alemão naufragado na costa catarinense, durante a Segunda Guerra Mundial. As buscas levaram quase 10 anos e os trabalhos serão contados em um documentário, que está em pós-produção.
A capital turística mais cobiçada e fervida da América do Sul segue fechada para turistas. Mas como a gente não vê a hora de voltar para lá, o Viagem em Pauta recomenda esse tour virtual pela arte de rua de Buenos Aires.
O passeio em imagens 360° pelo Street Art With Google percorre endereços de alguns dos bairros da capital argentina que ganharam novas cores e traços com a arte feita por grafiteiros nacionais e estrangeiros.
Um dos destaques é Barracas, um bairro ainda desconhecido até mesmo pelos portenhos, onde fica o Distrito de Diseño, iniciativa artística similar ao Wynwood, bairro de Miami que transformou uma antiga área de armazéns abandonados em uma meca de artistas.
Com omouse, o viajante virtual percorre vias da cidade como a colorida Pasaje Lenín com mosaicos feitos pela equipe do artista Marino Santa Maria, que prefere chamar seu trabalho de “intervenção urbana”.
As imagens são acompanhadas por áudio explicativo, disponível em inglês e espanhol, que dá boa contextualização sobre a arte de rua de Buenos Aires, como a chegada tardia à cidade, por conta da ditadura militar (“qualquer intervenção na cidade custaria a vida do artista”).
Outro destaque do projeto é o Doma, coletivo de artistas audiovisuais que surgiu em Buenos Aires, em 1998.
A viagem visual passa também por grafites feitos em La Boca e San Telmo.
Essa é uma das atividades propostas pelo #ViajeDeCasa, projeto do buscador Kayak com ações inspiradoras para viajantes darem uma volta pelo mundo, em tempos de coronavírus.
Dividido por períodos do dia (manhã, tarde e noite), o projeto traz também atrativos de destinos como Rio de Janeiro, Cidade do México e Sydney, na Austrália.
BRASÍLIA - Das 27 capitais do Brasil, 12 já entraram em cenário de emergência, devido ao número de casos do novo coronavírus em relação à população total de cada uma dessas cidades.
Hoje, o cenário nacional aponta uma incidência média de 111 casos para cada 1 milhão de habitantes. Em 12 capitais, porém, o volume de contaminações está acima dessa média. É o caso de Fortaleza (573), São Paulo (518), Manaus (482), Macapá (391), Florianópolis (345), Recife (339), São Luiz (302), Rio de Janeiro (297), Vitória (279), Porto Alegre (210), Brasília (204) e Boa Vista (175).
Em outras seis capitais, a situação é de "atenção": Curitiba (156), Natal (154), Rio Branco (147), Belo Horizonte (141), Salvador (126) e Belém (113).
As demais nove capitais têm incidência de casos abaixo da média nacional. É o caso de Cuiabá, João Pessoa, Goiânia, Campo Grande, Aracaju, Palmas, Porto Velho e Maceió.
Se for considerado o índice de mortalidade por coronavírus, cinco Estados (Amazonas, São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Ceará) estão acima da média nacional, que é de seis óbitos para cada 1 milhão de habitantes.
O Ministério da Saúde tem alertado para a necessidade de manutenção do isolamento social, principalmente nas cidades de situação mais críticas, como forma de evitar o colapso no sistema de saúde e garantir o atendimentos aos pacientes que precisem de apoio médico.
Ele é considerado o primeiro cantor de grande alcance a participar de um trio elétrico na Bahia, ao lado de Dodô e Osmar, pioneiros do formato de carros de rua que conduzem multidões nos carnavais baianos. 7 músicas para conhecer melhor a carreira de Moraes Moreira
A Polícia Federal prendeu nesta segunda-feira, 13, na cidade de Maputo, em Moçambique, o narcotraficante Gilberto Aparecido dos Santos. Conhecido como Fuminho, ele é um dos maiores produtores de drogas da América do Sul e um importante fornecedor de entorpecentes para o Primeiro Comando da Capital (PCC). Fuminho é um antigo conhecido das autoridades brasileiras – ele fugiu do complexo do Carandiru em 1998 e desde então nunca mais havia sido capturado – e voltou a ter os passos monitorados de perto desde que seu nome apareceu em bilhetes interceptados dentro do presídio de Presidente Venceslau, no oeste do estado de São Paulo. Nos recados, integrantes do PCC apontavam Fuminho como o braço financeiro de uma operação de fuga de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, principal líder da facção.
Desde que o chefão do PCC cumpria pena na P2, como é conhecida a ala da cadeia em Presidente Venceslau que o abrigava, planos de fuga são monitorados pelo serviço de inteligência que atua dentro dos presídios. Foi um primeiro bilhete idealizando o resgate de Marcola que motivou a transferência do líder da facção para o presídio federal de Rondônia, no início de 2019. Uma segunda comunicação alertou investigadores de que o Número Um do PCC, atualmente no presídio de segurança máxima de Brasília, também fez referência a Fuminho como o financiador de uma nova fuga. Segundo investigadores, ele seria o responsável por providenciar helicópteros e jatos para retirar Marcola de trás das grades.
De acordo com investigadores brasileiros, Fuminho, identificado por vezes pelos codinomes Magrelo, Giba, Gerente, Neném e Africano, é apontado como o mandante da execução de dois ex-líderes do PCC, Rogério Jeremias de Simone, conhecido como Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Sousa, o Paca. Depois de serem assassinados com tiros no rosto, ambos foram içados por um helicóptero e tiveram os corpos queimados na região de Fortaleza.
Um hambúrguer é um sanduíche que consiste em um ou mais hambúrgueres cozidos de carne moída, geralmente carne bovina, colocados dentro de um pão ou pão fatiado. O hambúrguer pode ser frito, grelhado, defumado ou grelhado.
Se você acha que já viu de tudo nessa vida, esta galeria vai mostrar que ainda falta muita coisa! Imagens de situações que parecem impossíveis de acontecer, como a deste cavalo, por exemplo. Como ele conseguiu essa façanha?
Em tempo de pandemia, vamos comer chocolate que é melhor. Veja esta incrível saga em busca de ovos de chocolate no Shopping. Inscreva-se no canal e deixe seu like no vídeo. Ative o sininho e receba notificações dos próximos vídeos. Queremos 1 mil likes neste vídeo.
Ovo de Páscoa é um ovo, normalmente de chocolate, inteiro, pintado com gravuras ou com várias cores, para simbolizar a ressurreição de Cristo e adorar a páscoa, em muitos países.
Atualmente, vende-se chocolate em formato de ovo, recebendo, portanto, o mesmo nome. Geralmente oco, mas também com recheios ou brinquedos dentro. Os Ovos de Páscoa recheados costumam ser artesanais, enquanto os ocos (que vêm com brin-quedo dentro) normalmente são industrializados. Alguns dos recheios comuns são: brigadeiro, doce de leite, creme de avelã, churros, floresta negra (chocolate com morango), entre outros. Costuma ser envolto por cambiantes papéis laminados, e também distribuído como presente aos amigos e crianças nas festividades da Páscoa cristã.
Páscoa ou Domingo da Ressurreição[1][2] é uma festividade religiosa e um feriado que celebra a ressurreição de Jesus ocorrida ao terceiro dia após sua crucificação no Calvário, conforme o relato do Novo Testamento[3][4]. É a principal celebração do ano litúrgico cristão e também a mais antiga e importante festa cristã. A data da Páscoa determina todas as demais datas das festas móveis cristãs, exceto as relacionadas ao Advento[3]. O domingo de Páscoa marca o ápice da Paixão de Cristo e é precedido pela Quaresma, um período de quarenta dias de jejum, orações e penitências.
O termo "Páscoa" deriva, através do latim Pascha e do grego bíblico Πάσχα Paskha, do hebraico פֶּסַח (Pesaḥ ou Pesach), a Páscoa judaica[5][6]
A última semana da Quaresma é chamada de Semana Santa, que contém o chamado Tríduo Pascal, incluindo a Quinta-Feira Santa, que comemora a Última Ceia e a cerimônia do Lava pés que a precedeu[7][8] e também a Sexta-Feira Santa, que relembra a crucificação e morte de Jesus[9]. A Páscoa é seguida por um período de cinquenta dias chamado Época da Páscoa que se estende até o Domingo de Pentecostes.
A Páscoa é uma festa móvel, o que significa que sua data não é fixa em relação ao calendário civil. O Primeiro Concílio de Niceia (325) estabeleceu a data da Páscoa como sendo o primeiro domingo depois da lua cheia após o início do equinócio vernal (a chamada lua cheia pascal)[10]. Do ponto de vista eclesiástico, o equinócio vernal acontece em 21 de março (embora ocorra no dia 20 de março na maioria dos anos do ponto de vista astronômico) e a "lua cheia" não ocorre necessariamente na data correta astronômica. Por isso, a data da Páscoa varia entre 22 de março e 25 de abril (inclusive). Os cristãos orientais baseiam seus cálculos no calendário juliano, cuja data de 21 de março corresponde, no século XXI, ao dia 3 de abril no calendário gregoriano utilizado no ocidente. Por conseguinte, a Páscoa no oriente varia entre 4 de abril e 8 de maio inclusive.
A Páscoa cristã está ligada à Páscoa judaica pela data e também por muitos dos seus simbolismos centrais. Ao contrário do inglês, que tem duas palavras distintas para as duas festas (Easter e Passover respectivamente), em português e em muitas outras línguas as duas são chamadas pelo mesmo nome ou nomes muito similares[11]. Os costumes pascais variam bastante entre os cristãos do mundo inteiro e incluem missas matinais, a troca do cumprimento pascal e de ovos de Páscoa, que eram, originalmente, um símbolo do túmulo vazio[12][13][14]. Muitos outros costumes passaram a ser associados à Páscoa e são observados por cristãos e não cristãos, como a caça aos ovos, o coelho da Páscoa e a Parada da Páscoa[15][16][17]. Há também uma grande quantidade de pratos típicos ligados à Pascoa e que variam de região para região.
Opinião: Bom domingo de páscoa a todos. Sabemos que não é fácil os dias que estamos vivendo. Mas creia que a vitória chegará.
Uma pandemia que chegou do estrangeiro e que se espalhava rapidamente dos portos onde chegavam os passageiros infectados ― assintomáticos ou não ―, sem nenhum medicamento que pudesse pará-la, todos os habitantes confinados em suas casas para evitar contágios, a paralisação total da economia, o exército vigiando as ruas, médicos infectados trabalhando à exaustão, milhares de mortos diários sem enterrar durante “muitos dias porque os que cavavam já não davam conta...”. Não é a crônica do coronavírus que afeta o mundo em 2020.
É o relato feito por Procópio de Cesareia sobre o surto de peste bubônica que assolou o mundo conhecido entre 541 e 544: da China às costas da Hispânia. O estudo La plaga de Justinià, segons el testimoni de Procopi (A Praga de Justiniano, segundo o Testemunho de Procópio), de Jordina Sales Carbonell, pesquisadora da Universidade de Barcelona, devolveu à atualidade esse relato de 1.500 anos atrás, com moral da história. “Em 1 de abril de 2020, determinadas semelhanças e paralelismos do comportamento humano frente a um vírus e suas consequências nos parecem tão próximas e atuais que, apesar da tragédia que estamos vivendo em primeira pessoa, nunca podemos deixar de nos maravilhar de como a história se repete” escreve a arqueóloga e historiadora do Institut de Recerca en Cultures Medievals (Instituto de Pesquisa em Culturas Medievais).
Em 541, durante o reinado do bizantino Justiniano, explodiu um surto de peste bubônica no império. “O alarme surgiu no Egito, onde a infecção se expandiu de modo rápido e letal”. Procópio falou sobre isso em seu livro História das Guerras, no qual relatou as campanhas militares de Justiniano pela Itália, África do Norte, Hispânia... e como os soldados espalhavam a pandemia pelos diversos portos em que chegavam, fundamentalmente da Europa, África do Norte, o Império Sassânida (Pérsia) e, de lá, à China.
Procópio, como conselheiro do general bizantino Belisário, a quem acompanhou em suas campanhas, se transformou assim em “testemunha privilegiada” de uma pandemia que recebeu o nome de praga de Justiniano: “Foi declarada uma epidemia que quase acabou com todo o gênero humano da qual não há forma possível de dar nenhuma explicação com palavras, sequer de pensá-la, a não ser nos remitir à vontade de Deus”, escreveu o historiador bizantino. “Essa epidemia”, continuou, “não afetou uma parte limitada da Terra, um grupo determinado de homens e se reduziu a uma estação concreta do ano [...], e sim se espalhou e se alimentou em todas as vidas humanas, por diferentes que fossem as pessoas das outras, sem excluir naturezas e idade”. Desse modo, a doença não tinha limites, “até aos extremos do mundo, como se tivesse medo de que algum recanto escapasse”.
Um ano após ser detectada, a peste chegou à capital do Império, Bizâncio (atual Istambul), “assolando-a durante quatro meses”. “O confinamento e o isolamento eram totais”, descreve Sales Carbonell, “já que era mais do que obrigatório aos doentes. Mas também se impôs uma espécie de autoconfinamento espontâneo e intuitivamente voluntário para o restante, em boa parte motivado pelas próprias circunstâncias”. De fato, “não era nada fácil ver alguém nos locais públicos, pelo menos em Bizâncio, uma vez que todos os saudáveis ficavam em casa, cuidando dos doentes e chorando os mortos”, de acordo com Procópio. E o faziam “com roupas comuns, como simples particulares”, o que a historiadora da Universidade de Barcelona traduz com certa ironia “como o moletom da época”.
A economia, enquanto isso, desabou: “As atividades cessaram e os artesãos abandonaram todos os empregos e os trabalhos dos quais se ocupavam”. Mas ao contrário de hoje em dia, as autoridades foram incapazes de organizar serviços essenciais. “Parecia muito difícil conseguir pão e qualquer outro alimento, de modo que, para alguns doentes, o desenlace final da vida foi sem dúvida prematuro, pela falta de artigos de primeira necessidade”, escreveu o bizantino em História das Guerras. “Muitos morriam porque não tinham quem cuidasse deles”, já que as pessoas responsáveis pela emergência “caiam esgotadas por não poder descansar e sofrer constantemente. Por isso, todos se compadeciam mais delas do que dos doentes”.
Vigilância nas ruas
Justiniano, pela situação desesperada, distribuiu “pelotões de guardas do palácio” pelas ruas e nomeou seu chefe de gabinete autorizado, que “com o dinheiro do tesouro imperial e até colocando de seu próprio bolso sepultava os corpos dos que não tinham ninguém que os ajudasse”. O próprio imperador se infectou, mas superou a doença e continuou governando durante mais uma década.
Os picos de mortalidade subiram de 5.000 a 10.000 vítimas por dia, e até mais. De tal maneira que, “ainda que em um primeiro momento cada um se ocupava dos mortos de sua casa, o colapso e o caos se tornaram inevitáveis e os cadáveres também eram jogados nas tumbas dos outros, às escondidas e com violência”. Mesmo os ilustres, lembra Procópio, “permaneceram insultos durante muitos dias”, de modo que “os corpos se amontoaram de qualquer maneira nas torres das muralhas”. Não havia cortejos e rituais funerários para eles.
Quando por fim a pandemia foi superada surgiu, lembra a historiadora, um aspecto positivo: “Os que haviam sido partidários das diversas facções políticas abandonaram as críticas mútuas. Mesmo aqueles que antes realizavam ações baixas e malvadas deixaram, na vida diária, toda a maldade, uma vez que a necessidade imperiosa lhes fazia aprender o que era a honradez”, nas palavras de Procópio, ainda que após algum tempo voltaram aos velhos hábitos. “Esse ponto certo de poesia nos faz vislumbrar o otimismo e a esperança de que talvez nos permitam seguir em frente e não voltar a tropeçar novamente na mesma pedra”, finaliza a especialista com mais expectativa do que certeza.