quinta-feira, 28 de maio de 2020

Desmate na Mata Atlântica subiu 27% entre 2018 e 2019, indica relatório

Mata Atlântica na região de Antonina, no Paraná: o estado foi o terceiro que mais desmatou esse bioma entre 2018 e 2019. Crédito: Deyvid Setti e Eloy Olindo Setti/Wikimedia
© Fornecido por Revista Planeta Mata Atlântica na região de Antonina, no Paraná: o estado foi o terceiro que mais desmatou esse bioma entre 2018 e 2019. Crédito: Deyvid Setti e Eloy Olindo Setti/Wikimedia

Bioma historicamente mais castigado do Brasil, a Mata Atlântica sofreu um aumento de 27% nos desmates entre 2018 e 2019. A informação está no relatório Atlas da Mata Atlântica, divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta quarta-feira (27), data em que se comemora o dia do bioma.
De 1º de outubro de 2018 a 30 de setembro de 2019, registrou-se o desmatamento de 14.502 hectares. No mesmo período entre 2017 e 2018, foram 11.399 hectares desmatados. A subida reverte uma tendência de queda observada desde 2016.
O líder no corte da mata foi Minas Gerais: 4.972 hectares desmatados, segundo o estudo. (O Atlas da Mata Atlântica mapeia desmatamentos acima de 3 hectares, ou 30 mil m².) Na sequência vieram Bahia (3.532 hectares), Paraná (2.767 hectares) e Piauí (1.558 hectares). São os mesmos estados que estavam no topo do desmatamento no período anterior. Na ponta oposta, Alagoas e Rio Grande do Norte conseguiram zerar o desmatamento.
Segundo o geógrafo Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, os estados com os piores índices na atual edição do Atlas estão historicamente associados ao desmatamento criminoso. Em Minas Gerais, onde a alta em relação ao período anterior foi de 47%, o corte pode estar relacionado à derrubada de mata nativa para o plantio de eucaliptos e à produção de ferro-gusa. Na Bahia (expansão de 78%), o desmatamento estaria ligado à atividade agropecuária na área conhecida como Matopiba, próxima à região de Cerrado. Já no Paraná, as perdas teriam relação com a obtenção de carvão vegetal.
Vale-tudo
Mantovani observa que o governo de Jair Bolsonaro tem uma relação bastante nítida com o que está acontecendo na Mata Atlântica. Ainda em campanha, o atual presidente declarou que “não aceitava” as multas ambientais. “Ele sinalizou um vale-tudo. E esse pessoal [que já desmatava antes] se sentiu inspirado”, avalia o diretor da SOS Mata Atlântica em depoimento ao site G1. “E agora, o despacho do ministro [Ricardo Salles] comprovou o que ele falava na campanha lá atrás: o ministro não entrou para cuidar do meio ambiente do Brasil. Ele entrou com o plano de acabar com o meio ambiente. Esse Atlas já sinalizou que a situação é ruim”.
Um despacho emitido pelo Ministério do Meio Ambiente em abril deste ano recomendou a órgãos ambientais do país que desconsiderassem a Lei da Mata Atlântica, de 2006, e aplicassem em seu lugar o Código Florestal. O Ministério Público Federal informou ao Ibama que descumpra essa orientação do governo, alegando que ela contraria a lei de proteção do bioma.
Mantovani já adiantou que o próximo Atlas também não trará boas notícias. “A prova maior foi a autodenúncia do ministro [Salles] naquela reunião”, afirma. Na citada reunião ministerial, de 22 de abril, Ricardo Salles defendeu “passar a boiada” e “mudar” regras ambientais enquanto a imprensa se dedicava à cobertura da epidemia de covid-19.
Segundo a SOS Mata Atlântica, apenas 12,4% da área de floresta original do bioma (correspondente a cerca de 16,3 milhões de hectares) ainda sobrevive. Um percentual abaixo de 20% representa ameaça de extinção para as espécies nativas. Mantovani também sublinha a necessidade de considerar “desmatamentos formigas”, cuja pequena extensão passa despercebida pelos registros de satélite. Esse fenômeno está associado à construção de casas em margens de rios, regiões de morros ou ampliação de terrenos particulares.
Mata Atlântica na região de Antonina, no Paraná: o estado foi o terceiro que mais desmatou esse bioma entre 2018 e 2019. Crédito: Deyvid Setti e Eloy Olindo Setti/Wikimedia© Fornecido por Revista Planeta Mata Atlântica na região de Antonina, no Paraná: o estado foi o terceiro que mais desmatou esse bioma entre 2018 e 2019. Crédito: Deyvid Setti e Eloy Olindo Setti/Wikimedia
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Revista Planeta

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quarta-feira, 27 de maio de 2020

LA LLORONA: A MULHER FANTASMA QUE ASSOMBRA O MÉXICO HÁ SÉCULOS

Pôster do filme A Maldição da Chorona, 2019


A lenda mexicana conta a saga da mulher que matou os próprios filhos e passou a raptar novas crianças

Uma história de terror e tragédia familiar tem origem no início do século 16, no México. Em noites de lua cheia, vizinhanças inteiras teriam o sono perturbado pelo choro insistente de uma mulher desesperada. Ela estaria à busca de seus dois filhos. Mas encontrá-los seria impossível: ela própria haveria matado as crianças.
Segundo a lenda, essa chorona, como ficaria conhecida, se chamava Maria. Apaixonada por um homem que sua família desaprovava, ela decidiu fugir com o amante, e teve dois filhos com ele. Até que, certo dia, Maria descobriu que estava sendo traída pelo marido com outra mulher.
Arrasada e cega de raiva, a mulher pegou seus filhos — símbolos daquele matrimônio desastroso – e os afogou num lago. Dois dias depois, quando o ataque de fúria passou, Maria voltou ao rio para encontrar os filhos. Descobriu os dois na margem oposta — ambos já sem vida.
Cena do filme A Maldição da Chorona , lançado em 2019 / Crédito: Divulgação

Assim, com a dor insuportável da culpa e do arrependimento, a filicida morreu de depressão. Mas sua agonia não teria acabado com a morte. Desde então, seu fantasma vagaria flutuando pelas cidades, com um vestido branco e um véu que cobre seu rosto pálido. O espectro levanta as mãos para o céu e chora.
Poderia ser só uma lenda triste se a história não fosse ganhando detalhes assombrosos. Maria não apenas flutuaria aos prantos. Ela também roubaria crianças para substituir as suas.
Essa lenda é a mais clássica do México, e teve tanto sucesso que vários países fizeram adaptações para as suas culturas — como o Brasil, com as histórias da bela da noite. Até dentro do próprio México há versões mais ou menos diferentes da lenda original.
Um dos relatos mexicanos alternativos fala de uma índia que teria se tornado amante de Hernán Cortés, o conquistador espanhol que destruiu o Império Asteca. Ela teria se arrependido de apoiar os colonizadores, e daí a choradeira. Outra versão diz que teria se afogado junto com os filhos.
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Tocantins: Palmas registra o 7º óbito por coronavírus; paciente tinha 62 anos

Descrição: Imagem ilustrativa Reprodução/Web

O homem não possuía comorbidades, estava internado no Hospital Geral de Palmas (HGP) desde o dia 16 de maio em estado grave. Ele não resistiu às complicações causadas pela infecção do coronavírus.

O Boletim Epidemiológico desta quarta-feira, 27, destaca a sétima morte em decorrência da Covid-19 em Palmas. O homem de 62 anos de idade, não possuía comorbidades, estava internado no Hospital Geral de Palmas (HGP) desde o dia 16 de maio em estado grave. Ele não resistiu às complicações causadas pela infecção do coronavírus.

Esta edição do Boletim também traz a confirmação de 48 novos casos na última rotina de exames realizadas na Capital. Com isso, o a Capital contabiliza agora 470 casos confirmados de Covid-19.

De acordo com a Vigilância Epidemiológica de Palmas, dos 48 novos casos confirmados, 11 tiveram contato com casos confirmados da Capital, 13 contraíram o vírus por transmissão comunitária, três viajaram para outros estados brasileiros, 17 casos estão em investigação e quatro fizeram viagem ou tiveram contato com caso confirmado de outro município do Tocantins.

Tomando como base o total de  470 casos confirmados na Capital, 206  (43,8%) tiveram contato com caso confirmado de Palmas, 151 (32,1%) contraíram o vírus por transmissão comunitária, 51 (10,9%) viajaram para outros estados brasileiros, 29 (6,2%) casos estão em investigação, 27 (5,7%) fizeram viagem ou tiveram contato com caso confirmado de outro município do Tocantins e 6 (1,3%) são casos relacionados a viagens para o exterior.   

Testagem

A última rodada de exames laboratoriais nas redes pública e privada de Palmas somou 205 diagnósticos. Desse total, 46 casos testaram negativo e 14 tiveram resultado positivo no Laboratório Central do Tocantins (Lacen). Já o Laboratório Municipal de Palmas descartou 87 casos e confirmou 33 como sendo positivos. Os laboratórios privados registaram 24 casos negativos e um positivo. 

Pessoas hospitalizadas

Encontram-se hospitalizados nas redes pública e privada de Palmas 11 casos confirmados da Capital, nove dessas pessoas em quadro estável de saúde e duas em situação grave, conforme boletins médicos publicados às 18 horas, de terça-feira, dia 26.  Também estão internados mais três pessoas de Palmas por suspeita de infecção por Covid-19.

Outros 19 pacientes confirmados estão internados no município em consequência da doença, no entanto, são moradores de outras cidades do Tocantins ou outros estados brasileiros.

 

Tocantins: Com 165 confirmações em 24h, TO ultrapassa 3 mil casos e contabiliza 65 óbitos

Os 165 casos foram registrados em 26 municípios do Estado. Nas últimas 24h, Palmas foi a cidade que contabilizou o maior número de casos, sendo 43 infectados.
 
Descrição: Imagem ilustrativa Reprodução/Web
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que nesta quarta-feira, 27, foram contabilizados 165 casos notificados para Covid-19 no dia 26 de maio.

Os novos casos foram registrados em 26 municípios, sendo eles:  Aguiarnópolis (02), Araguaína (27), Brejinho de Nazaré (01), Cariri do Tocantins (01), Colinas do Tocantins (05), Couto Magalhães (01), Darcinópolis (01), Divinópolis (01), Esperantina (01), Formoso do Araguaia (04), Goiatins (02), Guaraí (07), Gurupi (02), Itaguatins (09), Lagoa da Confusão (01), Miracema do Tocantins (01), Nova Olinda (11), Palmas (43), Palmeiras do Tocantins (05), Paraíso do Tocantins (09), Porto Nacional (04), Rio Sono (16), Sampaio (01), São Miguel do Tocantins (03), Tocantinópolis (05) e Xambioá (02).

Nesta terça-feira, 26, uma mulher de 86 anos, residente de Nova Olinda, diabética e hipertensa, morreu vítima do coronavírus. Desta forma, hoje o Tocantins contabiliza 65 óbitos, 3.023 casos confirmados, destes, 924 pacientes estão recuperados e 2.034 estão ainda em isolamento domiciliar ou hospitalar. 

Caso confirmado de outro Estado

Foram diagnosticados no Tocantins 12 casos positivos do novo Coronavírus (Covid-19) para os estados de Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Pará e São Paulo.

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) esclarece que o banco de dados do Estado é dinâmico, em virtude do fechamento das investigações epidemiológicas, que alteram principalmente locais de residência dos casos positivos, trazendo modificações diárias no acumulado dos municípios e no total geral do Estado.

O Estado possui uma plataforma onde todos podem acompanhar os números da Covid-19 no Tocantins. 


T1 Notícias


Celular e computador de Luciano Hang são apreendidos em operação da PF



O empresário de Brusque é um dos alvos de uma investigação de apura produção de fake news e ameaças a ministros do STF

O celular e o computador pessoal do empresário catarinense Luciano Hang foram apreendidos pela PF (Polícia Federal) no início da manhã desta quarta-feira (27).
Os itens foram recolhidos na casa e no escritório do dono da Havan, em Brusque. Ele é investigado em um processo que apura fake news e ameaças a ministros do STF (Superior Tribunal Federal).
PF cumpre mandados na casa e escritório de Hang – Foto: Reprodução/Facebook
Pouco antes das 9h, Hang usou as redes sociais para falar sobre o assunto. Em uma live, o empresário afirmou que está tranquilo e que os equipamentos vão provar que ele não cometeu nenhum crime.
“Jamais atentei ou fiz fake news contra o STF. E dessa forma, entregando meu celular e meu computador pessoal, vai estar tudo esclarecido 100%”, disse o dona da Havan.
Questionado por seguidores se entende que ação tem como objetivo intimidá-lo, Hang disse que não. Pontou o direito do STF de apurar “se alguém fez algo contra os membros da alta corte do país”.
O empresário reiterou a importância da liberdade de expressão. “Eu uso as nossas redes sociais para expressar aquilo que eu penso. […] Jamais atentei contra membros do STF e a instituição”, pontou.
“O que é fazer fake news? É pegar uma coisa certa e transformar ela em errada. Jamais. O que nós queremos é falar a verdade. As vezes, tem um fato e várias versões. E eu sempre coloco a minha versão sobre aquele fato”, afirmou Luciano.

Leia também:

Segundo as primeiras informações, divulgadas pela Polícia Federal por volta das 7h, são 29 mandados referentes ao inquérito nº 4.781 do STF. Além de Santa Catarina, a operação ocorre também no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e Paraná.
Outros alvos da operação são o ex-deputado Roberto Jefferson, o deputado estadual Douglas Garcia, a ativista Sara Winter e o blogueiro Allan dos Santos.
O procedimento de investigação está sendo presidido pelo ministro Alexandre de Moraes.

AO VIVO: Luciano Hang fala sobre ação da PF na manhã desta quarta-feira

São 29 mandados referentes ao inquérito nº 4.781 do STF. As ordens judiciais também estão sendo cumpridas no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso e Paraná.
O procedimento de investigação está sendo presidido pelo ministro Alexandre de Moraes.


ND+

Entenda as polêmicas do inquérito sobre fake news, que provoca atrito entre Bolsonaro e o STF

O presidente do STF determinou a abertura do inquérito em março do ano passado

A Polícia Federal (PF) cumpriu nesta quarta-feira (27/05) mandados de busca e apreensão relacionados ao inquérito que apura a veiculação de notícias falsas contra o Supremo Tribunal Federal (STF).
O inquérito é conduzido em sigilo pela própria Corte e está sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que expediu as ordens à polícia.
Os 29 mandados foram cumpridos em cinco Estados - Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina - e no Distrito Federal e têm como alvo pessoas suspeitas de envolvimento com uma rede de divulgação de ofensas, ataques e ameaças contra ministros da corte e seus familiares.
Entre eles, segundo a imprensa, estariam apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como o empresário Luciano Hang, fundador da Havan, o deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP), a militante Sara Winter, o empresário Edgard Corona, presidente da rede de academias Smart Fit, os blogueiros Winston Lima e Allan dos Santos, e o presidente nacional do PTB, o ex-deputado federal Roberto Jefferson.
Moraes também determinou que deputados federais do PSL, pelo qual Bolsonaro se elegeu e do qual se desfiliou em novembro do ano passado, sejam ouvidos nos próximos dias. Mas eles não foram alvos de mandados nesta quarta.
Entre eles, estão Bia Kicis (DF), Carla Zambelli (SP), Daniel Lúcio (RJ), Filipe Barros (PR), Geraldo Junio (MG) e Luiz Phillipe de Orleans e Bragança (RJ).
O ministro também quer ouvir dois deputados estaduais do PSL em São Paulo, Douglas dos Santos e Gil Diniz.

O que está sendo investigado?

O inquérito foi aberto em março de 2019 pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli, sem provocação de outro órgão. Toffoli escolheu Moraes para conduzir o inquérito sem que houvesse sorteio entre todos os ministros
"Não existe Estado Democrático de Direito nem democracia sem um Judiciário independente e sem uma imprensa livre", afirmou o Toffoli ao anunciar a medida.
"O STF sempre atuou na defesa das liberdades, em especial da liberdade de imprensa e de uma imprensa livre em vários de seus julgados."
O inquérito exclui a participação do Ministério Público nas investigações e se tornou alvo de críticas não só de procuradores, mas também de membros do Executivo e do Legislativo, que temem uma concentração excessiva de poder nas mãos do Supremo.
A então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, tentou impedir a continuidade dessa investigação, por considerá-la ilegal. Ela encaminhou ao STF um documento informando que havia arquivado o inquérito porque só o Ministério Público poderia abrir e conduzir uma investigação criminal.
A decisão de Dodge, porém, foi descartada por Alexandre de Moraes. Para ele, só o STF tem prerrogativa para arquivar a investigação, já que ela é conduzida pelo próprio tribunal, não por promotores.
O ministro afirmou também que o inquérito foi aberto com base no regimento interno da Corte, sem participação do Ministério Público.
Moraes se refere ao Artigo 42, segundo o qual "ocorrendo infração à lei penal na sede ou dependência do tribunal, o presidente instaurará inquérito, se envolver autoridade ou pessoa sujeita à sua jurisdição, ou delegará esta atribuição a outro ministro".
Toffoli alega que, embora os crimes não tenham sido praticados dentro do prédio do Supremo, os ministros, supostas vítimas das suspeitas investigadas, "são o tribunal".
Por sua vez, o sucessor de Dodge no cargo, Augusto Aras, deu em outubro do ano passado um parecer pela continuidade do inquérito em uma ação movida pela Rede Sustentabilidade na qual o partido questionava a investigação.
Aras afirmou ser possível "concluir que a polícia da Corte Suprema abrange também a proteção de bens e serviços do Tribunal, assim como a incolumidade dos ministros, juízes, servidores e demais pessoas que o frequentam".
A Advocacia-Geral da União também defendeu a legalidade das investigações. Segundo um parecer do advogado-geral da União, André Mendonça, enviado ao ministro Edison Fachin, há previsão legal para a investigação no regimento interno do tribunal. E, para Mendonça, cabe somente aos ministros interpretar as regras previstas.

O que já foi feito?

Desde a abertura do inquérito, Moraes já determinou busca e apreensão nas casas de usuários de redes sociais que fizeram críticas e ameaças a ministros, e determinou o bloqueio das contas de sete investigados em redes sociais e no WhatsApp.
Um dos alvos foi o general da reserva Paulo Chagas, candidato ao governo do Distrito Federal em 2018. Ele teria defendido, segundo Moraes, a criação de um "tribunal de exceção para julgar ministros do STF".
A medida irritou militares que ocupam cargos no governo Bolsonaro e que temem ações contra outros membros da corporação.
Moraes também chegou a determinar a retirada do ar de uma reportagem publicada pelo site O Antagonista e pela revista digital Crusoé que mencionava o presidente do STF.
O ministro voltou atrás após entidades da sociedade civil, como a Ordem dos Advogados do Brasil, associações que representam jornalistas e até mesmo alguns ministros do STF classificarem o ato como uma censura à liberdade de imprensa. Moraes, no entanto, refutou a crítica de censura.
Em abril, após Bolsonaro trocar o diretor-geral da PF, Moraes determinou que os delegados responsáveis pelo inquérito foram mantidos com o objetivo de blindar as investigações contra interferências políticas.
De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, a PF teria identificado o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente, como um dos articuladores da rede de fake news. O vereador nega e diz que o inquérito é "inconstitucional".
A previsão era de que a investigação terminasse em janeiro, mas o prazo foi prorrogado para junho. Nada impede que isso ocorra novamente.
Segundo o presidente do STF, o ministro Dias Toffoli, o inquérito já produziu, independentemente de seus resultados, uma inibição de ações que geram "instabilidade institucional".
"Da noite para o dia, mais de 70% das fake news que rodavam nas redes sociais desapareceram", disse Toffoli em entrevista ao site ConJur.

Fake news também são alvo de CPMI

Também está em curso no Congresso uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre a veiculação de notícias falsas, a CPMI das Fake News.
A comissão foi criada para investigar suspeitas de ataques na internet e utilização de perfis falsos para influenciar as eleições 2018 e foi ampliada para apurar o possível uso dessas práticas depois do pleito.
Veiculação de notícias falsas nas eleições vencidas por Bolsonaro é apurada no Congresso© Reuters Veiculação de notícias falsas nas eleições vencidas por Bolsonaro é apurada no Congresso
Depoimentos feitos à comissão apontaram a participação de dois filhos do presidente, Eduardo e Carlos Bolsonaro, e de assessores próximos em campanhas na internet para atacar adversários.
Alvo de ataques em sites e redes sociais, a deputada federal e ex-líder do governo Joice Hasselmann (PSL-SP) apresentou um dossiê à comissão em que aponta "milícias digitais" em torno de Bolsonaro que praticam ataques orquestrados a críticos de sua gestão.
Segundo ela, as ofensivas são impulsionadas por robôs, por Carlos e Eduardo e por assessores do Poder Executivo e de parlamentares aliados do governo.
Outro deputado federal, Alexandre Frota (PSDB-SP), também alvo de ataques e outro ex-aliado, fez acusações semelhantes.
Para a deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), relatora da CPMI, "é muito difícil imaginar que exista um gabinete atuando ali e que ele (Bolsonaro) não saiba o que acontece ali". Ela ressalta que o presidente não foi implicado diretamente em nenhum depoimento, mas sim seus familiares e auxiliares.
Segundo Da Mata, há três núcleos sob investigação: "o operacional, que conta com assessores de deputados estaduais e federais; o distribuidor, que envolve sites e blogs; e o núcleo econômico, que todos queremos identificar". Um dos objetivos próximos passos da CPMI é "seguir o caminho do dinheiro".
Na CPMI, Eduardo Bolsonaro afirmou que não iria fazer perguntas a Frota por "ter mais o que fazer". "Tenho que trabalhar, em vez de ficar aqui ouvindo baboseiras e ilações sem qualquer conexão com a verdade."
As acusações de Frota e Joice foram rebatidas por deputados da base governista e aliados do presidente, que as classificaram de "falsas", "fruto de vingança", "sem provas" e "conto de fadas". A CPMI das Fake News foi apelidada por eles de CPI da Censura.
A comissão tinha a previsão de ser concluída até abril de 2020, mas seu prazo foi prorrogado por tempo indeterminado no final de abril.
Foto: © Reuters O presidente do STF determinou a abertura do inquérito em março do ano passado
BBC News

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Análise: inquérito no STF atinge bases políticas do Planalto


Allan dos Santos é um dos principais alvos de operação da PF
Duraram menos de 24 horas as comemorações no Planalto em razão da ação da Polícia Federal que mirou o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel e agentes públicos do estado. A ação deflagrada pela corporação nesta quarta-feira (27/5) mira as bases de sustentação do governo e que mantém o percentual de aceitação do presidente. No centro do alvo, está o chamado "Gabinete do Ódio", que seria uma espécie de centro de mobilização digital em defesa do Executivo.

Foram alvos de mandados de busca e apreensão autores de sites governistas e e de uma rede de fake news criada para atacar opositores de Jair Bolsonaro e espalhar críticas e boatos sobre quem se posicionar contra o presidente da República.

O principal nome é o blogueiro Allan dos Santos, do site Terça Livre, acusado de espalhar informações falsas para beneficiar o Executivo. Mais do que atingir a rede do chamado Gabinete do Ódio, a operação ronda o Planalto ao colocar na mira parlamentares governistas.

Carla Zambelli, Bia Kicis e o deputado Felipe Barros são afincos defensores de Bolsonaro e das ações do governo no dia a dia do Congresso. Em meio à pandemia de coronavírus, que tritura a economia e deixa um rastro de doentes e mortos, o governo tem se valido da estratégia de atacar adversários, usar cortinas de fumaça e preencher as redes sociais com elogios ao presidente para tirar a atenção de erros e ações controversas.

Ao mesmo tempo que abandona as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para reforçar o isolamento social, e adota o uso de medicamentos em que cientificamente já está provado que são inúteis ao coronavírus, o governo apela para argumentos de campanha, como combate ao comunismo e armamento da população, para manter uma boa parcela de sua base de eleitores.

Para isso, a base de blogueiros que prestam apoio irrestrito, empresários que financiam essas ações e políticos que atuam como ativistas para a imagem do presidente são fundamentais. No entanto, escolher o Supremo Tribunal Federal como inimigo não parece ter sido a melhor escolha. Um inquérito controverso, aberto na Corte no ano passado, monitora as redes para identificar quem ultrapasse limites legais ao se referir ao Tribunal ou a seus ministros.

Há algumas semanas, segurando uma arma de alto poder de fogo, o ex-deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, afirmou que estaria pronto para "o bom combate". Em seguida, minutos depois, publicou uma postagem defendendo um golpe contra o Supremo. "Bolsonaro, para atender o povo e tomar as rédeas do governo, precisa de duas atitudes inadiáveis: demitir e substituir os 11 ministros do STF, herança maldita".

A publicação não passou despercebida e gerou a inclusão dele no inquérito. Ações do Supremo, como a decisão do ministro Alexandre de Moraes que vetou a nomeação de Alexandre Ramagem para chefiar a Polícia Federal, irritaram apoiadores do governo e fizeram a Corte ser alvo da chamada "milícia digital" bolsonarista.

Desde a campanha eleitoral, como já revelou o Correio, uma rede profissional de fake news criada para moldar os rumos da política, atua no país, sustentada por ações deliberadas em bunkers montados no Brasil e no exterior.

O assunto está presente em ações de cassação de chapa apresentadas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na CPMI das Fake News, no Congresso, a deputada Joice Hasselmann, ex-aliada do governo, afirmou que as investigações sobre o caso vão parar dentro do Palácio do Planalto. O temor de avanço das investigações foi revelado pelo próprio presidente, que em conversa por WhatsApp com o ex-ministro Sergio Moro, afirmou, no começo do ano, que o fato de 10 a 12 deputados bolsonaristas estarem na mira do Supremo seria "mais um motivo para trocar", se referindo ao comando da Polícia Federal.

Foto: © Ed Alves/CB/ DA Press Allan dos Santos é um dos principais alvos de operação da PF

Correio Braziliense


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