Foto: TJPA |
PARÁ - PMs que prestaram depoimento disseram que o idoso falou que iria matar a mulher, preso ou quando saísse da cadeia.
Com quase oito horas de sessão sob a presidência do juiz Claudio Henrique Rendeiro, os jurados do 4º Tribunal do Júri de Belém votaram, nesta quarta-feira, 29, pela condenação de Adalberto Vidinho Ferreira Lopes, de 69 anos de idade, por tentar matar a ex-companheira Elzira de Souza Alves, técnica de enfermagem de 46 anos.
Por maioria dos votos os jurados, acolhendo a totalidade da tese acusatória sustentada pelo promotor do júri José Edvaldo Pereira, consideraram que o crime foi praticado pela condição feminina da vítima, e pela relação doméstica e familiar com a vítima. A advogada Maria Amélia Delgado Viana, habilitada pela vítima atuou na assistência de acusação.
A pena base aplicada ao réu de 18 anos reclusão foi reduzida em um terço, pelo crime ser tentado, restando 12 anos de reclusão. O juiz ainda reduziu da pena o tempo que o réu já cumpriu preso, restando 11 anos e 24 dias de reclusão, a serem cumpridos em regime inicial fechado.
Em defesa do acusado atuaram os defensores públicos Alessandro Oliveira Silva e Renata Helena Araújo. Ambos sustentaram a tese desclassificatória de homicídio para lesão corporal. Os defensores argumentaram que a vítima não sofreu risco de morte, mas a tese foi rejeitada por maioria dos votos dos jurados.
Em interrogatório prestado no júri o réu alegou que era comerciante de sementes, e que não queria matar a vítima. Adalberto Lopes alegou que foi ao encontro marcado por Elzira Alves, pois pensou que ela lhe pagaria a quantia R$ 21 mil que lhe devia.
Diante dos jurados o idoso disse que a mulher foi ao seu encontro armada com uma faca de cozinha e que ela teria lesionado a própria mão ao tentar lhe atingir com uma faca que retirou da bolsa.
Em depoimento prestado ao júri, a vítima disse que é técnica de enfermagem e trabalha como cuidadora de idosos. Ela contou que conheceu o réu por intermédio do filho de um idoso que ela cuidava. Ela informou que Adalberto Lopes passou a lhe telefonar e lhe enviar mensagens e depois de um ano eles começaram a se relacionar.
Após um ano e meio, credores de Adalberto começaram a procurá-lo na casa de Elzira, onde moravam juntos. A vítima então decidiu romper o relacionamento. Foi quando o idoso passou a perseguí-la até culminar com a tentativa de homicídio.
Uma colega de trabalho da vítima também depôs e relatou que o idoso foi ao local de trabalho da técnica alegando ser policial e lhe atribuindo um suposto roubo para que ela perdesse o emprego. Também prestaram depoimento dois policiais militares que prenderam o réu. Os PMs disseram que o idoso falou que iria matar a mulher, preso ou quando saísse da cadeia.
O crime ocorreu próximo à doceria onde o réu esperava a ex-companheira, por volta das 18h, do dia 23 de dezembro de 2015, na Avenida Gentil Bitencourt, São Braz, em Belém. Segundo a acusação, o motivo do crime foi porque o idoso não aceitava o término do relacionamento.
Por ORM
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