sexta-feira, 19 de maio de 2017

Nepal realiza suas primeiras eleições locais em 20 anos

Foto: AP Foto/Niranjan Shrestha
Um porta-voz da polícia afirmou que ocorreram enfrentamentos entre simpatizantes de diferentes partidos políticos.

Eleitores do Nepal podem exercer neste domingo, 14, seu direito ao voto nas primeiras eleições locais que o país asiático convoca em 20 anos, um pleito histórico durante o qual aconteceram vários incidentes violentos, e que será realizado em duas fases devido ao conflito com a minoria madhesi.

O incidente mais grave registrado até agora aconteceu no município de Madhayapur Thimi, no centro do país, quando as forças de segurança nepaleses encontraram durante a madrugada um artefato explosivo, que "foi desativado sem causar vítimas ou danos", nas imediações da residência de um candidato, disse à Agência Efe um porta-voz da polícia do Nepal, Sarbendra Khanal.

Khanal acrescentou que ocorreram enfrentamentos entre simpatizantes de diferentes partidos políticos em três dos distritos mais afetados pelo terremoto de 2015, Sindhupalchowk, Rammechhap e Dolakha, onde o processo eleitoral foi interrompido.

Nesta primeira convocação eleitoral celebrada em três das sete províncias do Nepal foram habilitadas 6.642 seções eleitorais.

O comissário eleitoral nacional, Sudheer Shah, informou à Efe que a participação era de cerca de 50% do eleitorado até a tarde (horário local) deste domingo e detalhou que mais de 49 mil candidatos se apresentaram para concorrer a 13.556 cargos públicos de 283 instituições locais em todo o país.

Na segunda fase do processo, que acontecerá no dia 14 de junho nas províncias dominadas pela minoria madhesi, outros 9 milhões de nepaleses estão habilitados para votar.

A principal razão para que o processo eleitoral fosse dividido em duas jornadas tem sua origem no conflito aberto entre o Executivo nepalês e os partidos madhesi, uma minoria da rica região do Terai, no sul do país, próxima da fronteira com a Índia.

Os madhesi reclamam um mapa federal distinto para o país e a maioria de seus partidos se recusa a participar do processo eleitoral até que haja a aprovação de uma reforma constitucional que satisfaça suas demandas territoriais.

Nos últimos 15 anos, as instituições locais do Nepal estiveram governadas por funcionários, depois que o mandato dos representantes locais eleitos em 1997 expirou em 2002.

As últimas eleições locais do Nepal aconteceram em 1997 e o início do conflito civil no país, que se prolongou por uma década, paralisou a convocação de novas eleições até a chegada do processo de paz em 2008, quando ocorreram eleições para compor uma Assembleia Constituinte.

Desde então, os sucessivos governos nepaleses se concentraram em elaborar uma Carta Magna, que finalmente foi aprovada em 2015, o que adiou para o segundo plano a convocação de eleições municipais durante vários anos.

G1

Dono da JBS relatou crimes a Michel Temer, que nada fez

Foto: Divulgação
Conversa de Joesley com Temer foi gravada em março, no Palácio do Jaburu.

Os áudios gravados por Joesley Batista, da JBS, revelam que o presidente Michel Temer (PMDB) ouviu, sem fazer objeção e nem depois reportar aos órgãos competentes, um relato de um empresário — dono de um grupo que foi alvo de cinco operações da Polícia Federal em menos de um ano — com detalhes sobre mecanismos usados por ele para obstruir a Justiça, como a cooptação de juízes e procuradores. Temer também escutou, sem repreender o interlocutor, declaração sobre pagamentos ilegais ao ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB).

No documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), no qual solicitou a abertura de inquérito para investigar Temer, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou: “Joesley fala que segue pagando propina ‘todo mês, também’ a Eduardo Cunha, acerca da qual há a anuência do presidente da República”. Cunha está preso desde outubro do ano passado e, em março deste ano, foi condenado pelo juiz Sergio Moro a mais de 15 anos de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

A conversa de Joesley com Temer foi gravada em março, no Palácio do Jaburu. Quando o empresário questionou o presidente sobre a relação com o presidiário Cunha, Temer afirmou que o ex-deputado “resolveu fustigá-lo” ao enviar perguntas, no âmbito de um dos processos que correm na Justiça Federal do Paraná, que relacionavam o presidente com réus e condenados da Lava-Jato. Temer foi arrolado por Cunha como testemunha de defesa, mas o juiz Moro indeferiu 21 das 41 perguntas feitas pelo ex-deputado ao presidente.

Em outro momento da conversa, o empresário afirmou que “está de bem com o Eduardo”. Temer disse: “Tem que manter isso, viu?”. Após um trecho inaudível, Joesley emendou: “Todo mês, também”. E Temer respondeu: “É”.

INTERFERÊNCIA EM INVESTIGAÇÕES

Há também uma referência ao doleiro Lucio Funaro, outro preso pela Lava-Jato. Na conversa, a menção aos repasses de propina não fica clara, mas a Polícia Federal filmou, em uma “operação controlada”, a irmã de Funaro recebendo R$ 400 mil de um diretor da JBS. Aos procuradores, Joesley afirmou que a mesada a Cunha era entregue a Altair Alves Pinto, homem de confiança do ex-deputado — a PF cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa do operador.

Em um dos trechos mais explosivos da conversa, Joesley relata a Temer que está interferindo nas investigações contra ele, ao que o presidente responde “Ótimo, ótimo”.

O diálogo ocorreu da seguinte maneira: após uma fala inaudível de Temer, o empresário disse que é investigado, mas não havia sido denunciado pelo Ministério Público. O presidente Michel Temer reforçou:

— Não tem a denúncia.

— Isso, isso. Investigado. Eu não tenho ainda a denúncia. Eu dei conta de um lado o juiz. Dá uma segurada. De outro lado, o juiz substituto, que é um cara (inaudível) — contou Joesley.

— Tá segurando os dois? — perguntou Temer .

O empresário confirmou:

— Tá segurando os dois.

Ao que o presidente responde:

— Ótimo, ótimo.

E Joesley segue:

— Eu consegui o delator dentro da força-tarefa, que está... também está me dando informação. E lá que eu estou... Dá conta de trocar o procurador que está atrás de mim. Se eu der conta, tem o lado bom e o lado ruim. O lado bom é que dou uma esfriada até o outro chegar e tal. O lado ruim é que se vem um cara com raiva, com não sei o quê...

Após um trecho inaudível do áudio, Joesley insistiu no assunto:

— O (procurador) que está me ajudando tá bom. Beleza. Agora o principal é o que está me investigando. Eu consegui (inaudível) um no grupo. Agora “tô” tentando trocar...

— O que está (inaudível) — disse Temer.

— Isso. Estou nessa. Então, está meio assim. Ele (procurador responsável pelas investigações) saiu de férias. Até nessa semana saiu um burburinho que iam trocar ele. Não sei o quê. Eu fiquei com medo... Mas, tudo bem. Eu estou contando essa história só para falar que... Eu estou me defendendo aí. Estou me segurando e tal... os dois lá, tudo bem.

GRAVAÇÃO TEM 38 MINUTOS

Além de delator da Lava-Jato, Joesley é investigado pela operação Greenfield. O áudio não deixa claro quem é o procurador citado por Joesley, mas o procurador Angelo Villela foi preso pela Polícia Federal, suspeito de passar informações sigilosas a Joesley. Agentes da PF fizeram operação de busca e apreensão no gabinete do Ministério Público no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Os áudios fazem parte da delação premiada de Joesley, antecipada com exclusividade pelo colunista Lauro Jardim, do GLOBO. A colaboração foi homologada pelo STF. A gravação tem 38 minutos. No início da conversa, o empresário procurou mostrar apoio em meio ao momento de crise econômica e política e afirmou ao presidente:

— Estamos juntos.

Em seguida, Joesley levou a conversa em direção a Eduardo Cunha.

— Como o senhor “tá” nessa situação toda do Eduardo (Cunha), não sei o quê, Lava-Jato... — indagou.

O presidente demonstrou insatisfação com a postura do aliado:

— O Eduardo resolveu me fustigar, né. Você viu que...

— Eu não sei, como “tá” essa relação? — insistiu Joesley.

Temer, então, fez referência a um ato de Cunha em um dos processos da Lava-Jato:

— O (Sergio) Moro indeferiu 21 perguntas dele (Cunha) que não tinham nada a ver com a defesa dele, era para me trutar. Eu não fiz nada (inaudível)... No Supremo Tribunal Federal (inaudível).

O empresário passou a detalhar a relação com Eduardo Cunha:

— Eu queria falar assim... Dentro do possível, eu fiz o máximo que deu ali, zerei tudo. O que tinha de alguma pendência daqui para ali (com Cunha), zerou toda. E ele (Cunha) foi firme em cima. Já tava lá, veio, cobrou, tal tal tal, pronto. Eu acelerei o passo e tirei da frente. O outro menino, companheiro dele que “tá” aqui, que o (ex-ministro) Geddel (Vieira Lima) sempre “tava”...

— Lucio Funaro... — interrompeu Temer.

—Isso... O Geddel que andava sempre ali, mas o Geddel perguntou, mas com esse negócio eu perdi o contato, porque ele virou investigado — explicou Joesley.

— É, é complicado, né, é complicado... — completou Temer.

Joesley ponderou que, por Geddel ser investigado, não poderia encontrá-lo. Temer o advertiu:

— Isso é obstrução de Justiça, viu? — disse Temer, numa espécie de aconselhamento. Geddel, citado nas delações da Lava-Jato, deixou o governo por um outro escândalo, quando foi revelado que tentou interferir para liberar um empreendimento imobiliário milionário em Salvador, no qual ele tinha comprado um apartamento.

—Isso, isso... O negócio dos vazamentos, o telefone lá do Eduardo, do Geddel, volta e meia citava alguma coisa meio tangenciando a nós, a não sei o quê. Eu tô lá me defendendo. Como é que, o que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora. Eu tô de bem com o Eduardo... — reforçou Joesley.

Temer endossou a posição do empresário.

— Tem que manter isso, viu? — diz o presidente, em possível referência à compra de silêncio de Cunha.

Extra

Polícia continua investigando morte de prefeito de Breu Branco

Foto divulgação
Divisão de Homicídios já ouviu cinco testemunhas no município.

Investigadores da Divisão de Homicídios continuam no município de Breu Branco, sudeste paraense, esclarecendo a morte do prefeito Diego Kolling (PSD), de 34 anos, assassinado na manhã da última terça-feira (16) enquanto pedalava na PA-263. Policiais da Rotam (Ronda Tática Metropolitana) também continuam dando apoio nas ações. Quem tiver informações que possam contribuir com o trabalho da polícia pode entrar em contato por meio do disque denúncia 181.  Ao menos cinco testemunhas do crime já estão prestando esclarecimentos à polícia.

O prefeito da cidade Breu Branco, sudeste do Estado, Diego Kolling (PSD), foi assassinado a tiros, na manhã de terça-feira, por volta de 7h30, quando ele pedalava na companhia de amigos pela PA-150. Conforme informações de testemunhas, a vítima foi baleada duas vezes por dois homens armados, que estavam em uma motocicleta. Nada foi roubado de Diego. O prefeito foi encaminhado para a Unidade de Pronto-Atendimento da cidade, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Ainda segundo informações nas redes sociais, moradores da cidade ficaram chocados com a ação violenta, já que o jovem prefeito conhecido como “Diego Alemão”, aparentemente, não tinha inimigos.

Redação Portal ORM

Aedes consegue transmitir zika, dengue e chikungunya na mesma picada

Foto divulgação
Pesquisadores da Universidade Estadual do Colorado infectaram mosquitos em laboratório.

Um novo estudo da Universidade Estadual do Colorado (CSU, sigla em inglês) descobriu que o mosquito Aedes aegypti consegue transmitir múltiplos vírus em uma única picada, como os da dengue, zika e chikungunya. Os resultados foram publicados na revista "Nature Communications" nesta sexta-feira (19).

Os pesquisadores acreditam que os resultados jogam luz sobre como ocorre uma coinfecção - quando uma pessoa é atingida por duas ou mais doenças ao mesmo tempo. Eles dizem que o mecanismo ainda não é compreendido totalmente e que pode ser bastante comum em áreas afetadas por surtos, como o Brasil.

A equipe da CSU infectou os mosquitos em laboratório com os três tipos de vírus, depois realizaram testes para verificar qual a taxa de transmissão. De acordo com o estudo, ainda não há uma razão para acreditar que uma coinfecção possa ser mais grave do que ser atingido por um só vírus. As pesquisas sobre o assunto são escassas.

O primeiro relato de coinfecção por chikungunya e dengue ocorreu em 1967, segundo o estudo. Recentemente, há registros de pacientes que tenham contraído a zika, dengue e a chikungunya ao mesmo tempo na América do Norte e Sul.

A líder da pesquisa, Claudia Ruckert, pós-doutora do laboratório de doenças infecciosas e artrópodes da CSU, diz que a equipe chegou ao resultado de que é possível uma coinfecção, mas que a transmissão dos três vírus simultaneamente é mais raro.

"Infecções de dois vírus, no entanto, são bastante comuns, ou mais comuns do que poderíamos imaginar", disse.

Próximos passos

Os pesquisadores querem, a partir de agora, tentar descobrir se algum desses vírus é dominante e consegue "superar" os outros dentro do organismo dos mosquitos. "Todos os três vírus se replicam em uma área muito pequena do corpo do mosquito", explicou Ruckert. "Quando os mosquitos são infectados por dois ou três diferentes vírus, não há quase nenhum efeito sobre o que eles podem fazer um com o outro no mesmo mosquito."

"Baseado no que eu sei como virologista, epidemiologista e entomologista, eu penso que os vírus querem competir ou ajudar entre si de alguma forma", disse Greg Ebel, coautor da pesquisa. "Todos esses vírus têm mecanismos para suprimir a imunidade dos mosquitos, o que pode ser feito em sinergia. Por outro lado, todos eles provavelmente exigem recursos semelhantes dentro das células infectadas, o que pode gerar uma concorrência", completou.

Ruckert diz que não há qualquer evidência forte de que uma coinfecção possa resultar em sintomas ou um quadro clínico mais grave.

No entanto, as descobertas sobre casos de dois ou mais vírus no mesmo paciente são contraditórias, diz o estudo.

Uma equipe da Nicarágua analisou um grande número de coinfecções, mas não observou mudanças na hospitalização dos pacientes ou no estado clínico. Outros estudos, porém, encontraram uma possível ligação entre uma múltipla infecção com complicações neurológicas.

A equipe da CSU levanta, ainda, outra possibilidade: que as coinfecções em seres humanos não tenham sido diagnosticadas da maneira certa.

"Dependendo de como os diagnósticos são usados, e dependendo de como os médicos pensam, é possível que a presença de um segundo vírus não seja notada", avaliou Ruckert. "Isso pode definitivamente conduzir uma interpretação errada da gravidade da doença".

Além de analisar essa relação entre os diferentes vírus no corpo dos mosquitos, a pesquisa pretende, mais tarde, inserir o responsável pela febre amarela nos testes.

O Globo

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Suspeita de envolvimento em roubos em Porto Velho é presa no porto de Guajará-Mirim, RO


Caso foi regisrado na delegacia de Guajará-Mirim (Foto: Júnior Freitas/G1)
Caso foi regisrado na delegacia de Guajará-Mirim (Foto: Júnior Freitas/G1)
Mulher foi detida por policiais civis e militares após uma denúncia anônima. Contra ela havia um mandado de prisão expedido pela Comarca de Porto Velho.
ma ação conjunta das Polícia Civil e Polícia Militar resultou na prisão de uma mulher de 29 anos na manhã desta quinta-feira (18) no Porto Oficial de Guajará-Mirim (RO). Conforme investigação, a mulher é suspeita de fazer parte de uma quadrilha especializada em roubos na capital Porto Velho.
Ela estava com um mandado de prisão expedido pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Porto Velho.
Após uma denúncia anônima, agentes do Serviço de Investigação e Captura (Sevic) e da 1ª Unidade Especializada de Fronteira (1ª Unesfron) prenderam a suspeita que havia acabado de desembarcar em território brasileiro junto com os dois filhos 8 e 12 anos.
O mandado de prisão foi expedido pelo juiz Francisco Borges Ferreira Neto, de Porto Velho. Durante a abordagem a mulher disse aos policiais que mora em Guayaramerín, cidade boliviana, e que tinha vindo buscar uma filha de 10 anos que estuda na Escola Municipal Jesus Perez.
A mulher recebeu voz de prisão e foi conduzida à Delegacia Regional de Polícia Civil, onde tentou por duas vezes apagar conteúdos do celular, mas foi impedida pelos policiais.
Depois de fazer o exame de corpo de delito, a suspeita foi levada para a Casa de Detenção Feminina e está à disposição do Poder Judiciário. As crianças foram encaminhadas para o Conselho Tutelar.

Por G1 Guajará e Região

Detran-AP não descarta a participação de funcionários em golpes aplicados em redes sociais

Golpe sugeria troca de dinheiro por serviços ilícitos do Detran (Foto: Jorge Abreu/G1)
Golpe sugeria troca de dinheiro por serviços ilícitos do Detran (Foto: Jorge Abreu/G1)
Quadrilha oferecia de forma ilícita serviços do departamento em troca de dinheiro. Quatro pessoas foram presas em flagrante na quarta-feira (17).
om o avanço das investigações sobre golpes aplicados em redes sociais, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) disse em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (18) que não descarta a participação de funcionários no esquema criminoso. A Polícia Civil apura a oferta de serviços ilícitos do Detran em troca de dinheiro, que não eram efetuados após o pagamento.
Quatro pessoas foram presas na quarta-feira (18) em Macapá suspeitas de integrar a quadrilha, junto com internos do Instituto de Administração Penitenciário do Amapá (Iapen). Entre os detidos, estão esposa e a irmã de um detento, além da mulher de outro.
O quarto preso foi recrutado para receber o dinheiro das vítimas, que desesperadas, pagavam para ter de forma ilegal serviços de liberação de veículos e exclusão de multas de trânsito.
Segundo a investigação, os presidiários comandavam o esquema e escolhiam, através de telefones, vítimas aleatórias e mandavam mensagens oferecendo os serviços, que posteriormente não foram prestados.
Coletiva de imprensa esclareu parte da investigação (Foto: Jorge Abreu/G1)
Coletiva de imprensa esclareu parte da investigação (Foto: Jorge Abreu/G1)
De acordo com o diretor-presidente do Detran-AP, Inácio Maciel, o órgão de trânsito acompanha as denúncias e colabora com a investigação. Caso seja comprovada qualquer participação de algum funcionário, o procedimento será encaminhado as autoridades policiais para conclusão.
“Até o momento a investigação não chegou a nenhum funcionário. Existem as fotos e os perfis com imagens dos servidores do Detran, mas nada que prove a participação. Não se descarta essa possibilidade. Por conta disso, as apurações continuam, até mesmo porque não chegamos a todos os envolvidos nessa prática ilícita”, disse.
A investigação foi feita a partir dos relatos de vítimas, que procuraram a polícia e o Detran após serem lesadas. A quadrilha pedia que as quantias, que chegavam a R$ 7 mil, fossem depositadas em contas bancárias da Caixa Econômica Federal.

Crime era realizado pelas redes sociais (Foto: Reprodução/Whatsapp)
Crime era realizado pelas redes sociais (Foto: Reprodução/Whatsapp) 
Outra forma de pagamento era pessoalmente, que acabou resultando na prisão da quadrilha na quarta-feira, após uma vítima marcar um encontro para entregar o dinheiro. A apreensão aconteceu em uma casa na Rua Piauí, bairro Pacoval, na Zona Norte de Macapá.
Eles foram levados para o Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp). Para dar "credibilidade" ao golpe, a quadrilha usava nos contatos de WhatsApp fotos retiradas da internet de membros da equipe do Detran e de um advogado.
Entre as falsas identificações usadas, estava do sargento Edivaldo Pascoal, coordenador de atendimento do Detran que também esclareceu dúvidas durante a coletiva. O órgão não oferece e não cobra por serviços através de mensagens de WhatsApp e que nenhum pagamento é feito por transferência bancária, somente por boletos.
“Quando estiver diante de uma proposta ou facilidade oferecida supostamente por um funcionário do Detran ou mesmo que configure alguém do quadro do departamento, venha até a nossa corregedoria e denuncie. A pessoa nesse caso só é vítima se quiser”, reforçou Maciel.
Os serviços oferecidos pela quadrilha eram variados, onde além da liberação de veículos e exclusão de multas, eram anunciadas retiradas de carteiras de habilitação. Os crimes, de acordo com o Detran, estariam acontecendo há pelo menos um ano.

Por Jorge Abreu, G1 AP, Macapá

Câmara de Rio Branco convoca entidades para discutir exclusão do ensino religioso em escolas públicas

Audiência pública está marcada para próxima sexta-feira (26) (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)
Audiência pública está marcada para próxima sexta-feira (26) (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)
Audiência pública está marcada para a próxima sexta-feira (26). Vereador diz que audiência faz parte de mobilização nacional.

A Câmara de Vereadores de Rio Branco decidiu realizar, na próxima sexta-feira (26), uma audiência pública para discutir a possibilidade de exclusão das aulas de ensino religioso nas escolas públicas da capital acreana. O edital de convocação foi publicado na edição desta quinta-feira (18) do Diário Oficial do Estado (DOE).

No edital, a data da audiência estava marcada para esta sexta (19), porém, segundo o presidente da Câmara, vereador Manoel Marcos (PRB-AC), a data foi alterada para a próxima semana para que tivesse uma maior mobilização.

Um dos autores do requerimento, o vereador Rodrigo Forneck (PT), informou que a audiência faz parte de uma mobilização nacional para que seja discutido o retorno ou não do ensino religioso nas escolas públicas, que foi retirado da grade curricular pelo Ministério da Educação. Ele defende que o ensino volte para a grade, porém com algumas ressalvas.

“Faço parte do Instituto Ecumênico e defendemos que o ensino religioso não deve ser retirado da grade curricular. Porém, não pode ser um ensino religioso tendencioso, deve promover, através da educação, o esclarecimento da diversidade religiosa brasileira. A ideia é que nessa audiência a gente possa ouvir quem é a favor e quem é contra a extinção”, disse Forneck.

Entre as entidades convocadas estão igrejas, Instituto Ecumênico Fé e Política, Conselho Estadual de Educação, Conselho Municipal de Educação, faculdades e Universidade Federal do Acre. Além de professores, estudantes, pesquisadores, Sociedade Civil Organizada não Governamental e a comunidade em geral.

Por Iryá Rodrigues, G1 AC, Rio Branco

Manifestantes tomam ruas do Centro de Manaus e pedem 'Diretas Já'

Grupos pediram eleições diretas (Foto: Patrick Marques/G1 AM)
Grupos pediram eleições diretas (Foto: Patrick Marques/G1 AM)
Grupos se concentraram na praça São Sebastião, na tarde desta quinta-feira (18). Manifestantes pedem a saída do presidente Michel Temer e a convocação de novas eleições no país.

Brasileiros tomam ruas para pedir por eleições “Diretas Já” em várias cidades brasileiras. Em Manaus, o grupo se reuniu na praça São Sebastião, no Centro da capital, na tarde desta quinta-feira (18) e passou pelas principais avenidas do Centro. O grupo quer a saída do presidente Michel Temer e a convocação de eleições para que o povo vá às urnas para escolher seu representante. Cerca de 200 pessoas de movimentos estudantis, políticos e sociais participaram da manifestação, segundo os organizadores. A Polícia Militar não estava presente no ato.

Parte dos manifestantes se concentraram no fim da tarde na praça São Sebastião, no Centro de Manaus. Outro grupo se reuniu na praça Heliodoro Balbi, mais conhecida como Praça da Polícia. Por volta das 18h os manifestantes saíram em passeata pelas ruas da cidade. Eles se encontraram em frente ao Palácio da Justiça e depois encerraram a caminhada em frente a Catedral Metropolitana de Manaus.

Manifestantes em várias partes do país organizaram protestos e passeatas após publicação na imprensa das delações dos donos do frigorífico JBS. Os proprietários repassaram à Procuradoria-Geral da República (PGR) gravações em que o Presidente Temer autoriza o pagamento de propina ao ex-deputado Eduardo Cunha, preso na operação Lava Jato.

Sindicatos e uniões estudantis participaram de ato (Foto: Ive Rylo/G1 AM)
Sindicatos e uniões estudantis participaram de ato (Foto: Ive Rylo/G1 AM)
A ação foi organizada pela Frente Brasil Popular e Fora Temer. Os grupos hastearam bandeiras partidárias ou não. Com um carro de som, cada um pôde expressar seu sentimento após a denúncia de envolvimento do presidente no pagamento de propina para o deputado Cunha.

"Nossa expectativa é começar a construir um movimento pelas eleições diretas. Diferente do que foi feito no processo de golpe da presidenta Dilma - onde não havia a presença de uma prova concreta, ou qualquer elemento que levasse ao crime de responsabilidade, a um processo de impeachment - foi ontem colocado a disposição da nação gravações que colocam o presidente Michel Temer envolvido diretamente na construção da inviabilização desse processo de investigação", disse o coordenador da frente Brasil Popular, Yann Evanovick.

O participante salientou que o ato não é de esquerda ou de direita e acredita que somente com mobilização popular, um novo representante seja escolhido.

“Esse ato tem objetivo de dialogar com perspectiva de ‘diretas já’. São atos a favor da democracia, do povo brasileiro. É uma luta que todos precisam encampar”, salientou Yann.

A presidente da Central Única dos Trabalhadores (CTB), a professora Iris Tavares desaprovou o possível repasse de R$ 500 mil semanal acordado entre Michel Temer e o ex-deputado Eduardo Cunha.

"A denúncia de ontem teve provas. Esta insustentável. O povo brasileiro precisa dar uma resposta. Não só se indignar em casa oyu nas redes sociais. Não é uma luta só dos sindicatos ou das centrais, é uma luta do povo brasileiro. Hoje além das reformas, nossa pauta é diretas já e fora Temer”, disse a professora Iris.

Ela defendeu que a saída da presidente Dilma foi articulada para implementar as reformas. "Infelizmente é uma terrível constatação. O que já vinha sendo denunciado por várias pessoas, inclusive as gravações apresentadas ano passado, dando conta que realmente foi um golpe para poder implementar todas essas reformas. Quem fez todas essas reformas não foi o congresso Nacional, foram os grandes empresários", lamentou Iris Tavares.

O presidente do sindicato fazendário, Emerson Queirós, defende que toda a população, independente da posição política deve abrir aos olhos para as denúncias que envolvem o chefe do poder executivo.
“São denúncias de conteúdo bombástico que ficamos sabendo ontem. Como categoria e como cidadão brasileiro queremos tirar a limpo isso. O ‘Fora Temer’ hoje é inevitável e que a gente passe a limpo definitivamente esta história do Brasil”, afirmou Queirós.

G1 AM

Justiça deve levar dois dias para terminar audiências de custódia da Operação Stellio

Polícia Federal desarticula esquema que fraudava seguro-desemprego e FGTS (Foto: Jesana de Jesus/G1)
Polícia Federal desarticula esquema que fraudava seguro-desemprego e FGTS (Foto: Jesana de Jesus/G1)
TOCANTINS - Dezessete audiências devem acontecer nesta quinta-feira (18) e as outras 53 ao longo da sexta-feira (19) em Palmas. Juiz decide quais investigados continuam presos e quais responderão em liberdade.
Justiça Federal do Tocantins deve levar pelo menos dois dias para concluir as audiências de custódia dos suspeitos na operação Stellio. As audiências servem para o juiz decidir quais dos investigados vão seguir presos e quais poderão responder em liberdade. A expectativa é que 17 audiências aconteçam ainda nesta quinta-feira (18) e as outras 53 ao longo da sexta-feira (19), em Palmas.

Até as 18h30 desta quinta-feira (18) três dos investigados na operação haviam recebido autorização para responder em liberdade. Para serem soltos, eles ainda precisam pagar as fianças. A Justiça Federal ainda não informou qual o valor que foi estipulado. As outras audiências ainda estão em andamento.

Ainda não foi decidido se as audiências de presos em outros estados vão ser feitas por videoconferência, se os investigados serão levados até Palmas ou se elas vão acontecer na Justiça Federal de outros estados.

As investigações, que começaram em 2013 pela Polícia Federal e o Ministério do Trabalho e Emprego, apuram se uma organização criminosa especializada em fraudes contra o Seguro-desemprego e FGTS atuaram nos estados do Tocantins, Goiás, Pará, Maranhão, Roraima, Paraná e Santa Catarina. Os investigados são suspeitos de estelionato, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro.

Ao todo, 136 mandados foram cumpridos em sete estados, sendo 70 de prisões. No Tocantins, 30 pessoas foram presas. Duas eram funcionárias da Caixa e duas do Sine. O chefe da quadrilha foi capturado em Goiânia. O principal auxiliar dele foi preso em uma casa, em Palmas. A suspeita é que o grupo tenha causado um prejuízo de R$ 320 milhões.

A polícia informou que, com o dinheiro fraudado, o grupo fazia lavagem de dinheiro, comprando propriedades rurais, gado e outros bens de alto valor, como casas e carros luxuosos. Um camaro foi apreendido em Santa Catarina.

O delegado detalhou o funcionamento da organização. A fraude no seguro-desemprego era o maior foco do grupo.

“Eles cooptavam os agentes credenciados do Sine, conseguiam a senha, entravam no sistema e faziam as inserções de requerimentos de seguro-desemprego fraudulentos. Também arregimentavam laranjas, muitos do Tocantins, e de outros estados para sacar os valores”, explicou. As fraudes foram constatadas entre os anos de 2014 e 2015.
Os ex-funcionários da Caixa são suspeitos de repassar para a organização os cartões-cidadão. Desse modo, os membros da organização conseguiam retirar os valores. Segundo a PF, funcionários que trabalhavam nos caixas também permitiam que membros da organização fizessem os saques. No Pará, a polícia apreendeu 300 cartões com um suspeito.
A PF informou que 14 agentes e ex-agentes do Sine foram presos, sendo que dois são do Tocantins, sete de Goiás e cinco do Maranhão. Dos funcionários da Caixa presos, dois são do estado e um do Maranhão.

PF cumpre mandados em Palmas, durante a operação Stellio (Foto: Marcel de Paula/TV Anhanguera)
PF cumpre mandados em Palmas, durante a operação Stellio (Foto: Marcel de Paula/TV Anhanguera)
Resposta
Em nota, a Secretaria do Trabalho e Assistência Social (Setas) esclarece que a secretária Patrícia Rodrigues do Amaral não foi comunicada oficialmente se existem servidores estaduais envolvidos nas acusações.
Informou ainda que fez um levantamento em todos os Sines administrados pelo Setas e ficou constatado que os servidores que trabalham nos departamentos citados na operação compareceram aos seus postos de trabalho normalmente nesta quinta-feira.
Por fim, disse que condena qualquer fraude ou ato ilícito na administração pública, e caso, haja envolvimento dos servidores estaduais, a Setas coloca-se à disposição da Justiça para as investigações.

G1 TO

A REPÚBLICA GRAMPEADA 'NÃO RENUNCIAREI'

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Foto divulgação
Temer afirma que responderá a todas as acusações no STF: 'Não comprei o silêncio de ninguém e não temo delação', diz o presidente.

Presidente vem a público falar sobre a crise instalada em seu governo.

RIO E BRASÍLIA - O presidente Michel Temer afirmou na tarde desta quinta-feira, em pronunciamento em cadeia de rádio e TV, que não vai renunciar.

- Não renunciarei. Repito: Não renunciarei. Sei o que fiz e sei da correção dos meus atos. Exijo investigação plena e muito rápida para os esclarecimentos ao povo brasileiro. Meu único compromisso é com o Brasil, e só este compromisso me guiará.

Temer iniciou sua fala argumentando que demorou a se pronunciar, porque procurou conhecer os detalhes da denúncia. E contou que solicitou ao Supremo Tribunal Federal o acesso à gravação na qual autoriza a compra do silêncio de Eduardo Cunha. Até a tarde desta quinta-feira, porém, seu pedido ao tribunal não tinha sido atendido.

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O presidente negou novamente ter autorizado qualquer interlocutor a falar em seu nome e afirmou que não comprou o silêncio de ninguém, porque não tem o que temer e não precisa, segundo ele, de foro privilegiado.

- Repito e ressalto: em nenhum momento autorizei que pagasse a quem quer que seja para ficar calado. Não comprei o silêncio de ninguém por uma razão singelíssima, exata e precisamente, porque não temo nenhuma delação. Não preciso de cargo público nem de foro especial. Não tenho nada a esconder - disse o presidente.

Quanto ao dinheiro recebido pelo deputado Rocha Loures, ex-assessor especial do presidente, Temer declarou que o empresário Joesley Batista, dono da JBS, "auxiliava a família" do parlamentar. Temer voltou a negar que soubesse desse repasse. O presidente ainda afirmou que pode se tornar inútil "todo o esforço" de tirar o Brasil da "sua maior recessão".

- Todo o imenso esforço de retirar o país de sua maior recessão pode se tornar inútil e nós não podemos jogar no lixo da História tanto trabalho feito em prol do país. Ouvi realmente o relato de um empresário que, por ter relação com ex-deputado, auxiliava a família do ex-parlamentar (Rocha Loures). Não solicitei que isso acontecesse e somente tive conhecimento desse fato nessa conversa pedida pelo empresário.

Mais cedo, o ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), abriu inquérito para investigar o presidente Michel Temer. O empresário Joesley Batista, dono da JBS, entregou ao Ministério Público (MP) gravação em que o presidente dá aval para o empresário comprar, com mesadas, o silêncio do ex-presidente da Câmara, o deputado cassado Eduardo Cunha.


O pedido de abertura de inquérito foi feito a partir da delação premiada dos donos do grupo JBS.


Pela Constituição, o presidente da República não pode ser responsabilizado por atos cometidos antes do exercício do mandato. Como os fatos delatados teriam ocorrido depois de Temer ter assumido a presidência da República, não haveria impedimento legal para o início das investigações.

O Globo


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Foto divulgação

O governo Temer foi ao chão

O cenário político converge para uma eleição direta a partir de eventual renúncia.

POR JOSÉ CASADO, O GLOBO
Michel Temer (Foto: Arquivo Google)
Fonte: http://noblat.oglobo.globo.com/index.html

Caiu nas redes sociais

Redes sociais

Caiu na rede (Foto: Redes sociais)

Caiu na rede (Foto: Redes sociais)



Caiu na rede (Foto: Redes sociais)

Fonte:http://noblat.oglobo.globo.com/meus-textos/noticia/2017/05/caiu-nas-redes-sociais.html


Temer decidiu renunciar

Presidente Michel Temer (Foto: AFP 13/12/2016)
Presidente Michel Temer (Foto: AFP)
O presidente Michel Temer está pronto para anunciar sua renúncia ao cargo e deverá fazê-lo ainda hoje. Já conversou a respeito com alguns ministros de Estado e, pessoalmente, acompanha a redação do pronunciamento que informará o país a respeito.

Rodrigo Maia (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, já foi avisado sobre a decisão de Temer. Ele o substituirá como previsto na Constituição, convocando o Congresso para que eleja o novo presidente que governará o país até o final de 2018.

A Secretaria de Comunicação Social da presidência da República suspendeu a veiculação de peças de propaganda do governo que estavam no ar ou que poderiam ir ao ar.

Ricardo Noblat
noblat.oglobo

Lauro Jardim/EXCLUSIVO: As cenas que provam a entrega de propina aos indicados de Temer e Aécio

Deputado Rocha Loures (PMDB-PR) e Frederico Pacheco de Medeiros foram flagrados em "ações controladas" da PF.

POR LAURO JARDIM E GUILHERME AMADO

RIO - A delação da JBS, a mais dura em três anos de Lava-Jato, merece este título em grande parte devido às cenas a seguir. Nelas, o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), destacado pelo presidente Michel Temer para tratar com Joesley Batista dos interesses de seu grupo empresarial, é flagrado pegando R$ 500 mil em propina — a primeira parcela de um montante prometido de R$ 480 milhões. As cenas abaixo mostram esta entrega, ocorrida em 28 de abril deste ano.

A entrega de dinheiro para o indicado por Temer


Do Il Barista, os dois seguem para o restaurante Pecorino. É uma estratégia de despiste de Loures
Meia hora depois, os dois se encontram no estacionamento do mesmo shopping
Loures não pega o dinheiro no estacionamento e pede para que eles sigam para a pizzaria Camelo, nos Jardins. Ele entra na pizzaria sem nenhuma mala.

As cenas também são devastadoras para o presidente do PSDB, o senador mineiro Aécio Neves. A Polícia Federal filmou o primo de Aécio, Frederico Pacheco de Medeiros, pegando, a mando de Aécio, R$ 1,5 milhão em propina — três quartos dos R$ 2 milhões que Aécio pediu, sem saber que era gravado, para Joesley. As cenas abaixo mostram a primeira entrega, ocorrida em 12 de abril deste ano.

A primeira entrega de dinheiro ao primo de Aécio Neves




Já o presidente do PSDB indicou o primo Frederico Pacheco de Medeiros para receber o dinheiro. Fred, como é conhecido, foi diretor da Cemig, nomeado por Aécio, e um dos coordenadores de sua campanha a presidente em 2014. Tocava a área de logística. Quem levou o dinheiro a Fred foi o diretor de Relações Institucionais da JBS, Ricardo Saud, um dos sete delatores. Foram quatro entregas de R$ 500 mil cada uma. A PF filmou três delas. As cenas abaixo mostram a primeira entrega, ocorrida em 19 de abril deste ano.



A segunda entrega de dinheiro ao primo de Aécio Neves
As filmagens da PF mostram que, após receber o dinheiro, Fred repassou, ainda em São Paulo, as malas para Mendherson Souza Lima, secretário parlamentar do senador Zeze Perrella (PMDB-MG). Mendherson levou de carro a propina para Belo Horizonte. Fez três viagens — sempre seguido pela PF. As investigações revelaram que o dinheiro não era para advogado algum. O assessor negociou para que os recursos fossem parar na Tapera Participações Empreendimentos Agropecuários, de Gustavo Perrella, filho de Zeze Perrella. As cenas abaixo mostram a primeira entrega, ocorrida em 12 de abril deste ano.


Um dos grandes diferenciais da delação dos donos da JBS foi exatamente as "ações controladas" feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pela Polícia Federal. Neste mecanismo de investigação, o flagrante do crime é calculado de maneira que seja produzida uma determinada prova. Nessa investigação, a PF acompanhou, com câmeras e escutas, a entrega de dinheiro para intermediários de Temer e de Aécio.

ESQUEMA NO CADE

O primeiro contato entre Rocha Loures e Joesley foi em Brasília. O dono da JBS lhe contou o que precisava do Cade.

Desde o ano passado, o órgão está para decidir uma disputa entre a Petrobras e o grupo sobre o preço do gás fornecido pela estatal à termelétrica EPE. Localizada em Cuiabá, a usina foi comprada pelo grupo em 2015. Explicou o problema da EPE: a Petrobras compra o gás natural da Bolívia e o revende para a empresa por preços extorsivos. Disse que sua empresa perde "1 milhão por dia" com essa política de preços. E pediu: que a Petrobras revenda o gás pelo preço de compra ou que deixe a EPE negociar diretamente com os bolivianos.
Com uma sem-cerimônia impressionante, o indicado de Temer ligou para o presidente em exercício do Cade, Gilvandro Araújo. E pediu que se resolvesse a questão da termelétrica no órgão. Não há evidências de que Araújo tenha atendido ao pedido. Pelo serviço, Joesley ofereceu uma propina de 5%. Rocha Loures deu o seu ok.: "Tudo bem, tudo bem". Para continuar as negociações, foi marcado um novo encontro.

Desta vez, entre Rocha Loures e Ricardo Saud, diretor da JBS e também delator. No Café Santo Grão, em São Paulo, trataram de negócios. Foi combinado o pagamento de R$ 500 mil semanais por 20 anos, tempo em que vai vigorar o contrato da EPE.

Ou seja, está se falando de R$ 480 milhões ao longo de duas décadas, se fosse cumprido o acordo. Loures disse que levaria a proposta de pagamento a alguém acima dele. Saud faz duas menções ao "presidente".

Pelo contexto, os dois se referem a Michel Temer. A entrega do dinheiro foi filmada pela PF. Mas desta vez quem esteve com o homem de confiança de Temer foi Ricardo Saud, diretor da JBS e um dos sete delatores. Esse segundo encontro teve uma logística inusitada.

Certamente, revela o traquejo (e a vontade de despistar) de Rocha Loures neste tipo de serviço. Assim, inicialmente Saud foi ao Shopping Vila Olímpia, em São Paulo.

Em seguida, Rocha Loures o levou para um café, depois para um restaurante e, finalmente, para a pizzaria Camelo, na Rua Pamplona, no Jardim Paulista. Foi neste endereço, próximo à casa dos pais de Rocha Loures, onde ele estava hospedado, que o deputado recebeu a primeira remessa de R$ 500 mil.

Apesar do acerto de repasses semanais de R$ 500 mil, até o momento só foi feita a primeira entrega de dinheiro. E, claro, a partir da homologação da delação, nada mais será pago.
Rocha Loures, o indicado por Temer, é um conhecido homem de confiança do presidente. Foi chefe de Relações Institucionais da Vice-Presidência sob Temer. Após o impeachment, virou assessor especial da Presidência e, em março, voltou à Câmara, ocupando a vaga do ministro da Justiça, Osmar Serraglio.

Fonte: O Globo

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