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domingo, 17 de maio de 2020

A GRANDE BATALHA POR JERUSALÉM: CORAÇÃO DE LEÃO VS SALADINO

Ricardo Coração de Leão em ilustração de Gustave Doré

Em 7 de setembro de 1191, confrontavam-se os mais legendários guerreiros dos lados cristão e muçulmano.


Corria o ano de 1191 e a situação era difícil para os cruzados na Terra Santa. Jerusalém estava novamente sob domínio dos muçulmanos, que haviam reconquistado a cidade quatro anos antes, bem como a maior parte do território que os cristãos chamavam de Outremer, estabelecido após a Primeira Cruzada em áreas que hoje correspondem a Israel, Palestina, Jordânia e Líbano. A perda de Jerusalém motivara uma nova Cruzada, a Terceira, que, depois de muita confusão, incluindo a morte de alguns de seus principais líderes, ficou sob comando do rei inglês Ricardo I, também conhecido como Ricardo Coração de Leão. Ricardo sabia que, para atacar Jerusalém com sucesso, era preciso garantir suas linhas de abastecimento, capturando a cidade portuária de Joppa (a atual Jaffa, em Israel). Com esse objetivo, no final de agosto de 1191, ele saiu da cidade de Acre em direção a Joppa, à frente de quase 30 mil homens e de uma longa caravana de camelos e mulas, carregados com suprimentos para tomar aquele porto estratégico.

FORMAÇÃO DE BATALHA

O comandante cristão posicionou suas tropas de tal maneira que elas poderiam ser rapidamente convertidas em formação de batalha, com as divisões de cavalaria defendidas por uma linha quase ininterrupta de unidades de infantaria, estendendo-se do início ao fim da longa coluna. A comitiva seguia margeando o litoral do Mediterrâneo, tendo sua vanguarda formada por um destacamento de cavaleiros da Ordem dos Templários, enquanto a retaguarda era protegida por cavaleiros de uma outra ordem, a dos Hospitalários. Estima-se que o total de cavaleiros não passasse dos 5 mil, com o restante formado por infantaria.
Desde o início, a marcha foi hostilizada pelos muçulmanos, que lançavam ataques freqüentes, tentando atrair os cruzados para uma batalha em campo aberto. Ricardo, porém, havia ordenado que seus homens resistissem às provocações do inimigo e evitassem contra-atacar, até receber ordem expressa para tanto - sua estratégia era cansar o adversário e esperar uma oportunidade mais favorável.
Ricardo I e Saladino durante a Batalha de Arsuf Wikimedia Commons
Em 7 de setembro de 1191, a comitiva estava a uma pequena distância ao norte da cidade de Arsuf. O exército cruzado levantou acampamento ao amanhecer e cruzou o rio Rachetaille, reiniciando a marcha em três colunas. Perto do mar caminhava a caravana de bagagem com escolta de infantaria. Na coluna do centro iam 12 esquadrões com 100 cavaleiros cada, enquanto a coluna da esquerda era integrada por soldados de infantaria armados com lanças e balestras.

ESTRATÉGIA DA PACIÊNCIA

Os ataques prosseguiam e tornaram-se cada vez mais intensos, pressionando principalmente o flanco esquerdo das tropas de Ricardo, defendido pelos Hospitalários. Por volta das 11 horas da manhã, Saladino enviou um destacamento de cavalaria para pressionar novamente o flanco esquerdo da comitiva, mas ele foi prontamente repelido pelos cristãos. Os muçulmanos, que eram cerca de 20 mil homens, metade dos quais cavaleiros, continuavam a lançar flechas e arremessavam lanças, enquanto os cruzados retaliavam com setas disparadas por suas balestras.
Nessas escaramuças, os Hospitalários sofreram poucas baixas em homens, mas perderam grande número de cavalos, a ponto de ameaçar a continuidade de suas operações. Eles pediram autorização para contra-atacar, mas Ricardo recusou, aguardando que as forças de Saladino expusessem seu flanco direito e ficassem mais vulneráveis. Porém, à medida que mais cavalos eram mortos, os Hospitalários avançavam por conta própria. Sem outra alternativa, Ricardo lançou-se ao ataque, ordenando que os Templários avançassem contra o flanco esquerdo das tropas de Saladino. Quando a batalha começou, o comandante cristão estacionou a caravana com a bagagem na sua retaguarda, próxima ao mar. Diante da caravana foi posicionada a cavalaria, enquanto a infantaria assumia a linha de frente. Os sarracenos, com suas cornetas soando, atacaram vindos da floresta de Arsuf e concentraram-se numa ofensiva contra o lado esquerdo da linha dos Templários, tentando isolar esse setor para, em seguida, aniquilá-lo.

O CONTRA-ATAQUE

Enquanto isso, os cavaleiros Hospitalários, com a infantaria deslocando-se a sua frente, contra-atacaram pelos espaços deixados entre os agrupamentos de soldados a pé. Os muçulmanos, que haviam passado os últimos dias tentando provocar os cruzados a lançarem um ataque em larga escala, foram apanhados de surpresa quando ele finalmente aconteceu. Seus homens ainda tentaram reagrupar-se e resistir, mas acabaram massacrados pela carga dos cavaleiros cristãos, acompanhados lado a lado por sua infantaria.
No total, pelo menos 7 mil integrantes das tropas de Saladino foram mortos, enquanto os cruzados perderam no máximo mil homens. Foi uma vitória importante, especialmente do ponto de vista psicológico, pois foi o primeiro grande sucesso cruzado desde a perda de Jerusalém, quatro anos antes. Serviu, também, para abalar o mito da invencibilidade de Saladino, que até então sempre havia sido vitorioso em seus embates contra os cristãos.
Representação do século 13 mostra o encontro entre Ricardo I e Saladino Wikimedia Commons
Após a vitória em Arsuf, a caravana de Ricardo conseguiu avançar sem maiores dificuldades em direção ao sul da costa mediterrânea e acabou por retomar o porto de Joppa. Mas o ataque contra Jerusalém, etapa subseqüente da campanha, nunca aconteceu. Ricardo acreditava ser capaz de tomar a Cidade Sagrada, mas sabia que seria impossível mantê-la depois que a maioria dos cruzados retornasse à Europa, o que iria ocorrer cedo ou tarde. Assim, ele concluiu um acordo de paz com Saladino em 1192 e deixou a Terra Santa com destino à Inglaterra, encerrando a Terceira Cruzada, que teve em Arsuf sua primeira e única batalha de grandes proporções.
A vitória dos cristãos deu aos Estados Cruzados no Outremer uma sobrevida, mas sua manutenção a longo prazo era um projeto fadado ao fracasso. Em 1291, um século depois da Batalha de Arsuf, a última cidade cruzada, Acre (hoje Akko, em Israel), foi conquistada pelos muçulmanos. A perda dos Estados Cruzados, junto com outros eventos, como a ascensão do Império Otomano, causou sérios prejuízos econômicos, com o fechamento das rotas comerciais que as nações da Europa usavam para negociar com a Ásia. Era necessário encontrar rotas alternativas, e esse esforço resultaria na Era dos Descobrimentos, que nos séculos 15 e 16 levaria os europeus a chegar ao Novo Mundo.

ARMADOS DA CABEÇA AOS JOELHOS

No final do século 12, os cavaleiros cruzados que lutavam na Terra Santa costumavam ser protegidos por uma roupa feita de cota de malha de ferro que os cobria da cabeça aos joelhos. Seus capacetes de metal eram cônicos ou no formato de uma balde invertida que cobrina toda a cabeça. As armas que esses cavaleiros usavam eram uma lança de madeira com cerca de três metros e ponta de ferro, a espada de lâmina com mais de um metro de comprimento, o machado de batalha, a maça (um porrete com cabo de madeira tendo na ponta uma bola de metal) e um sabre com lâmina curta e larga conhecido como alfanje. Seus soldados a pé disparavam flechas usando arcos e bestas ou balestras, armas que empregavam um mecanismo com manivelas para retesar a corda e aumentar o impacto do projétil.
Já as tropas muçulmanas de Saladino incluíam cavaleiros com armaduras leves de metal ou de couro que cobriam o torso do guerreiro. Esses cavaleiros utilizavam lanças de madeira, maças e sabres com lâminas estreitas e recurvadas. A principal arma ofensiva era um arco curto de origem turca, que podia ser disparado a galope por causa de seu tamanho compacto.

UMA  LUTA  ENTRE  DOIS  GIGANTES

Ricardo Coração de Leão

Retrato de Ricardo I, por Merry-Joseph Blondel Wikimedia Commons
Nascido em 1157, passou a maior parte da vida guerreando, não apenas contra os muçulmanos, mas também contra seu pai, Henrique II, seus irmãos e o rei da França, Filipe II. Tornou-se rei da Inglaterra em 1189. Em 1190, partiu para a Terra Santa, onde se destacou como comandante brilhante.

Salah ad-Din Yusuf ibn Ayyub

Saladino, por Cristofano dell'Altissimo Wikimedia Commons
Salah al-Din Yusuf ibn Ayyub nasceu em 1137 ou 1138, em uma família curda na cidade de Tikrit, atual Iraque. Seu nome, ocidentalizado como Saladino, tornou-se para os cristãos da época sinônimo de guerreiro implacável e astuto, nunca derrotado em combate, até a Batalha de Arsuf.
aventurasnahistoria.uol.com.br


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